Ecolalia: o que é e como lidar com isso?
Você já ouviu falar de ecolalia? É um distúrbio da linguagem do qual se sabe muito pouco.
Esse transtorno na fala é produzido em forma de eco e se caracteriza pela repetição semiautomática e compulsiva.
Além disso, muitas vezes as crianças que sofrem desse distúrbio imitam o tom original do interlocutor. Então, a pergunta é: como lidar com isso? Descubra a seguir.
Tipos de ecolalia
Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que existem vários tipos de ecolalia. É possível discernir várias classificações de acordo com o aspecto considerado.
Os especialistas distinguem esse tipo de perturbação da linguagem depois de verificar o tempo entre a transmissão original e o eco, a forma da repetição e a intenção comunicativa.
Classificação baseada no tempo de propagação do eco
- Ecolalia imediata. A repetição da emissão original ocorre quando acaba de ser produzida.
- Ecolalia tardia. O eco ocorre depois de passar um determinado período de tempo. Podem ser minutos, horas ou até mesmo semanas inteiras.
De acordo com sua intenção comunicacional
- Eco funcional. Neste caso, a criança manifesta uma intenção comunicativa ou informativa.
- Eco não-funcional. Este tipo de ecolalia não tem nenhum fim comunicativo. Portanto, é considerada autoestimulatória.
Tipologia baseada na comparação entre a forma da sentença original e do eco
- Eco exato. O modelo original e o repetido são completamente idênticos.
- Eco reduzido. Apenas uma fração da versão original é reproduzida fielmente. Geralmente é a última parte.
- Eco expandido. Neste caso, embora algumas modificações sejam feitas, nenhuma alteração é percebida na estrutura geral do enunciado.
- Eco mitigado. Aqui ocorrem alterações do modelo inicial. Isso demonstra habilidades criativas para reorganizar a estrutura geral.
Como tratar ecolalia?
O tratamento é importante nesse tipo de transtorno por causa da sua complexidade. Por isso, é essencial detectar o tipo de ecolalia para poder determinar seu tratamento.
Tratamento para ecolalia tardia funcional
A ideia desta intervenção é aproveitar o eco tardio que tem certa funcionalidade comunicativa. Portanto, o intuito aqui é fornecer modelos verbais que ajudem a criança a cumprir sua intenção.
A alternativa oferecida deve ser ajustada de acordo com o nível de desenvolvimento de cada criança, buscando, assim, uma maior precisão comunicativa ou informativa. Dessa forma, a ideia é maximizar todas as emissões.
Esse processo propõe um trabalho progressivo com altas doses de paciência. Em cada fase, os níveis de complexidade das proposições aumentam pouco a pouco.
Intervenção na ecolalia não imediata
Neste tipo de trabalho, o terapeuta envia uma série de estímulos para ver como a ecolalia se manifesta. A ideia é que a criança entenda, detecte e determine em que ocasiões é apropriado permitir essa emissão involuntária.
Para isso, é essencial que a criança aprenda a distinguir o que vale a pena repetir do que não tem sentido. Assim, é possível ensinar a repetir somente quando é voluntário. Neste caso, os especialistas podem aplicar diferentes métodos de trabalho.
Procedimento em ecolalia não funcional
Aqui surge um conflito. Uma vez que se trata de um distúrbio não-funcional, implica certo impedimento no desenvolvimento da linguagem. Consequentemente, torna-se em um verdadeiro obstáculo comunicacional para a criança que apresenta esse distúrbio.
Nesse caso, o especialista tentará eliminar totalmente a ecolalia na criança. Para isso, uma das estratégias mais eficazes implica em explicar à criança que tais ecos não são adequados em contextos específicos.
Por existir casos tão variados, os especialistas podem aplicar uma série de técnicas comportamentais diferentes, como, por exemplo, o autorregistro, a identificação de comportamentos incompatíveis, entre outros.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Benito-Arranz, S. (1983). La ecolalia. Valoración y sentido en niños autistas. Revista de Psiquiatria y Psicologia Medica. https://psycnet.apa.org/record/1985-14629-001
- Cáceres Acosta, O. (2017). El uso del pictograma en el proceso de enseñanza-aprendizaje del niño con autismo (Doctoral dissertation). https://accedacris.ulpgc.es/bitstream/10553/54026/2/0750462_00000_0000.pdf
- Gortázar, P. (2002). Intervención en casos con autismo: estado de la cuestión, presentación caso clínico. In Homenaje al Doctor Jorge Perelló Gilberga (pp. 143-170). Servicio de Publicaciones. http://centros.edu.xunta.es/cfr/pontevedra/oblogdeorientacion/PEDRO_GORTAZAR_1.pdf
- Martínez, F. D. (2004). Repetición, ecolalia, patologización. Estudios de lingüística clínica: lingüística y patología, 31.
- Díaz-Atienza, F. C. G. P., García, G., & Martín, A. (2004). Diagnóstico precoz de los Trastornos Generalizados del Desarrollo. Revista de Psiquiatría y Psicología del Niño y del Adolescente, 4(2), 127-144. http://www.asmi.es/arc/doc/Diagnostico+precoz+de+Trastornos+Generalizados+Desarrollo.pdf
- Moreno-Flagge, N. (2013). Trastornos del lenguaje. Diagnóstico y tratamiento. Rev Neurol, 57(Supl 1), S85-94.
- Morocho Supe, M. A. (2017). La ecolalia y el incremento del vocabulario en niños y niñas de 2 a 3 años del Centro de Educación Inicial Arco Iris de la ciudad de Ambato (Bachelor’s thesis, Universidad Tècnica de Ambato. Facultad de Ciencias Humanas y de la Educaciòn. Carrera de Educaciòn Parvularia). https://repositorio.uta.edu.ec/handle/123456789/25914
- Sarao-Pedrero, B. D. (2018). La ecolalia. Cinzontle, 3(10). http://revistas.ujat.mx/index.php/Cinzontle/article/view/2614
- Villaprado Loor, J. E. (2021). La comunicación en las personas autistas no verbales, a través de los SAAC (Master’s thesis, Quito, EC: Universidad Andina Simón Bolívar, Sede Ecuador). https://repositorio.uasb.edu.ec/handle/10644/8575