Tomar paracetamol durante a gravidez: efeitos secundários
O consumo de paracetamol durante a gravidez é seguro e geralmente não traz nenhuma complicação. Entretanto, existem certos riscos e efeitos secundários associados que toda a grávida deve conhecer.
Ainda que seja um dos medicamentos mais seguros para usar durante a gravidez, seu consumo não está isento de riscos. O consumo deve ser controlado e sempre através de prescrição médica. Abaixo, apresentaremos diferentes aspectos sobre as vantagens e os perigos de tomar paracetamol durante a gravidez.
Paracetamol: o que é exatamente
Esse fármaco é um analgésico antipirético, quer dizer, que alivia a dor e tira a febre. Não tem efeito anti-inflamatório e, geralmente, é utilizado para aliviar dores de cabeça, mal-estar nas costas e resfriados.
Calcula-se que 60% das grávidas o utilizam; contudo, é um medicamento que é absorvido pela placenta. Quer dizer, ele chega no feto, o que origina riscos e efeitos secundários não desejados para a gestação.
Quais são os efeitos de tomar paracetamol durante a gravidez?
Se não for utilizado de maneira prolongada, o paracetamol é um medicamento seguro, sempre quando indicado por um médico. Em várias ocasiões se prescreve para aliviar algum mal-estar das gravidas, tais como dores de cabeça ou nas costas e resfriados.
Por causa dos efeitos secundários que este analgésico pode ter no feto, é importante não se automedicar. Ainda mais sabendo que se trata de um fármaco que geralmente se encontra em todos os lugares. Alguns desses efeitos secundários são:
Asma e alergia
Durante o segundo e terceiro trimestre da gravidez, o uso do paracetamol pode causar asma no bebê. Segundo pesquisas realizadas, o risco de sofrer de asma é 25% maior em bebês cujas mães utilizaram esse fármaco.
Também se associa o uso desse medicamento à probabilidade de o bebê sofrer alergias e outros problemas respiratórios.
Problemas no desenvolvimento neuronal
Administrar paracetamol durante um período prolongado no terceiro trimestre de gravidez pode provocar problemas cognitivos e motores no feto.
Pesquisas revelam que mães que usaram paracetamol por mais de 28 dias seguidos tiveram bebês com um desenvolvimento cognitivo menor. Além disso,esses bebês apresentaram problemas de comportamento e desenvolvimento motor abaixo do normal.
Problemas reprodutivos
Tomar paracetamol durante a gravidez por mais de 28 dias pode produzir também transtornos reprodutivos nos bebês do sexo masculino.
Ao reduzir os níveis de testosterona, pode acarretar riscos de fertilidade e criptorquidia. Neste caso, os testículos não descem para o saco escrotal, ficando no canal inguinal ou no abdômen.
TDAH
Outro risco associado ao uso do paracetamol durante a gravidez é a relação que existe com o TDAH. Segundo pesquisas da Universidade da Califórnia, existe um vínculo entre esse fármaco e o transtorno por déficit de atenção e hiperatividade.
As crianças cujas mães se medicaram com paracetamol durante a gravidez têm entre 13% e 37% mais de chances de sofrer TDAH.
Mulheres com pressão alta: possível risco de parto prematuro
Mulheres que tomam esse fármaco e sofrem de hipertensão (pressão arterial alta) se arriscam a ter um parto prematuro.
Devemos esclarecer que o paracetamol não gera normalmente risco de aborto ou o adiantamento do parto. Ocorre unicamente, como temos visto, nas mulheres com antecedentes de pressão alta.
“Ainda que seja um dos medicamentos mais seguros para uso durante a gravidez, sua administração não está isenta de riscos”
Doses recomendadas
Tanto o período de administração, como a dose, são importantes para que esse medicamento não constitua um risco. Como vimos, apesar dos riscos associados, o paracetamol durante a gravidez é seguro sempre tomado com o devido controle e acompanhado de prescrição médica.
O recomendável é não ultrapassar as quatro gramas ao dia e que seja tomado a cada 6- 8 horas. Além disso, só se deve tomar em casos isolados, quando realmente exista uma necessidade real para isso.
Então, o que fazer frente a um mal-estar durante a gravidez?
Já vimos os efeitos secundários vinculados ao uso do paracetamol no período da gravidez. Mas então quais alternativas existem a essa medicação?
Devemos levar em conta que prescrito por um médico e administrado por um curto período de tempo não supõe grandes riscos para o feto. Contudo, é importante obedecer as indicações do médico e não tomar paracetamol durante a gravidez de maneira prolongada. Na verdade, o ideal é evitar tomar qualquer medicamento durante os meses de gravidez.
O mais recomendado é se informar sobre métodos alternativos e naturais para aliviar as sensações de mal-estar. Existem muitas opções: remédios naturais, calmantes caseiros, ações a serem feitas como massagens, exercícios moderados, etc… Sempre que você possa solucionar seu mal-estar de um modo menos agressivo estará contribuindo com a saúde de seu bebê.