Tudo sobre o útero invertido

Estima-se que 20% da população feminina sofre de útero invertido. Em geral, é uma condição que não apresenta sintomas e é facilmente diagnosticada com um exame pélvico.
Tudo sobre o útero invertido

Última atualização: 24 fevereiro, 2018

O útero invertido, também conhecido como útero retrovertido ou útero virado, é quando existe uma diferença anatômica na região pélvica da mulher. Esse contraste implica que o útero fique numa posição voltada para a parte do reto, em vez de voltado para a frente, como é o normal.

Essa condição é determinada pela genética ou por fatores externos, como abortos, processos inflamatórios, cirurgias pélvicas ou menopausa.

Aspectos gerais de um útero invertido

A presença de um útero invertido é uma condição muito comum, pois acredita-se que 3 em cada 10 mulheres a apresentem.

As causas são desconhecidas. No entanto, a mais frequente é quando, durante o pós-parto, os ligamentos uterinos se rompem, causando uma retroversão temporária. Mas a menopausa, cirurgias, gravidezes, fibromas e a endometriose também podem causar a retroversão.

Sintomas da retroversão uterina

A grande maioria das mulheres que sofrem dessa condição não estão conscientes dessa alteração, pois não apresentam sintomas. Em contrapartida, uma pequena minoria pode manifestar os seguintes sintomas:

  • Relações sexuais dolorosas, pela interferência na bexiga ou em outros órgãos.
  • Menstruação malcheirosa pela proximidade maior entre o reto e o útero.
  • Dor aguda antes e durante a menstruação.
  • Prisão de ventre e mal-estar estomacal.
  • Maior suscetibilidade de apresentar cistos nos ovários.
  • Dores nas costas durante a gravidez.
  • Sensação de distensão contínua.
  • Dores na região lombar ou pélvica.
  • Em algumas situações, infertilidade.
  • Infecções urinárias.

Para um diagnóstico adequado dessa condição, é necessário consultar um ginecologista ou médico especialista para a realização de um exame físico ou um ultrassom.

O útero invertido vai comprometer a fertilidade?

Durante muitos anos, a impossibilidade de engravidar foi atribuída ao útero invertido. No entanto, estudos recentes confirmaram que a posição uterina não prejudica o acesso do espermatozoide ao óvulo.

Inclusive, é frequente que durante as primeiras semanas de gravidez, exista a possibilidade de que o útero volte à sua posição natural.

Por outro lado, se você estiver tentando engravidar há algum tempo e não consegue, pode ser que você sofra de algum outro transtorno relacionado à infertilidade. Tente colocar em prática algumas recomendações para favorecer a concepção, tais como:

  • Colocar as pernas para o alto logo após o ato sexual para facilitar a passagem dos espermatozoides ao útero.
  • Durante as relações sexuais, coloque um travesseiro na parte de trás das costas para manter a pélvis elevada.
  • Ao final do ato sexual, você também pode se deitar de barriga para baixo com um travesseiro na altura da barriga.

Em caso de relações sexuais dolorosas, pergunte ao seu ginecologista quais são as posições mais confortáveis para não prejudicar sua vida sexual.

Ter o útero para trás ou útero invertido pode influenciar na gravidez?

De forma alguma. Quando uma mulher consegue engravidar apresentando essa característica durante as primeiras semanas, o útero vai voltar à sua posição original para proteger o novo bebê. Caso contrário, poderia provocar abortos espontâneos.

No entanto, costuma ser pouco frequente isso acontecer. Por outro lado, se durante a gravidez essa condição não se alterar, o médico pode sugerir uma técnica para virar o útero e permitir que a gravidez avance normalmente.

o útero invertido

Possíveis tratamentos para o útero invertido

Em geral, essa condição do útero não tem um tratamento específico e fica a critério do médico qual medida tomar. No entanto, é adequado realizar um acompanhamento de cada caso para evitar as consequências.

Em casos extremos, algumas opções a considerar para tratar essa condição são:

  • Tratamento hormonal para a endometriose, caso essa seja a causa.
  • Exercícios que consistem em se deitar e levar os joelhos na direção do peito. Essa medida pode ser especialmente benéfica em caso de fibromas. No entanto, a comunidade médica não está de acordo com esse tratamento em longo prazo.
  • Em algumas situações, o médico pode optar por uma cirurgia de laparoscopia para corrigir o deslizamento e fixar o útero na sua posição natural.
  • Outro tratamento consiste na implantação de um aparelho permanente que vai manter o útero apontado para frente. As desvantagens dessa opção são possíveis inflamações e infecções frequentes.
  • Em situações graves, histerectomia, operação cirúrgica que consiste na remoção do útero.

Na grande maioria dos casos, o útero invertido não afeta a fertilidade nem a gravidez. É adequado consultar seu ginecologista sobre quais medidas tomar para evitar consequências em longo prazo.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.