Tomar medicamentos afeta a fertilidade?

Alguns medicamentos estão associados à infertilidade, por isso é melhor procurar aconselhamento. Descubra por que isso acontece a seguir.
Tomar medicamentos afeta a fertilidade?
Diego Pereira

Escrito e verificado por o médico Diego Pereira.

Última atualização: 10 julho, 2023

Muitas pessoas costumam se perguntar se os medicamentos são capazes de afetar a fertilidade. Você descobrirá a resposta neste artigo. Vamos explorar as razões pelas quais certos medicamentos diminuem a capacidade reprodutiva das mulheres.

Embora exista alguma possibilidade, é realmente um problema raro. Na verdade, os médicos geralmente solicitam outros exames para determinar a causa da infertilidade. Em casos excepcionais, associa-se ao uso de medicamentos, tornando-se um “diagnóstico de exclusão”. Ficou interessada em saber um pouco mais sobre esse tema? Vamos conhecer mais detalhes abaixo.

Por que alguns medicamentos afetam a fertilidade?

É improvável que tomar um único medicamento cause infertilidade permanente. Na verdade, seus efeitos tendem a ser reversíveis.

Eles são usados para uma ampla variedade de condições, como artrite reumatoide ou epilepsia. Portanto, se for detectado um problema para engravidar, não é aconselhável interromper o tratamento abruptamente sem indicação médica. Fazer isso pode levar a problemas adicionais em uma situação que pode ser resolvida alterando a medicação ou a dosagem.

A maioria dos medicamentos associados a problemas de fertilidade afeta apenas alguns processos e seus efeitos tendem a ser reversíveis.

Do que depende a fertilidade?

A capacidade de conceber, sendo uma função vital do ser humano, é bastante complexa. No entanto, em termos gerais, a fertilidade depende dos seguintes fatores:

  • Integridade das estruturas anatômicas: desde que o sistema reprodutor feminino (que inclui o útero, as trompas de falópio e os ovários) e outros órgãos (como a glândula pituitária) estejam estruturalmente preservados, a concepção pode ocorrer.
  • Bom funcionamento dos órgãos envolvidos: a liberação adequada de hormônios e outras substâncias permite a manutenção da fertilidade.

Muitos problemas de saúde, como alguns defeitos congênitos, são capazes de afetar ambos os aspectos. No caso específico dos medicamentos, eles costumam alterar o funcionamento de um dos órgãos envolvidos. Por exemplo, alterando o padrão de secreção hormonal da glândula pituitária.

Medicamentos que podem afetar a fertilidade

De acordo com uma publicação na revista Clínica e Investigación en Gynecologia y Obstetricia (2012), os medicamentos associados à infertilidade feminina são muito variados. A seguir, apresentaremos uma breve revisão dos mais destacados:

  • Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs). Constitui um grupo muito extenso e amplamente utilizado de fármacos com propriedades analgésicas e anti-inflamatórias, como meloxicam, piroxicam e cetorolaco. Geralmente são usados esporadicamente ou como parte do tratamento de doenças reumáticas. É possível que afetem o processo de ovulação.
  • Medicamentos antiepilépticos. Existem revisões científicas que afirmam que o valproato (ácido valpróico) e a carbamazepina estão mais frequentemente associados a distúrbios do ciclo menstrual. Isso aumenta a dificuldade em conseguir a concepção.
  • Psicotrópicos. Esses medicamentos exercem sua ação principal nas células do sistema nervoso. Derivados fenotiazínicos (como a clorpromazina) aumentam a liberação de prolactina. Também inibem a secreção pituitária de hormônio luteinizante e folículo-estimulante, que são vitais para a reprodução.
  • Agentes quimioterápicos. Essas substâncias são usadas para tratar o câncer. De acordo com o estudo mencionado, elas também podem afetar a fertilidade, embora ocorra com mais frequência em homens. Nas mulheres, o busulfan causa insuficiência gonadal e a mecloretamina causa amenorreia secundária.

Claro, deixamos de lado os anticoncepcionais, que visam justamente bloquear a fertilidade alterando a concentração de diversos hormônios.

Se houver problemas para engravidar, você deve consultar um especialista em vez de suspender o tratamento, principalmente se você sofre de doenças crônicas, pois isso pode causar sérios transtornos.

Orientação médica é essencial

No caso de ter problemas para engravidar, a situação não deve ser associada em primeira instância ao consumo de um determinado medicamento. Embora seja um pouco possível, na maioria dos casos é devido a outros problemas.

Por esse motivo, é aconselhável consultar um especialista em medicina reprodutiva o mais rápido possível. Através da realização de diversos estudos complementares, o profissional poderá determinar a origem do problema e indicar os tratamentos mais eficazes.


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