Infecções vaginais: prevenção e tratamento na gravidez

Entre 20 e 30% das mulheres grávidas sofrem de infecções vaginais durante a gravidez. Se não forem tratadas a tempo, podem ter consequências graves para o bebê. Descubra como evitá-las.
Infecções vaginais: prevenção e tratamento na gravidez
Leidy Mora Molina

Escrito e verificado por a enfermeira Leidy Mora Molina.

Última atualização: 09 janeiro, 2024

As infecções vaginais podem aparecer durante a gravidez devido a certos fatores que predispõem a mãe a padecê-las. Infelizmente, elas têm a particularidade de poderem ser muito graves para o bebê se não forem tratados a tempo.

Essas infecções também são conhecidas como vaginite ou vulvovaginite e afetam a parte externa do sistema reprodutor feminino. Dessa forma, causam inflamação e irritação das paredes vaginais. A vaginite pode aparecer devido a substâncias químicas que irritam os tecidos ou devido à invasão de microrganismos patogênicos, como bactérias, fungos ou vírus. A vaginose bacteriana e a candidíase vaginal são as infecções mais frequentes durante a gravidez.

Por outro lado, devemos enfatizar que o bebê está protegido dentro do útero e separado do canal vaginal pelo tampão mucoso. Isso significa que o pequeno não tem contato com bactérias ou outros microrganismos que estão na área genital materna. No entanto, se as infecções vaginais não forem tratadas prontamente, elas podem invadir os tecidos próximos (como o saco amniótico) e ter consequências indesejáveis na gravidez. Você quer saber mais sobre este tema? Continue lendo!

Causas das infecções vaginais

Durante a gravidez, nosso corpo modifica temporariamente algumas funções para permitir o bem-estar do bebê dentro do útero. Um dos tecidos mais afetados é o canal vaginal, pois há uma alteração no equilíbrio químico natural da vagina, como consequência da ação hormonal. Isso gera uma diminuição do pH (ou maior acidez local) e afeta diretamente a flora vaginal, o que se traduz em maior vulnerabilidade à entrada de microrganismos no organismo materno.

Nesse sentido, a flora vaginal (ou bactérias protetoras) é afetada e não consegue desempenhar suas funções com eficácia. Consequentemente, há uma diminuição dos fatores protetores da vagina, o que aumenta o risco de sofrer infecções por vírus, fungos e bactérias.

Somado a isso, a atividade hormonal também faz com que a mãe sofra alterações no sistema imunológico. Assim, há uma diminuição de suas defesas para evitar a rejeição materno-fetal, aumentando o risco de infecções.

Em alguns casos, a mudança nas características do corrimento vaginal é o único sintoma de infecção. Por isso, é importante que você consulte seu ginecologista em caso de dúvidas.

Sintomas e riscos

Os sintomas das infecções vaginais dependem do patógeno que as causa e de sua virulência. Ou seja, as manifestações da vaginose bacteriana não são as mesmas de uma infecção fúngica. Entre os sintomas comuns das infecções vaginais, podemos encontrar os seguintes:

  • Coceira na área genital.
  • Corrimento vaginal abundante. Às vezes pode ficar amarelado ou esverdeado, pode ter odor e sua consistência pode engrossar.
  • Irritação vaginal.
  • Pode ocorrer sangramento vaginal leve.
  • Dor ou ardor ao urinar (disúria).
  • Dor durante a relação sexual (dispareunia).

Tratamento de infecções vaginais

O tratamento das infecções vaginais deve ser precoce, pois as consequências que podem trazer na gravidez são graves. Por exemplo, pode estimular as contrações e, assim, acelerar um trabalho de parto prematuro. Além disso, podem causar as seguintes complicações:

  • Ruptura prematura de membranas.
  • Abortos.
  • Baixo peso ao nascer.
  • Endometrite.
Antibióticos específicos são indicados para vaginose bacteriana. Já a candidíase vaginal é tratada com cremes antifúngicos tópicos e, em alguns casos, com tratamento oral.

Como prevenir infecções vaginais na gravidez

O importante é que a vaginite pode ser evitada. A simples realização de uma série de cuidados diários que permitam manter a zona íntima em condições adequadas pode ser suficiente. Aqui vão algumas dicas nesse sentido:

  • Use sabonetes de pH neutro para lavagem vaginal. Devem ser evitados aqueles fortes e com cheiro, assim como aqueles que podem ser irritantes na região.
  • Evite lavagens constantes e duchas vaginais. Isso altera a flora vaginal e o pH da região, que são necessários para evitar infecções.
  • Limite o uso de protetores diários, escolha os de boa qualidade e sem odor. Você deve trocá-los pelo menos 4 vezes ao dia.
  • Use roupas íntimas de algodão. Evite roupas apertadas, principalmente calças, pois podem causar irritação e inflamação na região genital.
  • Seque muito bem a vulva após o banho, pois a umidade favorece a colonização de microrganismos.
  • A limpeza da área após a defecação deve ser feita de frente para trás, para não arrastar as bactérias presentes nas fezes para a vulva.
  • Lave as roupas íntimas com sabão neutro ou sabão neutro sem perfume.
  • Evite produtos de higiene íntima perfumados, como sprays e desodorantes.
  • Se você pratica natação, é importante trocar o maiô por uma roupa seca ao sair da água para evitar o tempo de exposição à umidade.
  • Use preservativos ao fazer sexo se suspeitar de vaginite. Esse é um método de barreira para evitar transmiti-la ou ser infectada novamente.
  • Inclua iogurte com Lactobacillus em sua dieta, pois vários estudos os recomendam para evitar infecções vaginais.

Incorpore hábitos saudáveis e consulte o seu médico

Se você seguir essas recomendações, evitará a proliferação de microrganismos na região íntima. Claro, isso deve se tornar um hábito e ser acompanhado de uma boa alimentação. Tenha em mente que os nutrientes da dieta diária podem ajudar a fortalecer o sistema imunológico.

Se você tiver alguma dúvida sobre o assunto ou se começar a apresentar algum dos sintomas descritos acima, consulte seu médico imediatamente. O profissional se encarregará de fazer uma avaliação e você deverá seguir suas instruções ao pé da letra.


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