O que a criação com apego?
A educação de uma criança levanta várias questões. Desde o momento do seu nascimento, os pais muitas vezes se perguntam qual é a melhor forma de alimentá-lo, colocá-lo para dormir ou agir quando ele está chorando. Eu estou mimando demais meu filho? Estou proporcionando as melhores condições para o seu desenvolvimento? Se essas perguntas surgirem com frequência em sua vida, você poderá encontrar as respostas na criação com apego.
Existem tantas maneiras de educar quanto existem pais no mundo. O nível de afeto, exigências e limites variam de uma família para outra. E embora todos os pais tentem fazer o que acham que é melhor para os filhos, eles nem sempre sabem como fazer isso de maneira correta.
A seguir apresentaremos uma das propostas mais eficazes de educação infantil.
O que é a criação com apego?
A criação com apego é um estilo educacional baseado no vínculo primário entre o bebê e seus cuidadores (geralmente seus pais). Essa união profunda se desenvolve com base na capacidade dos adultos de responder a cada uma das demandas da criança.
Devemos lembrar que o bebê é um ser dependente por natureza e precisa dos cuidados de outras pessoas para sobreviver. Assim, seguindo a teoria do apego de Ainsworth e Bowlby (1991), é importante que o filho encontre afeto, segurança e estímulo adequado em seus pais. Mas como saber se ele está recebendo tudo isso?
Existem oito princípios básicos da criação com apego, que consistem em uma série de diretrizes e orientações para os cuidadores. Por exemplo, quais cuidados proporcionar e qual tipo de atenção oferecer ao bebê nos primeiros anos de vida. A seguir, vamos ensinar cada um deles para que você possa colocá-los em prática a partir de agora.
Os 8 princípios da criação com apego
Esses princípios são apenas algumas recomendações aos pais, mas você decidirá o que implementar ou não. Cada casa é um mundo e as circunstâncias nem sempre são as mais favoráveis, então absorva o que é adequado para você.
1. Estabelecer laços emocionais desde o nascimento
Para estabelecer o vínculo de apego, é importante começar a trabalhar nisso antes do nascimento. Enquanto o bebê está no útero, ele começa a estabelecer uma conexão emocional com seus pais. Isso é reforçado quando falam com ele, cantam para ele ou acariciam sua barriga. Ainda mais quando a mãe mantém seu humor calmo e positivo.
O pequeno recebe a influência emocional de sua mãe desde dentro do útero.
Após o nascimento, é fundamental promover o contato pele a pele. Essa proximidade física é muito importante nos primeiros dias, pois ajuda a estabelecer a amamentação, acalmar o recém-nascido e fortalecer o vínculo entre mãe e filho.
2. Oferecer amamentação ao bebê
O leite materno é o melhor alimento para o bebê humano, pois contém todos os nutrientes necessários para o seu bom desenvolvimento. Além disso, protege a criança contra várias doenças para as quais ela ainda não desenvolveu defesas.
Mas um dos aspectos mais importantes da amamentação é a possibilidade de oferecer carinho, proteção e conforto ao bebê. Essa maneira natural de prolongar a conexão física durante a gravidez proporciona vários benefícios emocionais à saúde de ambos.
3. Garantir o contato corporal
Existe uma crença popular de que não é positivo segurar o bebê no colo por muito tempo, pois isso pode “estragá-lo”. Porém, o contato físico é uma necessidade básica do bebê, principalmente nos primeiros dias de vida.
Por isso, não hesite em carregar o seu filho, deixá-lo dormir no seu colo ou abraçá-lo quando chorar. Seu corpo continua sendo um refúgio, um lugar seguro para ele.
4. Dormir perto do bebê
Dormir junto é outra das práticas fundamentais da criação com apego. Ao dormir perto ou na mesma cama que os pais, o bebê sente a presença de suas figuras de apego e isso lhe traz segurança. Por meio dessa prática, evita-se o medo, a angústia e o desconforto gerados pela solidão e a escuridão.
Não tenha medo de que isso durará para sempre. À medida que o sono do bebê for se regulando, ele vai se preparando para dormir sozinho em seu próprio quarto.
5. Responder às suas demandas: não o deixe chorar
É preciso lembrar que o choro é o único meio de comunicação do bebê. Por meio dessa ação, ele pode mostrar que precisa da sua ajuda, que está cansado ou com fome, que está com medo ou com frio.
Quando o bebê chora, ele não quer manipular, desafiar ou irritar você. Ele apenas está tentando se comunicar. Se você o ignorar, com o tempo ele entenderá que não pode contar com você. Portanto, nunca o ignore.
6. Oferecer carinho o tempo todo
O afeto é um dos principais alicerces da criação com apego. Beijos e abraços, massagens e carinhos nunca são demais quando se trata de criar um bebê.
Com esses gestos simples você o faz sentir-se valioso, protegido, importante e amado desde os primeiros dias de vida. E isso terá repercussões extremamente positivas em sua personalidade adulta.
7. Exercitar a disciplina positiva
Ser afetuoso e respeitoso não significa ser permissivo ou indulgente. Limites, regras e consequências são uma parte fundamental da educação de uma criança. Esses valores fornecem a orientação e a direção necessárias para alcançar a autonomia.
Punir, bater ou gritar não tem lugar nesse estilo educacional. Em vez disso, o diálogo, o respeito e a compreensão são os pilares que sustentam essa disciplina em casa. O reforço positivo e as consequências naturais são algumas técnicas para motivar o comportamento apropriado nas crianças.
8. Incentivar a mãe e o pai a cuidar do bebê
É importante destacar que a criação com apego se estende, de certa forma, a todo o núcleo familiar. Ambos os pais devem estar envolvidos na criação e no cuidado do bebê.
O afeto e o respeito devem fluir em todas as direções, uma vez que os bebês precisam crescer em um lar harmonioso, onde os relacionamentos são positivos. Além disso, os pequenos devem se sentir amados, respeitados e cuidados pelos pais igualmente.
Sobre a criação com apego
Como você pode ver, os princípios derivados desse estilo parental se baseiam na proximidade emocional, na atenção e no respeito pelas necessidades do bebê. Porém, os 8 princípios que mencionamos podem não ser aplicáveis em todos os casos. Cada família decidirá quais práticas incorporar de acordo com suas possibilidades.
Enquanto os pais forem sensíveis às necessidades do bebê e se mostrarem disponíveis para ele, estarão contribuindo para seu bem-estar completo.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Bowlby, J., & Ainsworth, M. (2013). The origins of attachment theory. Attachment theory: Social, developmental, and clinical perspectives, 45, 759-775.
- Vargas, A. (2008). La lactancia materna y sus beneficios. Revista Enfermería Actual en Costa Rica, (15), 3.