Síndrome do desconforto respiratório no recém-nascido
A síndrome do desconforto respiratório (SDR), também conhecida como doença da membrana hialina, é um distúrbio respiratório que ocorre principalmente em recém-nascidos prematuros.
O que é a síndrome do desconforto respiratório?
A síndrome do desconforto respiratório é caracterizada pela falta de surfactante nos pulmões e está ligada à imaturidade pulmonar. Esse agente geralmente é produzido a partir da 34ª semana de gestação.
Mas o que é o surfactante? Trata-se de um líquido composto de lipídios e proteínas que permite que os alvéolos permaneçam abertos para que possamos respirar. A sua função é reduzir a tensão superficial e impedir que eles se fechem com a saída do ar.
Dessa forma, quando há uma deficiência desse surfactante, é necessária uma pressão muito maior para abrir os alvéolos com a entrada do ar. Isso causa uma inflamação dos pulmões e a possibilidade do aparecimento de edema pulmonar. O sangue não fica bem oxigenado e, assim, a disponibilidade de oxigênio no corpo todo diminui.
A síndrome do desconforto respiratório é a causa fundamental de insuficiência respiratória em recém-nascidos prematuros, principalmente naqueles nascidos antes da 34ª semana. Quanto menor o número de semanas de gestação ao nascer, maior o risco.
Principais fatores de risco
Como já dissemos, o fator de risco mais importante para a síndrome do desconforto respiratório é a prematuridade. Além disso, outros fatores predisponentes para o aparecimento dessa síndrome são os seguintes:
- Ruptura prematura de membranas.
- Indução do parto.
- Nascimento por cesariana.
- Mãe diabética.
- Hemorragia durante o parto.
- Nascimentos múltiplos.
- Líquido amniótico meconial.
Sintomas
Os principais sintomas que aparecem em um recém-nascido com desconforto respiratório são:
- Respiração difícil com gemidos.
- Aumento da frequência respiratória.
- Movimento incomum dos músculos peitorais ao respirar.
- Abertura de narinas.
- Taquicardia.
- Cianose: pele com cor azulada.
Algumas das possíveis complicações que podem surgir se não for tratado adequadamente são:
- Distúrbios metabólicos.
- Deterioração pulmonar.
- Hipotensão.
- Hemorragias intracranianas.
- Sepse ou infecção.
- Pneumotórax: acúmulo de ar no espaço ao redor dos pulmões.
Tratamento da síndrome do desconforto respiratório
Classicamente, o tratamento é baseado na administração de surfactante e na aplicação de ventilação mecânica. Para isso, é necessária a intubação endotraqueal.
No entanto, há cada vez mais apoiadores do uso da ventilação não invasiva. Dessa forma, recém-nascidos menos afetados e com melhor prognóstico, que geralmente são os maiores ou os menos prematuros, podem simplesmente precisar da administração de oxigênio, com pressão contínua, por via nasal.
No entanto, a aplicação precoce de surfactante artificial diminui a letalidade e as complicações. Além disso, também está associada a uma menor necessidade de ventilação mecânica e tempo de intubação.
Os surfactantes artificiais mais usados nesses casos são:
- Beractanto.
- Poractanto alpha.
- Calfactanto.
- Lucinactanto.
Geralmente, com o tratamento, o prognóstico é muito bom. Graças à ventilação, os pulmões começam a produzir o surfactante por conta própria e, assim, o processo desaparece em alguns dias.
Como isso pode ser evitado?
Quando se espera que o nascimento seja prematuro, a mãe geralmente recebe glicocorticoides, como a betametasona, por exemplo. Eles ajudam no amadurecimento dos pulmões do feto, acelerando, assim, a produção do surfactante.
De fato, antes do parto, é possível avaliar o estado de maturidade dos pulmões analisando o líquido amniótico. Assim, é possível reduzir o risco de desconforto respiratório ao nascer, entre outras complicações.
De qualquer forma, se possível, o parto deve demorar até a 39ª semana ou até que os pulmões sejam considerados maduros. O parto prematuro sempre tem mais riscos associados que é melhor evitar.
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