Esquizofrenia infantil: sintomas, causas e tratamento
Existem transtornos mentais graves em adultos, mas seus efeitos podem ser piores quando ocorrem muito cedo, em crianças. Um desses transtornos é a esquizofrenia infantil. Ela é igual à dos adultos, mas tem um maior efeito no desenvolvimento e comportamento das crianças, o que implicará em dificuldades para o diagnóstico, o tratamento e o desenvolvimento emocional e social.
Essa doença requer tratamento ao longo de toda a vida da pessoa afetada e, portanto, a detecção precoce é fundamental para obter melhores resultados com as crianças a longo prazo.
O que é a esquizofrenia infantil?
A esquizofrenia infantil é um distúrbio muito raro em crianças, porém grave, uma vez que elas interpretam a realidade de forma distorcida. Essa doença compromete os pensamentos (nível cognitivo), o comportamento e as emoções.
Pode causar alucinações, delírios, distúrbios de pensamento e comportamento ou uma combinação destes, e impede a criança de levar uma vida normal. Por esse motivo, é importante que haja a detecção precoce para começar o tratamento o mais rápido possível.
Sintomas da esquizofrenia infantil
Não é comum que uma criança seja diagnosticada com esquizofrenia antes dos 13 anos (isso ocorre em casos muito raros). É um transtorno que geralmente começa entre os 25 e os 30 anos, embora também possa ocorrer a esquizofrenia de início precoce.
Esse transtorno tem diversos sintomas que podem variar ao longo do tempo, tanto no seu tipo quanto na sua gravidade. Pode até mesmo haver períodos de piora ou então de desaparecimento dos sintomas.
Sintomas em idades precoces
Alguns dos sintomas geralmente envolvem problemas no desenvolvimento das crianças, tais como:
- Atraso para engatinhar.
- Atraso na fala.
- Comportamentos motores anormais, tais como balançar ou agitar os braços.
- Atraso para começar a andar.
Esses sintomas não são exclusivos desse transtorno, visto que alguns deles também são característicos de crianças com transtorno do espectro autista (TEA) ou com problemas de desenvolvimento. Por isso, a primeira coisa a fazer é buscar um diagnóstico para descartar outros problemas.
Sintomas na adolescência
Os sintomas dos adolescentes são muito semelhantes aos dos adultos, mas é mais difícil fazer o diagnóstico nessa idade, já que alguns deles são comuns ao desenvolvimento especial dos adolescentes, como:
- Dificuldade para dormir.
- Falta de motivação.
- Baixo desempenho escolar.
- Mudanças de humor.
- Estado depressivo.
- Comportamentos estranhos.
- Abuso de substâncias.
- Distanciamento da família ou amigos.
Nesse sentido, os adolescentes têm uma menor probabilidade de ter delírios, mas uma maior probabilidade de apresentar alucinações visuais.
Sinais e sintomas posteriores
Conforme as crianças vão crescendo, podem aparecer outros sintomas mais fáceis de diagnosticar, pois, quando os sintomas começam muito cedo, eles podem ser confundidos com uma fase do crescimento. Alguns desses sintomas posteriores são:
- Delírios (pensamentos que não são baseados na realidade).
- Alucinações (ver ou ouvir coisas que não estão presentes ou não existem).
- Pensamento e discurso desorganizados (respostas que nada têm a ver com as perguntas, palavras sem sentido que não podem ser compreendidas, etc.).
- Comportamento motor desorganizado (agitação excessiva inesperada, incapacidade de seguir instruções, posturas estranhas, etc.).
- Sintomas negativos (incapacidade para levar uma vida normal).
Causas da esquizofrenia infantil
Não se sabe exatamente o que causa a esquizofrenia de início precoce em crianças, mas supõe-se que isso ocorra da mesma forma que em adultos. Os pesquisadores indicam que pode se dever a uma combinação de genética, a problemas de neurotransmissão cerebral e ao ambiente.
Estudos de neuroimagem indicam diferenças na estrutura do cérebro e do sistema nervoso das pessoas com esquizofrenia em comparação com as pessoas que não a apresentam. Não está claro porque em alguns casos ela começa de forma precoce e em outros não.
Fatores de risco
Embora não haja causas específicas para esse transtorno, existem certos fatores que podem desencadear a esquizofrenia infantil, tais como:
- Pai mais velho.
- Antecedentes familiares de transtorno de esquizofrenia.
- Complicações na gravidez ou no parto.
- Uso de substâncias que podem afetar a mente durante a adolescência.
Tratamento da esquizofrenia infantil
Uma vez recebido o diagnóstico, esse transtorno requer tratamento para toda a vida, mesmo que haja períodos sem sintomas. Os tratamentos para a esquizofrenia infantil incluem:
- Medicamentos, para tratar sintomas como delírios, alucinações ou pensamento desorganizado.
- Terapia psicológica, para ajudar a desenvolver habilidades para se defender ao longo da vida.
- Às vezes, hospitalização.
Os medicamentos escolhidos para as crianças costumam ser os mesmos administrados para adultos. As crianças geralmente recebem prescrições para antipsicóticos de segunda geração, pois eles têm menos efeitos colaterais do que os de primeira geração.
Nesse sentido, se a esquizofrenia infantil não for tratada, ela pode levar a outros graves problemas emocionais, comportamentais ou de saúde. Por isso a importância da sua detecção precoce e do tratamento. Algumas complicações que podem ocorrer se ela não for tratada incluem:
- Isolamento social.
- Pensamentos ou tentativas de suicídio.
- Transtornos de ansiedade.
- Depressão.
- Conflitos com a família.
- Abuso de substâncias.
- Dificuldade para viver de forma independente.
- Problemas de saúde.
- Comportamentos agressivos.
- Automutilação.
Sobre a esquizofrenia infantil…
Como vimos, a esquizofrenia infantil não é um transtorno muito comum em crianças, mas pode ocorrer. Por esse motivo, é importante detectá-la e tratá-la de forma precoce para controlar esse transtorno antes que apareçam complicações mais sérias.
O tratamento médico precoce é crucial para regular e reduzir os episódios psicóticos, que podem ser muito difíceis de lidar, tanto para os pais quanto para as crianças. Esses tratamentos precisam ser consistentes para que os sintomas melhorem e para que as crianças possam ter qualidade de vida a longo prazo.
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