Enxaqueca na adolescência: um problema delicado
A enxaqueca na adolescência pode ser um tormento para alguns jovens. Neste artigo do Sou Mamãe enumeramos algumas das suas causas e os tratamentos mais frequentes.
Muitas vezes as dores de cabeça são consideradas como uma coisa passageira e por isso não damos muita atenção. No entanto, quando elas não passam se tornam insuportáveis. A enxaqueca na adolescência é algo que merece ser tratado com delicadeza.
A enxaqueca, também chamada de hemicrania ou hemialgia, é uma dor de cabeça recorrente e intensa e está relacionada ao sistema nervoso.
A dor de cabeça da enxaqueca é na verdade uma espécie de pressão nos nervos, vasos sanguíneos, músculos do pescoço e ombros. Segundo os especialistas, as cefaleias são os transtornos neurológicos mais frequentes na idade pediátrica, incluindo a adolescência.
Segundo o dr. Charles Wibbelsman, membro da Academia Americana de Pediatria, muitas dessas enxaquecas acontecem devido à pressão da vida adolescente: estresse por causa da escola, competição nos esportes, relacionamentos com familiares, colegas e parceiros amorosos.
A enxaqueca é uma dor mais intensa e recorrente do que a cefaleia que é tipicamente unilateral. A enxaqueca ocorre com mais frequência entre os 10 e 30 anos de idade e é mais comum nas mulheres. Acredita-se que pode ser ser um problema hereditário pois 50% das pessoas que sofrem de enxaqueca têm parentes que sofrem ou já sofreram com o mesmo problema.
Como reconhecer um caso de enxaqueca
Caracterizada pela sua aparição repentina, a enxaqueca costuma ser acompanhada dos seguintes sintomas:
- Náuseas ou vômitos
- Dor pungente
- Dor que não diminui com medicamentos e piora com exercícios (como subir as escadas)
- Problemas de visão: sensibilidade extrema à luz, perda de visão em uma área específica ou percepção de luzes dispersas.
- Irritabilidade, dificuldade de concentração e inquietação.
- Falta de apetite.
- Cansaço
A enxaqueca é uma dor mais intensa e persistente do que a cefaleia, tipicamente unilateral
Causas da enxaqueca na adolescência
As causas exatas são desconhecidas e ainda estão em estudo. Porém existem certos fatores que influenciam o início da enxaqueca. São eles:
- Genética. Ainda não se tem muita certeza de como a enxaqueca é herdada, mas foi descoberto que para certos tipos de enxaqueca, o responsável é o cromossomo 9.
- Uma lesão na cabeça. Por exemplo, um hematoma com ou sem a perda de consciência.
- Estresse. As tensões, a ansiedade e a angústia têm consequências negativas no nosso corpo diminuindo as defesas.
- Hormônios. Por esse motivo a enxaqueca afeta mais as mulheres do que os homens durante a adolescência. Geralmente, piora com a ovulação e a menstruação, assim como com os métodos contraceptivos orais. Em muitos casos, a gravidez e a menopausa reduzem as enxaquecas e até fazem desaparecer.
- Maus hábitos. Os maus hábitos que causam a dor estão principalmente relacionados a alimentação e ao consumo de álcool. Alimentos com glutamato monossódico, produtos que contenham tiramina, carnes enlatadas com nitratos e vinho tinto podem piorar os ataques.
- Falta de sono. Não dormir o tempo adequado e a superexposição às telas dos celulares ou computadores geralmente são fatores desencadeantes da enxaqueca na adolescência.
- O ambiente. As luzes fortes, as mudanças de temperatura ou as altitudes elevadas também podem desencadear a enxaqueca.
O tratamento da enxaqueca na adolescência
Em primeiro lugar, é importante esclarecer que a enxaqueca não é um transtorno fácil de diagnosticar. Na verdade, pode levar meses para conseguir detectar sua presença. No entanto, muitos especialistas podem desconfiar de um caso de enxaqueca depois de descartar a possibilidade de outras doenças mais urgentes, principalmente se houver casos no histórico familiar.
Uma vez identificada a enxaqueca, a solução mais efetiva é o descanso, o isolamento e o uso de medicamentos mais fortes para a fase inicial. Esse procedimento tem o objetivo de aliviar os sintomas. Os remédios mais utilizados nesse caso são analgésicos, anti-inflamatórios, antieméticos, ergotamina e triptanos.
Além disso, são utilizados métodos preventivos que podem ser farmacológicos ou não. Entre os farmacológicos podemos citar: os beta bloqueadores, neuromoduladores, antagonistas de cálcio, antidepressivos e agentes anti-hipertensivos.
A enxaqueca não é um problema fácil de diagnosticar. Pode demorar meses para conseguir detectar.
Os métodos que não envolvem nenhum tipo de químicos estão relacionados à mudança e à correção de hábitos alimentares que são prejudiciais para a saúde. Neste caso vai ser preciso suprir a falta de nutrientes essenciais como certas vitaminas ou modificar algumas dietas. Os sintomas podem ser melhorados por meio dos tratamentos físicos, como massagem, acupuntura, yoga e outros métodos de correção da postura e relaxamento. Além disso, o tratamento mental como a meditação, a hipnoterapia ou a psicoterapia também se mostram bastante eficientes.
Um último conselho
Muitas pessoas que sofreram de enxaqueca na adolescência recomendam acompanhar o aparecimento dessa doença ao longo da vida, registrando o dia em que ela acontece, a duração, os sintomas e as possíveis causas.
Para as mulheres é aconselhável também registrar a data de início do período menstrual. Desta forma o médico poderá ter um melhor parâmetro do quadro geral da pessoa.
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