Tornar-se pais pode modificar o seu cérebro

Ter um filho muda toda a nossa vida, renova nossas esperanças, intensifica nossas expectativas e multiplica por dez a nossa capacidade de amar, nos superar e dar carinho.
Tornar-se pais pode modificar o seu cérebro
Valeria Sabater

Revisado e aprovado por a psicóloga Valeria Sabater.

Escrito por Valeria Sabater

Última atualização: 22 dezembro, 2021

Mas você sabia que ter um bebê muda assustadoramente o cérebro dos pais? Saiba por que tornar-se pais pode modificar o seu cérebro.

Algo a que estamos mais do que acostumados a ler e ouvir é que ter um filho muda a vida de uma mulher.

As mudanças chegam primeiro durante a gravidez, com toda essa explosão de hormônios, com as mudanças físicas e com essa conexão tão precoce com aquele pequenino ser que cresce no interior de uma mulher.

Do mesmo modo, durante a época da amamentação – e também da mamadeira – esse vínculo entre mãe e filho vai se construindo. Nesses momentos, o cérebro, intensificado pelo maravilhoso fluxo de oxitocina aumenta mais ainda a união da mãe com seu bebê.

No entanto… e o papai? Ele fica de fora desses acontecimentos, de toda essa magia?

De forma alguma. Já passou do tempo de incluir os pais na criação, enfatizando a tentativa de derrubar alguma dessas ideias de que “eles apenas ajudam”, de que se “limitam a estar presentes”.

Porque um pai não ajuda, ele deve estar presente e ocupar seu espaço vital, afetivo e significativo. E mais ainda, ele também experimenta algumas mudanças em nível cerebral as quais é preciso conhecer. Descubra!

Pais, quanto mais perto melhor

seu cérebro

Papai, quanto mais perto você estiver melhor vai ser. O papai deve ficar ao lado da mamãe e também deve desfrutar dos seus momentos pele com pele, dos seus momentos de soneca com o bebê, dos banhos enquanto o pai faz o pequeno dar gargalhadas, etc.

O segredo dessa necessidade básica de proximidade, na realidade, é fundamental para fortalecer o vínculo com os bebês.

Segundo um trabalho publicado em “Hormones and Behavior”, quanto mais tempo os pais passarem com sua parceira e com seus filhos, mais oxitocina seu cérebro vai liberar. Aliás, basta ver uma fotografia dos filhos para que essa reação ocorra imediatamente.

Sim, o corpo do papai também libera oxitocina, assim como o da mamãe

Como já sabemos, a oxitocina é essencial na maternidade. Esse hormônio estimula a amamentação e intensifica a necessidade de afeto, cuidado e atenção das mamães em relação aos seus filhos.

Isso é algo que já sabíamos e que já lemos e ouvimos à exaustão. No entanto, devemos nos lembrar deste dado: os papais liberam o mesmo nível de oxitocina que as mães quando estão com seus bebês.

Isso não é maravilhoso?

O papai nos protege e também entende nossas emoções, nossas necessidades

seu cérebro

Uma coisa que já estamos vendo com normalidade é cada vez mais homens que se tornam “donos de casa”, que passam a ficar em casa para criar seus filhos.

Da mesma forma, também fica claro que são muitos os pais que têm quase as mesmas tarefas e responsabilidades que suas companheiras. Além disso, muitos escolhem a paternidade sozinhos ao tentar as adoções.

  • Há pais de muitos tipos, nós sabemos disso. Mas uma coisa é certa: eles têm a mesma capacidade de amar, educar e estabelecer um forte vínculo de afeto com seus filhos que as mamães.
  • Em vista desses novos papéis, os cientistas também identificaram um fenômeno que definiram como a evolução da paternidade.
  • É como uma adaptação da espécie, na qual os pais passaram por uma série de mudanças nos seus cérebros para poder criar seus filhos de forma eficaz.
  • No Centro de Ciências do Cérebro Gonda da Universidade de Bar-Ilan, em Israel, observou-se um nível de atividade mais significativa no sulco temporal superior do cérebro.
  • Tal observação implica, por exemplo, que os homens mostrem maior aptidão para fazer leituras emocionais, identificar as necessidades dos filhos, entender suas emoções e esse mundo interior às vezes complexo, no qual as mamães, até não muito tempo, eram as grandes especialistas.

6% dos pais podem sofrer de depressão após o nascimento do bebê

Não, a depressão pós-parto não é exclusividade da mulher. Os pais não geram um bebê, não dão à luz, mas também experimentam uma diminuição de dopamina ao experimentar sensações tão básicas como se sentir isolado ou afastado da tarefa da criação do filho.

Quando não se sentem úteis, quando não desfrutam dessa proximidade e do cuidado com o bebê, os pais também podem desenvolver uma depressão.

Isso é algo importante a se considerar para relembrar que “eles não ajudam, eles fazem parte, eles também ninam o bebê, alimentam, amam, criam e cuidam”.

Devemos ter esse pensamento em mente e desfrutar plenamente e em conjunto desse momento tão maravilhoso que é ter um filho.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.