Tratamento dietético para a amenorreia

O ciclo menstrual é essencial para nos reproduzirmos e para eliminar toxinas. Portanto, é importante que você saiba qual é o tratamento dietético para a amenorreia (ausência de menstruação).
Tratamento dietético para a amenorreia
Silvia Zaragoza

Escrito e verificado por a nutricionista Silvia Zaragoza.

Última atualização: 27 dezembro, 2022

A amenorreia é a ausência de menstruação durante mais de 6 meses sem uma causa orgânica ou anatômica. Geralmente está associada a altos níveis de estresse, baixa ingestão calórica e prática de exercícios físicos intensos e constantes. Embora possa não parecer, altera a funcionalidade do corpo e aumenta a perda de massa óssea. Por isso, é essencial seguir um tratamento dietético para a amenorreia, a fim de recuperar o ciclo menstrual.

Amenorreia: causas comuns

Antes de revelar qual é a dieta adequada para esse transtorno, você precisa saber as causas pelas quais ele aparece.

Em primeiro lugar, lembre-se de que é muito comum em atletas e adolescentes com transtornos alimentares (TA), que seguem uma dieta hipocalórica e com alto estresse físico e emocional.

Fisiologicamente, a amplitude e a frequência da secreção dos hormônios responsáveis pela ovulação, tais como LH, FSH e estradiol, são alteradas. Por sua vez, os níveis de cortisol aumentam, enquanto os de TSH e T3 diminuem. Foram encontrados até mesmo baixos níveis de leptina, um hormônio que diminui o apetite e que é um indicador das reservas de energia.

Ao contrário, a grelina, cujo efeito é aumentar o apetite, fica aumentada. A prolactina e a melatonina também diminuemA longo prazo, a densidade mineral óssea diminui e podem ocorrer osteopenia e osteoporose. A seguir, vamos explicar como lidar com o problema por meio da dieta.

Tratamento dietético para a amenorreia

Tratamento dietético para a amenorreia

Ingestão calórica suficiente, o ponto-chave para o tratamento dietético da amenorreia

O corpo precisa de energia e nutrientes para realizar diversas funções. Se não receber o suficiente, ele vai priorizar algumas funções, em vez de outras. Por isso, é aconselhável aumentar a ingestão calórica, ainda que progressivamente, pois o sistema digestivo precisa se readaptar. A melhor maneira de fazer isso é aumentar de 250 a 300 kcal por dia.

Consumo de gorduras e cereais integrais

Outra característica é que essas mulheres quase não consomem gorduras e carboidratos por medo de ganhar peso. No entanto, as gorduras de qualidade (insaturadas) ajudam a sintetizar os hormônios do ciclo menstrual e a regular a inflamação, ajudando, assim, a reduzir os marcadores de estresse no sangue.

Além disso, estes são os nutrientes que fornecem a maior quantidade de energia e, portanto, ao consumi-los, será mais fácil chegar a essas 250-300 kcal a mais. Inclua algumas oleaginosas, além de abacate e azeitonas, e use azeite de oliva para cozinhar e temperar os pratos.

No que diz respeito aos carboidratos, recomenda-se substituir os refinados por grãos integrais. Você pode até mesmo recorrer às leguminosas.

Vitamina D e outros nutrientes para os ossos

Conforme mencionado acima, a saúde óssea fica comprometida à medida que a situação continua ao longo do tempo. A razão para a perda de massa óssea é a falta de estrogênios e nutrientes fixadores do cálcio. Entre eles, destacam-se a vitamina D, a vitamina K e o magnésio.

Por um lado, a vitamina D é a responsável pela absorção do cálcio da dieta no intestino. Portanto, precisamos ter bons níveis dessa vitamina. Como conseguir isso? Através da exposição contínua e controlada aos raios solares e da suplementação com D3. Inclusive, é possível combinar a ingestão de peixes azuis, laticínios, ovos, cogumelos e abacate juntamente com o azeite de oliva virgem.

Tratamento dietético para a amenorreia

Por outro lado, a vitamina K e o magnésio estão envolvidos na produção da osteocalcina, o hormônio responsável pela formação dos ossos. As fontes de vitamina K são os laticínios, o chucrute (repolho fermentado) e o natto (soja fermentada), enquanto as fontes de magnésio são os vegetais de folhas verdes, o feijão, a soja e as oleaginosas.

Outros fatores envolvidos no tratamento para a amenorreia

Além de restaurar a ingestão calórica e atender às necessidades nutricionais, também é necessário reduzir os níveis de estresse a que a mulher está sujeita. Primeiramente, a intensidade e os dias dedicados ao exercício físico intenso devem ser reduzidos. Em segundo lugar, é preciso fazer uma terapia psicológica para aprender a controlar as emoções e a favorecer a satisfação corporal.

Por fim, você deve saber que a saúde menstrual é um pilar fundamental da nossa sobrevivência. Portanto, assim que detectar algum sinal de amenorreia em você ou na sua filha, consulte o ginecologista. Posteriormente, consulte um nutricionista para que ele explique sobre o tratamento dietético para a amenorreia.

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