Ansiedade nas crianças: qual a causa e como resolver esse problema?

Ansiedade nas crianças: qual a causa e como resolver esse problema?
María Alejandra Castro Arbeláez

Escrito e verificado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Última atualização: 23 agosto, 2017

O sentimento de ansiedade é tão comum nas crianças quanto em adolescentes, adultos, ou idosos. Esse problema faz parte do desenvolvimento normal do comportamento e das emoções das crianças e dos adultos. O que é importante, em qualquer caso, é aprender a lidar com ela para saber como controlá-la e evitar que nos domine.

Geralmente, quando a criança passa por uma série de mudanças importantes no seu cotidiano, percebe os efeitos provocados por elas. Assim, quando se trata da ansiedade nas crianças, nos referimos às manifestações de irritação, nervosismo, medo intenso, preocupação e inquietação.

No entanto, a ansiedade também pode se apresentar na forma de sintomas físicos: dores de cabeça ou estômago, suor ou frio nas mãos, palpitações, desmaios, febre, insônia, e até mesmo convulsões; esses são alguns dos sintomas.

Sem dúvida, os motivos que causam a ansiedade infantil são muito variados, assim como também são as consequências desse problema. Vale esclarecer que se o problema não for tratado rapidamente, pode gerar sérios problemas. Por isso é muito importante identificá-la a tempo para você ser capaz de ajudar seu filho no momento certo.

As causas da ansiedade nas crianças

À medida em que as crianças crescem, se tornam capazes de sentir medo ou de perceber o perigo. Elas começam por sentir medo do escuro, dos novos desafios e da entrada na escola, passando, inclusive, a sentirem pavor de seres imaginários como monstros e piratas; esses são exemplos claros disso.

Outras crianças se tornam presa fácil desse sentimento, quando encaram situações cotidianas, sejam sociais e/ou de julgamento pelos outros. Seja como for, a verdade é que também existem crianças que são naturalmente propensas a serem ansiosas.

Pois bem, a ansiedade nas crianças é algo comum e pode se manifestar por meio de sentimentos e comportamentos tais como:

  • Medo da separação: é possível que a criança não compreenda e nem aceite a separação, manifestando, portanto, dúvida e medo. Seja quando seus pais se divorciam, ou quando atravessam mudanças cotidianas como a entrada na escola, ou passar a noite na casa do amiguinho, esses são exemplos desse tipo de ansiedade na criança.
  • Ansiedade social: como se sabe, as crianças manifestam certa timidez. Alguns se mostram mais tímidos na interação com outras crianças, enquanto que outras ficam nervosas na companhia de desconhecidos. Existem crianças que ficam mais ansiosas diante de qualquer relação nova.
  • Evitar ir à escola. Trata-se de um dos momentos em que as crianças ficam mais nervosas. É possível que ela sinta falta da mãe e queira ficar em casa. Por isso, vai querer evitar ir à escola, expressando seus desejos ou apelando à dor de estômago.
  • Ataques de pânico. Nesse caso, a ansiedade das crianças se apresenta por meio de períodos de medo intenso, junto com taquicardia, enjoo e náuseas. Trata-se de uma experiência difícil, tão difícil de superar, que essas crianças passam a viver com medo de voltar a passar por essa experiência.
  • Transtorno obsessivo-compulsivo. Neste caso de ansiedade e angústia, a criança se vê presa em pensamentos e comportamentos repetitivos, impossíveis de controlar.
  • Estresse pós-traumático. Ele acontece quando a criança enfrenta uma situação na qual sua vida se encontra em risco (abusos físicos ou sexuais, violência, desastres naturais ou acidentes). Dessa forma, essas crianças passam a reviver a situação de vez em quando através de pensamentos perturbadores. As crianças que sofrem de estresse pós-traumático procuram evitar, a qualquer custo, tudo o que relacionam com o trauma, bem como apresentam distúrbios do sono e nervosismo.

Como tratar esse problema?

Caso seu filho apresente esse sentimento e sinta medo, abraçá-lo fortemente e oferecer-lhe o consolo materno pode ser um grande alívio para esse problema. No entanto, nem tudo termina aí, pois isso é só o primeiro passo nesse processo de superação, que exigirá de você criatividade e dedicação:

  • Reconheça o medo e converse sobre ele. Sob nenhum pretexto negue nem fuja dessa situação, porque você vai pagar muito caro por essa decisão. Conversar sobre o medo, torna-o menos angustiante, ao mesmo tempo em que ouvir a criança é uma fonte inesgotável de soluções para esse problema.
  • Prepare-o para enfrentar situações novas. O ideal é se antecipar à jogada. Por fim, antes de expor o seu filho à alguma mudança de vida, ele se sentirá mais seguro se souber previamente com o que vai se deparar. Se você perceber que ele está ansioso, ouça seus medos e elimine-os. Você deve permitir que ele carregue seus “objetos de transição”(seus brinquedos e bichinhos de pelúcia favoritos) para ele se sentir mais seguro.
  • Dê o exemplo para ele. Ele deve se espelhar em você, portanto, mantenha a calma, sorria e fale com calma. No final das contas, as crianças são como esponjas que absorvem e reproduzem os comportamentos dos adultos.
  • Recorra à técnicas e estratégias eficazes. Você pode usar técnicas lúdicas de relaxamento, corporais, respiratórias, musicais e as demais existentes. Paralelamente a isso, é possível desenvolver estratégias para controlar os níveis de ansiedade dele.

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