O que é o autismo?
O autismo ou transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição que afeta a capacidade de se comunicar e interagir com outras pessoas. Por sua vez, isso também influencia no processo de aprendizagem e adaptação da criança à sociedade.
Os sintomas dessa doença neurológica podem ser muito variados e apresentar vários níveis, desde leves até mais graves. Geralmente, as crianças autistas podem ter problemas para se comunicar. Além disso, também é possível que não olhem nos olhos quando falamos com elas. Ou que tenham interesses muito limitados e comportamentos repetitivos que incluem dedicar muito tempo a organizar objetos e repetir uma frase quase sem parar.
Tais pessoas “parecem estar em seu próprio mundo”. Por isso, muitas vezes os pais de uma criança autista são os primeiros a perceber que algo diferente acontece com seu filho. Eles notam um comportamento pouco comum e também percebem que a criança não é capaz de atingir de forma adequada os marcos do desenvolvimento infantil.
Existem pais que declaram que perceberam que o seu filho é diferente desde no nascimento, enquanto outros afirmam que seu filho se desenvolvia normalmente, mas foi perdendo as habilidades com o passar do tempo. É muito importante estar atento aos sinais de desenvolvimento do seu filho. Assim, o ideal é procurar ajuda se você tiver preocupações quanto ao desenvolvimento do seu bebê.
Causas do autismo nas crianças
Até agora as causas desta desordem neurológica complexa não são conhecidas. No entanto, é possível que fatores genéticos e ambientais tenham algum efeito nesta doença.
Alguns cientistas descobriram que certos genes estão relacionados com o desenvolvimento do autismo. Há também estudos que evidenciam algumas irregularidades em várias áreas do cérebro em pessoas autistas.
Até agora sabe-se que essa desordem pode ser apresentada em pessoas de qualquer etnia, cultura ou condição socioeconômica. No entanto, a incidência em homens é quatro vezes maior do que nas mulheres. Há estatísticas que revelam que 5 em 10 mil pessoas sofrem de autismo clássico em nível mundial.
Sintomas que podem ajudar no diagnóstico
Primeiros indicadores:
- A criança não balbucia nenhuma palavra no primeiro ano de vida
- Não segura nenhum objeto até os 12 meses
- Não responde ao seu nome
- Não pronuncia palavras até os 16 meses. Ou frases de duas ou mais palavras até, mais ou menos, os 2 anos
- Não estabelece um contato visual
- Alinha brinquedos ou outros objetos de maneira excessiva
- Não sorri, nem mostra receptividade social
Indicadores mais tardios:
- Não tem interesse em fazer amigos
- Não é capaz de iniciar ou manter uma conversa
- É pouco imaginativa na hora de brincar
- Usa uma linguagem repetitiva
- Tem rotinas e qualquer tentativa de modificá-las gera grande angústia
- Demonstra apego excessivo a determinados objetos
O diagnóstico precoce garante uma atenção adequada
Como na maioria dos casos em que a saúde está em jogo, um diagnóstico a tempo influencia nos cuidados na primeira infância. A criança pode se beneficiar da grande variedade de terapias existentes e de um ambiente educacional adequado. Se essas terapias forem aplicadas por pelo menos dois anos durante a etapa pré-escolar, podem resultar em melhorias significativas em muitas crianças.
A maioria das terapias focam no desenvolvimento de habilidades de comunicação, socialização e cognitivas. Muitas delas tem um resultado muito positivo e embora até agora não haja nenhum tratamento 100% eficaz, o ambiente educacional adequado ajuda a melhorar os sintomas. Por essas razões, é imprescindível que os pais procurem uma terapia o mais cedo possível.
Os transtornos do espectro do autismo, incluindo o que era conhecido como síndrome de Asperger e o transtorno generalizado não especificado, podem ser diagnosticados formalmente aos 3 anos de idade. No entanto, existem pesquisas que estão diminuindo a idade de diagnóstico para os 6 meses de idade.
Se você suspeita que seu filho seja autista, o ideal é que ele seja submetido a uma avaliação integral. Essa avaliação deve contar com um psicólogo, um neurologista, um psiquiatra e um terapeuta da linguagem, entre outros especialistas capacitados para diagnosticar crianças autistas.
O processo de diagnóstico também inclui um questionário para os pais. Pois o objetivo é recolher o máximo de informação possível sobre o comportamento e o desenvolvimento da criança. Portanto, é essencial que os pais que suspeitam que o filho seja autista procurem um especialista ou o pediatra o mais rápido possível. A melhor forma de ajudar uma criança autista é fazer um diagnóstico precoce para que ela seja tratada da forma mais adequada possível.
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