Como detectar abuso psicológico infantil?

A gravidade do abuso psicológico depende de alguns fatores específicos, mas sempre deixa rastros negativos na mente dos pequenos.
Como detectar abuso psicológico infantil?

Última atualização: 22 fevereiro, 2022

O abuso psicológico infantil é mais comum do que se pensa. Muitas vezes são comportamentos disfarçados de sutilezas que escondem certa violência, como “castigos educativos”.

Fenômenos como esses são encontrados em milhares de casas e espaços onde há crianças. E, de fato, os casos de abuso infantil aumentaram consideravelmente devido ao isolamento da pandemia.

No entanto, existem indicadores que nos permitem abordar esse problema com base na prevenção e na intervenção oportuna. Você quer conhecer quais são?

O que é o abuso infantil?

O abuso infantil é qualquer ação ou omissão que possa prejudicar o desenvolvimento integral da criança, seja no plano físico, psicológico, emocional ou social.

Por esse motivo, o abuso pode assumir várias formas, algumas mais visíveis do que outras. Por exemplo, a negligência (desatenção, indiferença, negligência das necessidades e demandas), a exploração, o abuso (sexual, psicológico ou físico) e a indução de doença ou a invenção de tal condição no menor.

De acordo com diferentes investigações, existem diversos fatores de risco que aumentam a possibilidade de crianças serem abusadas. Dentre eles, destacam-se:

  • Fatores ambientais: instabilidade econômica, isolamento familiar, desemprego dos pais.
  • Fatores relacionados aos pais: consumo problemático de substâncias, histórico pessoal de abuso na infância, desconhecimento sobre o desenvolvimento infantil, estilo parental autoritário, pais adolescentes.
  • Características da criança: condições de saúde que implicam em maior vulnerabilidade ou requerem muito cuidado, como doença crônica ou distúrbio do desenvolvimento.

É importante notar que a presença de um fator de risco não significa necessariamente que exista abuso infantil. Mas a combinação desses elementos favorece o surgimento dessa condição no lar.

Por fim, vale ressaltar que o abuso psicológico infantil não ocorre apenas no âmbito familiar, mas também em ambientes institucionais.

Menina fechando os olhos para não ver os pais brigando.

Tipos de abuso infantil

Existem diferentes tipos de abuso infantil: o abuso físico ou sexual, a negligência e o abuso psicológico ou emocional.

Com relação ao abuso psicológico, ele atende a uma série de requisitos, como os mencionados a seguir:

  • A criança recebe insultos e ameaças com frequência.
  • Ela tem medo ou se sente obrigada a realizar certas ações, mesmo contra sua vontade.
  • Recebe punição física ou psicológica frequente.
  • Permanece em isolamento.
  • Carece de oportunidades ou possibilidades de se desenvolver, crescer e alcançar o estado de bem-estar.
  • É vítima de humilhações por sua aparência, sua personalidade, as coisas que faz ou não faz.
  • É ridicularizada ou qualificada pejorativamente.
  • Experimenta a indiferença ou a rejeição implícita ou explícita de seus cuidadores.
  • É testemunha de abuso ou violência entre seus pais.

Indicadores de abuso psicológico infantil

O abuso infantil pode ser detectado de diferentes maneiras, embora a forma mais óbvia seja observando o comportamento da criança. Nesse sentido, quando as mudanças ocorrem de forma abrupta, sem motivo aparente, devem chamar nossa atenção.

Alguns dos indicadores que explicam a presença de abuso psicológico infantil são os seguintes:

  • Ansiedade e nervosismo permanentes.
  • Timidez excessiva.
  • Desconforto na presença de outros adultos.
  • Tristeza, desânimo, preguiça, pouco interesse pelas atividades.
  • Agressão, raiva, reações excessivas de raiva com seus colegas.
  • Dificuldades relacionadas ao sono.
  • Regressão a alguns comportamentos típicos de fases anteriores.
  • Problemas alimentares.
  • Mudanças no desempenho escolar.

Claro, esses indicadores não são exclusivos de abuso, mas podem ser sintomas de outras condições de saúde. Portanto, é importante passar um tempo com a criança para identificar o que está acontecendo com ela.

Por sua vez, a consulta profissional pode ser útil para fazer o diagnóstico diferencial e identificar a possível causa de seu comportamento ou desconforto.

Consequências do abuso psicológico infantil

As consequências do abuso psicológico infantil são graves em todos os aspectos da vida das crianças, pois os danos ocorrem em um estágio de desenvolvimento pleno.

Porém, sua maior ou menor gravidade depende de alguns fatores individuais, como a idade da criança, o tipo de abuso e sua cronicidade.

Algumas das consequências mais notórias são expressas nas seguintes esferas da criança:

  • Cognitiva: manifesta-se por meio de dificuldades de aprendizagem.
  • Psicológica: vêm à tona como problemas comportamentais, dificuldades de autorregulação ou indícios de baixa autoestima.
  • Orgânica: surgem lesões no cérebro que podem afetar o neurodesenvolvimento da criança.

Então, o que podemos fazer para prevenir o abuso psicológico infantil?

Para tratar bem nossos filhos, devemos demonstrar afeto e disponibilidade. Da mesma forma, devemos proporcionar experiências de aprendizagem variadas, estar atentos às suas necessidades, ouvi-los e prestar os cuidados básicos (alimentação, educação e habitação).

Essas são algumas das medidas que podem levar a uma infância protegida e com bem-estar.

O abuso não acontece de um dia para o outro

Menina olhando pela janela muito triste.

Muitas vezes se pensa que o abuso se limita ao momento em que a criança recebe uma pancada, mas na verdade esse ato é anunciado antes. Em geral, tende a se apresentar de maneiras mais sutis, mas igualmente prejudiciais e dolorosas.

É importante não normalizar certos comportamentos dos pais sob a ideia de que “estamos fazendo bem”, “para que aprendam o que é a vida” ou “é para que não cresçam mimados”.

Essas ideias, longe de promover relacionamentos saudáveis e laços de confiança, ensinam aos pequenos que eles devem estar em constante alerta e se proteger das pessoas. Na verdade, muitas dessas crianças serão as que mais tarde exercerão violência ou intimidação contra seus colegas.

Então, você deve prestar atenção a esses sinais e questionar suas próprias ideias, e até mesmo analisar sua infância para não confundir disciplina e limites com violência e abuso.


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