Como uma criança aprende a mastigar?

Contaremos como a criança aprende a mastigar e o que os adultos podem fazer para facilitar a incorporação de alimentos sólidos na dieta.

Quando a criança aprende a mastigar, é um momento de aprendizado e exploração. Há mudanças na forma de se alimentar que os adultos devem acompanhar e supervisionar.

Incorporar alimentos sólidos na dieta de um bebê pode ser um processo difícil para alguns pequenos. Passar de leites e purês líquidos para alimentos mais duros, com outras texturas e sabores, é uma adaptação que deve ser feita com muita paciência.

A introdução de alimentos sólidos deve ser feita de forma gradual e progressiva para que, aos poucos, as crianças se acostumem com essa nova forma de se alimentar. Continue lendo para descobrir como as crianças aprendem a mastigar e como os adultos podem facilitar essa etapa!

Como a mastigação se desenvolve?

A mastigação é uma das fases da alimentação que acompanha a escolha e a absorção dos alimentos. Em seguida, a deglutição, a digestão e a excreção continuam, completando o ciclo.

Pode-se acreditar que a criança aprende a mastigar de forma espontânea e automática. Mas, na realidade, comer sólidos é um processo de aprendizagem em que os adultos têm um papel muito importante.

A escolha do alimento, sua captação e recepção são adquiridos por processos sensoriais e de memória. A mastigação também é assimilada por meio das experiências produzidas pela alimentação oferecida à criança e pela observação dos adultos ao seu redor. É importante que os pais levem em consideração esse aspecto: as crianças aprendem a mastigar tendo adultos ao seu redor para imitar.

Na mastigação participam os elementos dentários, os maxilares, os lábios, as bochechas, a língua, o palato e a articulação temporomandibular. Os músculos da mastigação são responsáveis por dar mobilidade a toda essa área, permitindo o fechamento e a abertura da mandíbula.

Quando a criança aprende a mastigar?

Após os seis meses de idade, inicia-se a fase de introdução de alimentos macios ao bebê. A introdução gradual de alguns sólidos ajuda a exercitar e fortalecer as estruturas que permitem que a criança aprenda a mastigar.

O ideal é oferecer pequenos pedaços de alimentos macios e semissólidos entre seis meses e um ano, começando por alimentos não triturados desde o primeiro aniversário. O aparecimento dos dentes de leite pode ser um bom momento para oferecer novas texturas, que também aliviarão as gengivas doloridas do bebê.

Os adultos devem sempre supervisionar esses momentos de ingestão de alimentos para evitar acidentes. Se eles também participarem da refeição, como já mencionamos, ajudarão o pequeno a imitar os movimentos e a se sentir motivado a comer como os adultos.

Sempre será o pediatra quem melhor aconselhará os pais sobre como oferecer alimentos aos pequenos. É importante tirar todas as dúvidas sobre os diferentes métodos de alimentação com o profissional para escolher o mais adequado para cada criança.

A importância da mastigação para a criança

Quando a criança aprende a mastigar, ela não só fica impedida de engasgar com a comida, como também tem outros benefícios importantes para o seu correto crescimento:

• Promove o desenvolvimento dos ossos e músculos da face.
• Protege a boca: incorporar alimentos com novas texturas ajuda na autolimpeza dos dentes. Alimentos macios como mingau e leite têm mais aderência aos dentes, o que aumenta o risco de cáries.
• Promove o processo digestivo: estimula a secreção de saliva, facilita a absorção de nutrientes, aumenta a sensação de saciedade e reduz a gastrite e o refluxo.
• Reduz o nível de estresse e ansiedade em crianças.

É necessário ensinar a criança a mastigar?

Como já mencionamos, a criança aprende a mastigar progressivamente, não de um dia para o outro. O processo de incorporação de alimentos sólidos deve ser feito de forma gradual. É a prática que vai ensinar os pequenos a mastigar.

Oferecer pedaços maiores e texturas mais complexas à medida que novos alimentos são adicionados é o ideal. Amassar os alimentos com um garfo em vez de bater é uma boa maneira de ajudar os pequenos a encontrarem pedacinhos de comida para mastigar em seus purês, por exemplo.

É importante acompanhar a evolução dos tipos de alimentação que são oferecidos: desde texturas macias no início a semissólidas, sólidas e mais duras depois. Isso estimulará os diferentes receptores sensíveis da boca, fortalecendo os músculos e exercitando os movimentos para adquirir a nova habilidade.

Se os pais considerarem que pode haver algum problema na alimentação do filho e a criança não aprender a mastigar, o ideal é consultar o pediatra e tirar as dúvidas. Pode haver alterações estruturais, funcionais ou até mesmo costumes familiares que dificultam a mastigação correta.

Em alguns casos, o encaminhamento a um fonoaudiólogo pode ser necessário. Este especialista poderá avaliar e intervir nas funções mastigatórias para favorecer a sua prática de forma correta.

Algumas dicas para promover a mastigação adequada

Como já mencionamos, oferecer texturas diferentes à criança a ajuda gradativamente a aprender a mastigar. Além disso, existem algumas práticas que podem favorecer o processo:

• Remova as distrações: evite a televisão na hora das refeições. Aproveite esse momento para compartilhar com a família e voltar a atenção à alimentação do pequeno.
• Introduza novos alimentos: experimentar sabores e texturas diferentes a cada semana pode ser atraente para a criança. Será o pediatra quem orientará como e quais alimentos incluir.
• Dê à criança a mesma comida que todo mundo come: a menos que seja uma comida muito dura ou perigosa, dar a mesma comida que todo mundo come vai encorajá-la a mastigar.
• Comer com o pequeno: sentá-lo à mesa com os adultos favorece o exercício. Mover a boca de forma exagerada ao mastigar ajudará a criança a imitar o movimento.
• Deixá-la comer sozinha: praticar suas habilidades fará com que ela se sinta mais autônoma e a motive a continuar praticando. Comer com as mãos permite que ela explore os alimentos e melhore suas habilidades motoras e coordenação.
• Seja paciente: como qualquer estágio de aprendizado, requer tempo, perseverança, paciência e compreensão. Momentos de tensão, imposições e comparações devem ser evitados. E se a criança se recusar a comer sólidos, você não deve insistir. Talvez ainda não seja a hora dela. Você pode experimentar novamente algumas semanas depois.
• Evitar alimentos perigosos: a criança não deve receber alimentos que, devido à sua dureza ou tamanho, possam causar asfixia. Além disso, alimentos ultraprocessados e adição de sal e açúcar devem ser evitados.

A curiosidade será o que mais estimulará a criança a aprender a mastigar. É preciso lembrar que cada criança tem seus momentos de aprendizado e respeitar seu processo com amor será o que mais as ajudará.