Frustração e desenvolvimento da linguagem infantil: como estão relacionados?
Em seu desenvolvimento, a linguagem passa por diferentes etapas: balbucios, sons guturais, as primeiras sílabas que se repetem. Aos poucos, começa a tomar novas formas. Mas, para que isso aconteça, as crianças devem ser expostas à fala desde cedo e receber estímulos adequados para isso, mesmo que não entendam completamente o que lhes está sendo dito.
A linguagem é uma ferramenta fundamental para nos expressarmos e sua gestão torna-se um recurso necessário para gerenciar emoções, tomada de decisões e outras funções importantes.
Então, vamos ver como a frustração e a linguagem estão relacionadas.
Desenvolvimento da linguagem em crianças: o que devemos saber
Quando pensamos no desenvolvimento da linguagem, devemos saber que estamos lidando com um processo complexo e gradual que envolve muito mais do que combinar palavras ou produzir sons.
A fala nos permite compartilhar e nos comunicar com os outros e expressar como nos sentimos. Por isso, o desenvolvimento da linguagem representa um grande desafio, pois é um veículo que também nos ajuda a organizar nosso universo emocional.
Por um lado, vale a pena compreender que no momento de aprender a comunicar existe toda uma base biológica que lhe serve de suporte. Assim, é fundamental determinar que tudo funcione corretamente e que não haja desordem que impeça o curso de seu desenvolvimento. E, se houver, o objetivo deve ser o de fornecer as ferramentas necessárias para adequar a comunicação corretamente.
Por outro lado, devemos saber que a linguagem se aprende com a prática e, portanto, manter um ambiente rico em palavras serve como ponto de partida para o seu bom desenvolvimento.
Frustração e desenvolvimento da linguagem infantil: como estão relacionados?
Quando estamos frustrados, nos deparamos com uma “explosão emocional” iminente: o cérebro é “hackeado” por nossas emoções e isso dificulta a elaboração de uma resposta aceitável. Nesse sentido, como adultos, é importante saber identificar esses momentos e ajudar as crianças a entender o que está acontecendo com elas. Gerenciar suas emoções é fundamental para conseguir passar pela frustração e encontrar as melhores formas de expressão.
Por exemplo, quando confrontadas com uma situação desconfortável, as crianças acham um grande desafio conseguir colocar em palavras o que está acontecendo com elas e, em vez disso, batem, gritam ou choram. Ou seja, elas substituem palavras por ações. Até que elas se acalmem, quando tentam dizer alguma coisa, possivelmente sairá uma frase que reforça ainda mais o problema: “Sou uma burra por cair da bicicleta, sou uma inútil”.
Como podemos ver, a frustração pode ser um obstáculo no desenvolvimento da linguagem e da comunicação. Por isso, é essencial acompanhar as crianças para se acalmarem para que elas possam então dar lugar à expressão.
Algumas dicas adicionais sobre frustração e linguagem
Os adultos são as principais referências no desenvolvimento das crianças. Portanto, tudo o que os pequenos veem, percebem e ouvem dos mais velhos, está “à mão” para repetir quando precisarem. Nesse sentido, é fundamental ser os reguladores em um momento de crise e evitar o uso de expressões de ameaça ou punição, pois estas tendem a deixá-los mais nervosos.
Por outro lado, também é importante conversar com eles para que se familiarizem com a linguagem e seu uso. Uma das medidas é tornar gradualmente a comunicação mais complexa. Por exemplo, quando são bebês e apontam para algo – como um cachorro, por exemplo -, reforce com a palavra e diga ” Isso é um cachorro, você gosta deles, certo? “. À medida que crescem, essa ideia pode ser expandida e enriquecida.
Além disso, precisamos dar tempo às crianças para se expressarem e devemos levar em consideração algumas dicas:
- Não complete suas ideias.
- Não responda no lugar delas.
- Evite agir até que elas terminem de pedir o que precisam.
- Respeite seus processos.
- Desafie-as a serem capazes de comunicar algo do início ao fim.
Você também pode ler histórias ou cantar para as crianças. Essas são maneiras divertidas de ajudá-las a entrar em contato com as palavras e desenvolver sua imaginação.
Por fim, ao fazer uma correção, é melhor apontar a forma adequada de se expressar, em vez de destacar o erro. Vejamos um exemplo: Juan diz ao pai “A janela foi aberta pelo vento”. Nesse caso, o ideal é que seu pai lhe diga “Você tem razão, o vento forte abriu a janela”.
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O desenvolvimento da linguagem envolve muito mais do que aquilo que dizemos
Pensar no desenvolvimento da linguagem em toda a sua complexidade nos permite adaptar as ferramentas necessárias para facilitar a sua aprendizagem. Na escolha das palavras que usamos, nos tons de voz ou nos silêncios, há muito mais informação do que simplesmente o que dizemos. Estar ciente da versatilidade e riqueza da linguagem tornará mais fácil para nós comunicarmos o que queremos.
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