Como alguém tão pequeno pode fazer-nos sentir algo tão grandes?

Como alguém tão pequeno pode fazer-nos sentir algo tão grandes?
Valeria Sabater

Revisado e aprovado por a psicóloga Valeria Sabater.

Escrito por Valeria Sabater

Última atualização: 23 março, 2022

Mesmo quando ainda não podia ver ou tocar você já o amava, o adorava, e até sonhava com ele. Mesmo antes de dizer a primeira palavra, quando apenas comia e dormia, já era o ser mais belo e perfeito do mundo. Como alguém tão pequeno e tão frágil é capaz de fazer você sentir algo tão grande?

Isso é certamente uma das grandes questões que não tem explicação, nem nos livros, ou em teorias mais avançadas sobre a criação. Amamos os filhos não importa se eles não cresceram no nosso ventre e se não carregam o nosso código genético. Amamos os filhos porque são parte de nós, são filhos do coração e isso é algo que uma mãe e um pai entendem muito bem.

Por outro lado, é impossível se esquecer que todo esse festival de sensações, sonhos e preocupações constantes sobre esta criaturinha perfeita é o resultado de uma série de processos biológicos regulados pela oxitocina, o chamado hormônio da maternidade, afeição e a necessidade de cuidar dos mais pequenos.

No entanto, quando falamos sobre este amor eterno as explicações biológicas são desprovidas de sentido. Não há desculpas, interpretações ou defeitos. Amar os filhos é tão natural quanto respirar. Eles são parte de nós, são metade do nosso coração. Amar é o cordão umbilical que nos unirá sempre à essa criança que é nosso universo, ou o planeta no qual sempre orbitaremos de forma respeitosa.

Sentir esse ser tão pequeno e uma vida nova em nossos braços

Na maioria dos lugares que trata sobre a maternidade, esse lado mágico, sólido e essencial da relação entre o recém-nascido e os pais é muitas vezes deixado de lado. Além disso, por vezes nos esquecemos de que ter filhos também é uma coisa de dois. Os pais que podem sentir juntos essa nova vida verão que é uma sensação inesquecível e ao mesmo tempo transcendental.

tão pequeno e nós trazendo tanta alegria

O que sentimos também é o resultado de uma história

Ter um filho é o resultado de um processo que nos identifica e nos define. Quando uma mulher está em uma sala de parto sem dúvida vive o momento mais especial de sua vida. No entanto, toda a história que está por trás disso faz parte do legado único que define o pai, a mãe, e mais tarde a própria criança.

  • É bem possível, por exemplo, que o casal tenha passado por dificuldades na hora de ser pais. O que eles sentem na chegada do bebê é muito intenso, esmagador e significativo.
  • Por outro lado, não podemos esquecer que todos os dias nascem muitos bebês “arco-íris”. Na história pessoal desses pais chega uma criança estrela que iluminará o caminho e será sempre lembrada. Ela faz que os pais sintam o nascimento de uma maneira diferente, mais intensa.
  • Outro caso de história que muitas vezes define alguns pais, é a chegada de um bebê prematuro. As emoções, os medos, o sofrimento inscrito nessa pequena criatura que luta por sua vida, faz com que tenham sensações muito complexas, onde o medo e a esperança tem o mesmo peso em seus corações.

Tão pequeno e já sentia a sua luz dentro de mim

tão pequeno mas muito amado

O movimento do bebê tão pequeno ainda, geralmente é percebido entre a sétima e oitava semana de gravidez. No entanto, as mães mais sensíveis são capazes de identificar o movimento do embrião muito mais cedo. Quando isso acontece, algo na mãe se acende, se ilumina se desperta…

Esse é o momento em que uma mãe é plenamente consciente de que uma vida já está lá. Quase sem saber como, de repente um amor intenso, infinito e imensurável toma conta de nós sem que possamos controlá-lo.

Nós simplesmente nos deixamos levar. Com o passar dos meses, esperamos sentir ainda mais essa sensação, sonhamos com seu rostinho, com a sua voz e imaginamos com o nosso parceiro como será o som das suas risadas, ou com quem se parecerá.

Os pais que escolherem a adoção como solução dos seus desejos também sonham com essa criança que apesar de tudo não compartilha o mesmo código genético. Mesmo assim, sentem o processo da mesma maneira: sonham, imaginam, e fazem planos com a mesma intensidade e transcendência.

tão pequeno e tão desejado

Uma vez que temos essa pessoa especial junto de nós, podemos abraçá-la com força e torná-la nossa. Sentir a sua essência, a força do seu coração, o calor de sua pele e a necessidade de estar perto de nós. Agora a mamãe e o papai têm pela frente o trabalho mais importante de suas vidas.

Sentir é viver, sentir é experimentar a felicidade que por sua vez cresce à medida que vamos compartilhando momentos dia após dia: os afetos, os sonhos… enfim quando caminhamos juntos em harmonia com essa pequena vida.


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