O jogo como terapia psicológica
No que diz respeito às crianças, a psicologia tem metodologias específicas. O jogo como terapia psicológica implica que o terapeuta se conecte com a linguagem infantil. Por meio dessas atividades, a criança começa a processar o seu estado de humor e consegue se estabelecer como sujeito em relação a si mesma e aos outros.
A transferência ou empatia entre paciente e profissional vai ocorrer quando a criança conseguir expressar, por meio do jogo simbólico, o que lhe causa raiva, medo, angústia ou incerteza.
A necessidade de expressar sentimentos é típica dos seres humanos, independentemente da idade. No entanto, a criança ainda não possui ferramentas discursivas ou cognitivas suficientes para entender os próprios sentimentos.
Uma entrevista psicológica com crianças não se baseia em perguntas e respostas diretas. Na verdade, o jogo é usado como terapia psicológica, oferecendo mecanismos teóricos que permitem que a criança se expresse espontaneamente.
O jogo como terapia psicológica para crianças
Como vimos, as atividades lúdicas permitem que as crianças expressem os seus sentimentos mais profundos de forma simbólica. Dessa forma, isso não só permite que o terapeuta acione estratégias para enfrentar o problema, como também ajuda a criança a se libertar do que a machuca ou a deixa desconfortável.
O jogo como terapia psicológica não se trata simplesmente de brincar. O profissional deve estar atento à manifestação de certas características, avaliando não apenas o jogo em si, mas também os gestos e as atitudes da criança ao brincar.
No entanto, o terapeuta infantil deve ter um papel ativo. O psicólogo deve participar do jogo, propor possíveis atividades e se envolver nas propostas dos seus pacientes. De acordo com a corrente teórica a ser seguida, haverá diferentes tipos de intervenção e de notas que o terapeuta vai observar.
Por outro lado, a terapia infantil exige constância rigorosa, bem como um período mínimo de tempo para que a criança possa jogar abertamente. Em cada situação, o terapeuta vai avaliar, por meio de entrevistas tanto com a criança quanto com os pais, a frequência e a duração estimada da terapia.
Durante o jogo como terapia psicológica, não é tão importante o tipo de brinquedo que a criança escolhe, e sim a maneira como ela brinca com ele. É por isso que o profissional geralmente tem alguns brinquedos disponíveis e convida a criança a escolher e brincar com o que ela quiser.
A influência do jogo como terapia psicológica no tratamento
Através do jogo, o terapeuta pode reunir muitas informações sobre a realidade e os sentimentos da criança. Além disso, elementos do contexto do jogo em si também são avaliados.
Entre outras coisas, é possível verificar a capacidade de abstração, o uso da linguagem, as reações durante o jogo, a inclusão ou exclusão em relação ao terapeuta ou a relação entre o jogo de uma sessão e o da próxima. Esses são alguns fatores que falam da situação do sujeito indiretamente.
“O jogo como terapia psicológica não só permite que o terapeuta acione estratégias para enfrentar o problema, como também ajuda a criança a se libertar do que a machuca ou a deixa desconfortável.”
Parte do jogo e da terapia também é a forma como a atividade começa e se encerra. Algumas crianças, por exemplo, precisam destruir o que construíram durante o período da sessão.
De qualquer forma, todas essas ações não precisam ser lineares. O terapeuta sabe que, entre as sessões, a criança experimentou várias sensações. Leva muito mais do que uma ou duas sessões para poder fazer pelo menos um relatório estimativo.
Características do jogo como terapia psicológica
As principais características do exercício lúdico como parte da terapia psicológica são as seguintes:
- Favorece o desenvolvimento emocional saudável: o trabalho de elaboração de conflitos, juntamente com a utilidade terapêutica que a compreensão do jogo representa, tornam essa metodologia um recurso indispensável.
O contexto lúdico pode promover melhorias, mesmo em crianças diagnosticadas como autistas. Nesses casos, apesar de não se envolverem no jogo abertamente, elas podem entender e verbalizar o que sentem. A dinâmica da terapia através do jogo produz um apelo diferente para cada criança.
- Para a criança, o jogo serve como uma ponte entre a realidade e a fantasia: através de um brinquedo, a criança poderá experimentar os seus medos, expressá-los e, por fim, superá-los. Nessas terapias para crianças são usados desde brinquedos diversos até ‘jogos de inteligência‘ para os mais velhos.
- Através do jogo como terapia psicológica, também é possível promover uma melhor adaptação da criança ao seu ambiente.
Em conclusão, a criança que experimenta o jogo como terapia psicológica gradualmente supera os seus medos e ganha confiança em si mesma e no ambiente em que vive.
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