A hora sagrada que fortalece os laços afetivos
A criação dos laços afetivos com o bebê começa muito antes do parto e continua durante muito tempo. Por isso, deve-se cuidar o máximo possível de todo o processo, pois não esqueçamos que a maternidade começa desde que a mulher se sente mãe.
Assim, o parto e o pós-parto são momentos especialmente delicados, já que a sensibilidade que brota no ambiente marcará de maneira muito profunda tanto a mãe quanto o bebê, colocando os primeiros ladrilhos dos pilares que sustentarão esse relacionamento.
Nestes instantes os corpos de ambos se inundam de prolactina, oxitocina e betaendorfinas; ou, o que dá no mesmo, de substâncias neuroquímicas denominadas “as moléculas da afiliação ou do amor”.
Digamos que em condições normais, neste momento ocorre uma espécie de paixão, ou seja, um apaixonamento da mãe para com o bebê recém nascido. Por sua vez, o bebê confia e sente sua mãe como seu lar, fomentando o vínculo afetivo.
A importância do primeiro momento: o nascimento
Há alguns anos o costume era envolver rapidamente os recém-nascidos, mostrá-los rapidamente à mãe e levá-los para a incubadora. Enquanto isso, a mãe rogava por uns minutos para abraçar sua pequena criatura.
Imagine o que supõe este trato tão frio para uma pequena criatura que esteve 40 semanas escutando os relaxantes batimentos do coração de sua mãe enquanto se banhava no líquido quente às escuras?
Com o passar do tempo a ciência se deu conta de que o melhor aquecedor é o regaço de uma mãe. Assim, se ela o abraça e coloca em contato com sua pele, não só ajudará a fortalecer o vínculo desde o primeiro momento, como também começará seu processo de imunização, pois o bebê poderá ser colonizado pelas bactérias que vivem na pele de sua mãe.
Neste mesmo sentido, não podemos nos esquecer da importância do pai no momento do nascimento. Quanto mais participativo ele for, mais engajado e comprometido ficará com a experiência de ser testemunha da maravilha do nascimento de sua criação.
O contato físico, o pilar fundamental do desenvolvimento do recém nascido
Como comentamos, tanto a gravidez quanto o nascimento produzem uma forte conexão entre os sistemas neurológico, endócrino e imunológico da mãe e da criança, pré-dispondo sua saúde emocional e física.
Uma das principais formas de aprendizagem é através do contato físico e das carícias. Graças a isso o bebê desenvolve sua capacidade de amar e confiar. Assim, é um período no qual por instinto maximizamos o contato, comunicando-nos através de abraços e expressões de proximidade.
Digamos que através destes comportamentos oferecemos aos nossos filhos sua primeira lição de inteligência emocional. Ainda sem serem conscientes daquilo que fazemos, lhes estamos dizendo que tudo está bem, que estão protegidos e que o mundo é um lugar seguro para eles.
A hora sagrada depois dar a luz
A maior parte dos especialistas recomendam que após o parto se respeito o que é denominado como “a hora sagrada” ou, o que é o mesmo, uma hora na qual a mãe e o bebê permanecem em contato pele com pele sem nenhum tipo de interferência (limpezas, medições, exames, etc…).
Os especialistas asseguram que o contato pele com pele entre a mãe e o bebê estabiliza a respiração e a oxigenação do corpinho da criança, mantém os níveis de glicemia e pressão arterial adequados, reduzem os hormônios do estresse, diminuem o choro e facilitam o início da lactação, o que reduz o risco de hipotermia por sua capacidade de regular a temperatura do corpo.
Assim, esta hora sagrada não só facilita a estabilização e regulação dos diferentes níveis fisiológicos, como também potencializa o cunho emocional, favorecendo de maneira totalmente natural o vínculo entre a mãe e seu bebê.
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