12 sinais de alerta para detectar abuso sexual infantil

O abuso sexual infantil pode ser evitado se as crianças receberem informações adequadas sobre privacidade e cuidados com seus corpos. Aqui nós vamos mostrar como fazer isso.
12 sinais de alerta para detectar abuso sexual infantil

Última atualização: 22 fevereiro, 2022

Muitas vezes, o abuso sexual infantil se reduz ao estupro ou a uma ação específica sobre o corpo de um menor. No entanto, esse crime pode ser muito mais sutil e, por isso, seu perigo.

O abuso começa desde o momento em que a exposição a imagens impróprias se disfarça de brincadeira, até a abordagem de temas eróticos ou sexuais não condizentes com a idade e o exibicionismo da criança. Da mesma forma, ocorre quando o consentimento de menores não é levado em consideração e se age contra a vontade deles.

Nesse crime a penetração nem sempre é alcançada, mas os limites do menor são ultrapassados. Por sua vez, a figura da autoridade é utilizada ou a criança é manipulada e enganada para conseguir o que se deseja.

Portanto, a prevenção do abuso sexual infantil deve começar desde cedo, com mensagens claras que empoderem as crianças e forneçam informações e ensinamentos necessários para estabelecer limites.

Vejamos abaixo os sinais de alerta para detectar o abuso sexual infantil e o que fazer quando há suspeita de um caso.

Menina vítima de abuso infantil, olhando pela janela.

Detectar sinais de abuso sexual infantil

Os sinais de abuso sexual infantil podem ser físicos, comportamentais, psicológicos ou emocionais. Alguns deles são mais específicos (ou seja, referem-se diretamente ao abuso), enquanto outros podem ser indiretos. Fique atento aos seguintes sinais:

  1. Alterações na forma de andar ou até mesmo manifestar dor ao sentar ou deitar. Às vezes, também aparecem manchas na roupa íntima.
  2. Infecções sexualmente transmissíveis em crianças ou adolescentes que não iniciaram relacionamentos. Em geral, geralmente são diagnosticadas por um médico.
  3. Alterações no comportamento alimentar: a criança não quer comer (o mais frequente) ou tem apetite voraz.
  4. Aparecimento de dor atípica na criança: como na boca do estômago ou na cabeça.
  5. Comportamentos regressivos, como não conseguir dormir com a luz apagada, voltar a fazer xixi em si mesmo, entre outros.
  6. Dificuldades relacionadas ao sono: pesadelos, insônia, terror noturno.
  7. Necessidade de estar próximo, permanentemente, de certos adultos, inclusive manifestando angústia ao se separar deles.
  8. Recusa de estar com certas pessoas ou mudança de comportamento quando essa pessoa aparece (nervosismo, choro, palidez)
  9. Choro, raiva ou angústia sem explicação aparente. Por vezes, aparecem comportamentos violentos e alguma agressividade.
  10. Dificuldades escolares, como falta de concentração ou mau comportamento, entre outras.
  11. Atitude hipersexualizada em brincadeiras, no trato com os outros ou em desenhos. Além disso, uso de vocabulário erótico, inadequado ou não esperado para a idade.
  12. Retraimento e isolamento: a criança fica num canto e não tem interesse em brincar.



Como intervir nos sinais de alerta de abuso sexual infantil

Em primeiro lugar, é importante fornecer apoio emocional e apoio à criança que foi abusada. O que você tem que transmitir a ela é que não é culpa dela, que ela não é responsável pelo que aconteceu.

Além disso, evite expressões de raiva ou angústia na frente dela, pois esse tipo de comportamento é o que inibe a criança de pedir ajuda. Da mesma forma, será muito importante reforçar a ideia de que ela foi muito corajosa ao decidir contar o que aconteceu.

É fundamental que o adulto esteja disponível e transmita segurança, garantindo que vai acompanhá-la e protegê-la para que o evento não se repita. A escuta ativa e atenta é essencial.

Além disso, será importante ajudar a criança a acalmar sua angústia e seu medo, principalmente quando for ameaçada e manipulada por seu agressor. Por exemplo, “Eu vou fazer algo com sua irmãzinha se você falar com sua mãe.” Como resultado de eventos como esse, a criança tende a manter o segredo por muito tempo por medo de que outra pessoa seja prejudicada.

Claro que também é necessário verificar se a criança precisa de algum tipo de assistência médica imediata ou se certas medidas de proteção devem ser reforçadas.

Criança com as mãos para cima vítima de abuso infantil.



A prevenção é fundamental: comece hoje mesmo!

O abuso sexual infantil pode ser prevenido através da educação precoce das crianças com uma abordagem abrangente da sexualidade. Não se trata de educar com medo, mas de fazer isso com base no autocuidado e no respeito ao próprio corpo e ao dos outros.

Embora muitos adultos se oponham e pensem que sexualidade é igual a sexo, as respostas que as crianças não encontram em casa são aprendidas em outros lugares. Portanto, é melhor fornecer uma abordagem informada, consciente e responsável, que lhes dê as melhores ferramentas para o futuro.

Algumas das dicas para ajudar a criança a evitar o abuso são as seguintes:

  • Saiba que a sexualidade abrange um amplo espectro de temas, que são abordados de forma diferente dependendo da idade. Cuidado com o corpo, afeto, direito à privacidade e respeito aos limites são algumas das noções importantes que devem ser instauradas desde cedo. Dessa forma, as crianças devem aprender a dizer não quando não gostam de algo e evitar se sentir “prisioneiras” ou forçadas a responder de determinada maneira, apenas porque é um adulto que exige.
  • As redes sociais e o uso da internet hoje implicam uma fonte de aprendizado, mas também carregam o risco potencial do grooming. Nesse sentido, é importante educar nossos filhos para o uso seguro e responsável da tecnologia.

Como você viu, há muito o que fazer e você pode começar hoje mesmo. Nunca é cedo demais e, no futuro, seus filhos vão agradecer.


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