A fecundação: tudo o que você deveria saber

A fecundação: tudo o que você deveria saber

Última atualização: 18 dezembro, 2017

A fecundação é o processo pelo qual a célula reprodutora feminina, o óvulo, e a masculina, o espermatozoide, se fundem para criar um novo ser, único e insubstituível.

A fecundação humana é um processo complexo no qual entram em jogo muitos elementos e fatores. É a fusão de um óvulo e um espermatozoide para criar um novo ser, único e diferente em relação a todos os outros que existem. Dessa união surge o embrião e, quando implantado corretamente, acontece a gravidez.

Como ocorre a fecundação

No seres humanos, esse processo é interno. Ou seja, ocorre no interior do corpo da mulher, mais especificamente nas trompas de Falópio. Essa é a chamada fecundação natural ou in vivo.

No entanto, esse tipo de fecundação nem sempre é possível. Por esse motivo, desenvolveu-se a reprodução assistida, na qual a fecundação é realizada em laboratório. Também é conhecida como fecundação artificial ou fecundação in vitro.

A seguir, vamos detalhar as etapas desse complexo processo. Desde a existência separada dos gametas (células sexuais) até sua união e a implantação do embrião, podemos identificar quatro fases.

1.- Os espermatozoides se dirigem ao óvulo

“Dentre centenas de milhares de espermatozoides, apenas um vai conseguir entrar e fecundar o óvulo”

Durante a relação sexual, os espermatozoides entram na vagina. A vagina é um meio ácido prejudicial para eles, por isso migram. Através do colo uterino, chegam ao útero e, em seguida, às trompas de Falópio, onde se encontra o óvulo.

Nas trompas, os espermatozoides conseguem sobreviver entre 48 e 72 horas. Fora do corpo da mulher, a vida deles se reduz a menos de 24 horas. Isso significa que a fecundação pode ocorrer, então, dois ou três dias depois da relação sexual.

a fecundação

O sêmen contém centenas de milhares de espermatozoides.  No entanto, apenas uma centena deles vão conseguir chegar ao lugar em que está o óvulo, o resto morre no caminho. E dentre esses “sobreviventes”, apenas um vai conseguir entrar no gameta feminino e realizar a fecundação.

2.- União do óvulo e do espermatozoide

Ao entrar no óvulo, o espermatozoide perde a cauda e funde seu núcleo com o da célula feminina. Dessa união nasce a primeira célula do embrião: o ovo fecundado ou o zigoto. Nele está contida toda a informação genética única: desde o sexo até a cor dos olhos e do cabelo do bebê.

Em relação ao óvulo, ao ocorrer a fecundação, este tem sua estrutura química alterada. A membrana que o rodeia, até então permeável, fecha a passagem, impedindo a entrada de outros espermatozoides. Se mais de um gameta masculino entrasse, a fecundação seria inviável.

3.- Viagem do zigoto ao útero

Nas trompas de Falópio, há uma espécie de pelinhos, chamados de cílios vibráteis. Graças ao movimento deles e dos impulsos musculares da trompa, o ovo fecundado se movimenta. O deslocamento até o útero vai demorar de três a quatro dias.

Durante essa viagem, o zigoto vai começar seu desenvolvimento e sua evolução. Algumas horas depois da fecundação, ele vai se dividir em duas células e vai continuar se dividindo em partes iguais. Quando chega à cavidade uterina, já possui 16 células.

No entanto, ao chegar ao útero não se acomoda de imediato, pois ainda não atingiu o desenvolvimento necessário. Ele vai ficar dois ou três dias livres, passando por novas modificações antes de se estabelecer na mucosa uterina.

4.- Implantação

“Apenas 30% dos embriões consegue se implantar com sucesso no útero materno”

A implantação ocorre 7 dias após a fecundação. Normalmente, vai acontecer aproximadamente 21 ou 22 dias depois do início da última menstruação. O zigoto se situa sobre o endométrio e se adere fortemente, como uma ventosa.

a fecundação

A camada exterior do ovo cria uma espécie de ninho e forma o trofoblasto, uma membrana que vai dar origem à placenta. A placenta vai nutrir e proteger o bebê durante a gestação. A partir desse momento, o desenvolvimento do embrião se torna constante.

A fecundação de gêmeos

Ao contrário do que se afirma nas crenças populares, os gêmeos idênticos não são produto da fecundação de um óvulo por dois espermatozoides. Os mecanismos da fecundação impedem isso, pois o embrião resultante seria inviável.

Para que possam nascer gêmeos idênticos, o processo é igual ao que ocorre para um único embrião. Entretanto, às vezes e devido a causas desconhecidas, o embrião se divide em dois, dando origem a dois bebês geneticamente idênticos. Isso implica que eles também serão obrigatoriamente do mesmo sexo.

Por outro lado, a origem dos gêmeos fraternos é diferente. Nesse caso, ocorre a fecundação de dois óvulos diferentes, cada um por um espermatozoide. Portanto, o desenvolvimento dos embriões vai ocorrer da mesma maneira de quando há apenas um. Os gêmeos fraternos não serão geneticamente idênticos nem precisam ter o mesmo sexo.


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