Dermatose plantar juvenil
A dermatose plantar juvenil é uma das doenças mais frequentes relacionadas aos quadros de dermatite atópica. É observada com maior prevalência na pré-adolescência, entre os 3 e os 15 anos, conforme indica a Associação Espanhola de Pediatria.
Caracteriza-se pela inflamação da planta do pé e, em menor grau, das palmas das mãos. Além disso, o prurido (coceira) geralmente é tão intenso que deve ser feito um diagnóstico diferencial com a tinea pedis (pé de atleta) e a psoríase plantar.
Quais são as causas da dermatose plantar juvenil?
A dermatose plantar juvenil é mais prevalente em pessoas com histórico de dermatite atópica. Além disso, ocorre com maior frequência em crianças, com idade média de 8 anos. Algumas das causas sugeridas são as seguintes:
- Movimentos de fricção constantes.
- A sudorese excessiva, também chamada de hiperidrose, pode fazer com que o pé se mantenha em condições de umidade.
- Calçados fechados, principalmente feitos de materiais sintéticos, de plástico ou impermeáveis.
- Predisposição genética e hipersensibilidade da pele.
- Mudanças sazonais: observa-se um agravamento durante os meses de verão por causa da sudorese excessiva e do calor, e durante os meses de inverno devido ao uso de calçados fechados.
Manifestações da dermatose plantar juvenil
Conforme o próprio nome indica, a dermatose plantar juvenil afeta a planta dos pés, exceto o arco plantar, e os espaços interdigitais. Geralmente, manifesta-se de forma bilateral e simétrica e, às vezes, conforme evidenciado por este estudo publicado na Acta Dermato-Venereológica, afeta as palmas das mãos e as pontas dos dedos.
A pele fica avermelhada, brilhante, dolorida e com prurido constante, causando coceira intensa. Além disso, esse tipo de lesão não apresenta exsudação, mas é possível observar uma descamação moderada das regiões afetadas.
Às vezes, predominam fissuras e rachaduras dolorosas, agravadas pela umidade e pela sudorese excessiva típicas do pé afetado.
Complicações da dermatose plantar juvenil
As complicações mais frequentes que podem se desenvolver durante um quadro de dermatose plantar juvenil são as rachaduras na pele e as fissuras dolorosas. Inclusive, ambas podem levar semanas ou meses para cicatrizar e regenerar o epitélio completamente.
Às vezes, quando a higiene não é adequada, pode ser desencadeada uma infecção bacteriana secundária na pele. Nos casos em que a pele é afetada até a área periungueal, pode ser observada distrofia ungueal no futuro.
Diagnósticos diferenciais para serem descartados
As manifestações clínicas da dermatose plantar juvenil são semelhantes às de outras patologias dermatológicas. Por isso, ao fazer um diagnóstico, as seguintes doenças devem ser descartadas:
- Psoríase palmoplantar.
- Disidrose palmoplantar.
- Dermatite atópica.
- Pé de atleta.
- Dermatite de contato alérgica.
- Queratólise esfoliativa.
Em caso de dúvida no momento de fazer o diagnóstico, um exame micológico pode ser utilizado para descartar as possibilidades diagnósticas.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da dermatose plantar juvenil é feito no momento da consulta com o médico dermatologista. Portanto, são os achados nas manifestações clínicas do paciente que vão determinar a patologia.
Caso seja necessário algum tipo de teste diagnóstico, podem ser realizadas raspagens de pele para descartar uma causa micológica. Inclusive, para excluir a dermatite de contato, pode ser realizado o teste de contato. Geralmente não é solicitada biópsia para este tipo de patologia.
Quais são as opções terapêuticas?
Não há tratamento específico para a dermatose plantar juvenil. De fato, é uma patologia que, uma vez resolvido o quadro, costuma reaparecer em algum momento.
Reduzir o atrito do calçado
Deve-se optar por calçados do tamanho correto e usar meias 100% algodão e respiráveis, já que as sintéticas não ajudam a resolver o problema.
Se possível, tentar não permanecer com os calçados esportivos durante muito tempo, especialmente depois de transpirar. Nas ocasiões em que a transpiração for excessiva, recomenda-se trocar as meias regularmente, para evitar a formação de um ambiente úmido.
Hidratar a pele
À semelhança de todas as patologias de origem atópica, recomenda-se como primeira linha de tratamento a hidratação habitual e constante da pele.
Após cada banho ou antes de dormir, a pele deve ser adequadamente hidratada. De fato, podem ser usados cremes com vaselina ou ureia para a região plantar e calcanhar.
Prescrição de cremes
Nos casos em que houver fissuras e rachaduras, o uso de pomadas à base de tacrolimo ou corticosteroides pode ser muito útil. Os corticosteroides tópicos são compostos que não devem ser usados durante mais de 10 dias, nem de forma habitual por causa do seu grande poder de adaptação à pele e seus efeitos adversos com o uso prolongado.
Contudo, o mais recomendável é sempre consultar um profissional da saúde para resolver qualquer tipo de dúvida que possa surgir e para receber o diagnóstico e o tratamento adequado para cada caso.
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