O que fazer se meu filho sofre de ectopia testicular?

O que fazer se meu filho sofre de ectopia testicular?
Nelton Ramos

Revisado e aprovado por o médico Nelton Ramos.

Escrito por Gladys González

Última atualização: 27 dezembro, 2022

Se você é mãe de um menininho e percebeu que os testículos dele não estão claramente visíveis e que você precisa apalpar a região inferior do abdômen e o saco escrotal para encontrá-los é possível que seu filho tenha ectopia testicular. Isso não significa que ele sofre de uma doença que não tem tratamento. Preste atenção! A seguir vamos dizer o que você pode fazer e a quem deve pedir auxílio.

Alguns meninos não nascem com os testículos dentro do saco escrotal. Seus testículos, na verdade, se encontram escondidos no caminho que vai da virilha ao saco escrotal. Essa anomalia é denominada ectopia testicular e está associada à idade gestacional na qual o bebê nasceu. Pelo menos 30% dos bebês prematuros do sexo masculino podem apresentá-la.

Essa porcentagem diminui nos bebês que nasceram no tempo esperado. Entre estes, apenas de 3 a 9% apresentam ectopia testicular. Entretanto, é preciso esclarecer que as causas dessa anomalia ainda não foram completamente descobertas. Há casos que ocorrem devido a hérnias inguinais, enquanto outros estão vinculados a problemas de caráter hormonal.

ectopia testicular

Um fator a ser levado em consideração é que quanto mais acima estiverem escondidos os testículos ou mais difícil for chegar a eles maiores serão as possibilidades de ser uma criptorquidia. Ela só pode ser corrigida por meio de uma intervenção cirúrgica.

Pelo menos 30% dos meninos que nascem prematuros apresentam ectopia testicular

Apesar de ser um problema relacionado à descida dos testículos a ectopia não tem porquê se transformar em uma dor de cabeça para os pais dos pequenos que apresentam essa condição. O indispensável é ter conhecimento sobre o que fazer para corrigir esse problema com a ajuda de um especialista.

Ectopia testicular

Se você perceber que o saco escrotal do seu filho não está volumoso devido à descida imperfeita dos testículos, ou se perceber que um dos testículos dele aparenta ser maior que o outro deve consultar o pediatra. Somente um médico poderá avaliar se você deve recorrer a um especialista em endocrinologia ou a um cirurgião.

O especialista vai se encarregar de apalpar detalhadamente a região do saco escrotal e da virilha. Em seguida ele vai realizar exames que incluem imagens para determinar se trata-se de um dos seguintes casos:

Testículos que não descem devido a uma condição congênita: esse é o diagnóstico de quando os testículos não chegaram a ocupar os sacos escrotais desde o nascimento do bebê.

É possível que eles tenham ficado na metade do caminho da descida e que não tenham conseguido descer por completo. Nestes casos, os testículos podem ser apalpados, mas não cedem à pressão.

Testículos que não descem devido a uma condição adquirida: Faz referência aos testículos que estavam dentro do saco escrotal quando a criança nasceu, mas que com o passar dos meses se retraíram devido a um ato reflexo do cordão espermático.

Você deve consultar um especialista rapidamente para descobrir o diagnóstico.

Testículos retráteis:

São os testículos que não conseguem se fixar no escroto. Eles sobem e descem de acordo com a pressão exercida manualmente ou quando a temperatura está alta. Este caso é mais simples já que os testículos não se encontram obstruídos no canal de descida. Eles sobem somente devido a um reflexo que os contrai, mas logo descem por conta própria.

Testículos ectópicos: Nestes casos, os testículos estão permanentemente fora do saco escrotal e não se localizam no canal de descida. Sua localização incorreta pode ser subcutânea ou inguinal.

Testículos criptorquidicos:

Estes casos merecem mais atenção, pois se tratam de testículos que não podem ser apalpados nem no escroto nem no trajeto de descida. Eles permanecem na região abdominal ou se atrofiaram quando o bebê estava na barriga da mãe.

ectopia testicular

Riscos de ectopia testicular

Os casos que pressupõem riscos são os que apresentam testículos que não querem descer, se encontram fora do canal de descida ou não se reacomodam nos primeiros anos de vida da criança e podem levar à infertilidade na idade adulta.

Soluções:

Nos casos ectópicos e criptorquidicos o cirurgião e o endocrinologista podem indicar um tratamento hormonal que aumenta a produção de testosterona. Esse tratamento vai aumentar o tamanho dos genitais. Se os testículos não conseguirem descer após o tratamento a equipe médica vai optar por realizar uma pequena intervenção cirúrgica para recolocá-los no saco escrotal.

Se em dois anos os testículos ainda não tiverem conseguido chegar ao saco escrotal você deve optar por uma cirurgia inguinal ou uma laparoscopia, de acordo com o caso. O importante é corrigir a tempo a anomalia antes que o testículo atrofie e acabe comprometendo a eficiência do cordão espermático.

Se seu filho tem um dos sintomas descritos, pergunte ao pediatra sobre a necessidade de recorrer a um endocrinologista ou um cirurgião. Você não deve se preocupar demais nem ficar aflita, mas agir com rapidez para descobrir o diagnóstico e saber o que fazer para corrigir o problema que certamente não vai causar um problema maior.


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Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.