Vida no útero: implicações emocionais

O que sentimos durante o estágio dentro do útero determinará como nos sentiremos ao longo da vida.
Vida no útero: implicações emocionais
María Alejandra Castro Arbeláez

Revisado e aprovado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Escrito por Elena Sanz Martín

Última atualização: 30 setembro, 2023

Embora haja cada vez mais informações sobre a vida no útero, esse estágio ainda é bastante desconhecido. Ao longo deste artigo, vamos falar um pouco sobre o que o bebê vivencia durante a gravidez e quais são as suas implicações.

O bebê sente e sofre

Embora durante muito tempo se pensasse que o desenvolvimento no útero era puramente biológico, o papel desempenhado pelos estados emocionais está se tornando cada vez mais claro.

A comunicação dos estados emocionais com o bebê é produzida principalmente pela troca de hormônios e pelas reações fisiológicas.

A partir da sexta semana de gravidez, o bebê já é capaz de captar os ruídos rítmicos que o cercam, tais como os movimentos do líquido amniótico ou o batimento cardíaco da mãe. Esses ruídos são muito agradáveis para o pequeno.

A partir da décima segunda semana, ele começa a se tornar sensível aos estímulos emocionais da mãe. Ele já é capaz de ouvir e reconhecer sua voz e se emociona ao ouvi-la. O bebê já consegue entender se ela está angustiada ou tranquila, além de conseguir distinguir se a mãe fala com ele com carinho ou não.

Embora o bebê não tenha emoções propriamente ditas, ele tem sensações que surgem com base nos pensamentos, sentimentos e palavras que recebe de sua mãe. Assim, ele pode ter a sensação de prazer, bem-estar, estado de alerta, bem como se sentir amado ou rejeitado. Tudo isso vai depender das reações maternas.

Implicações emocionais da vida no útero

A vida no útero tem mais impacto do que se imagina. Afinal, é a partir desse momento inicial que se começa a desenvolver crenças e comportamentos que nos acompanharão para o resto de nossas vidas.

O estresse e ansiedade são os estados emocionais que são transmitidos mais rapidamente. Os bebês que absorvem emoções negativas e dolorosas durante a gravidez correm mais risco de ter um parto difícil.

Além disso, eles também costumam ter problemas para dormir e predisposição para cólica, chorar mais e tendem a ser menos sociáveis. As emoções negativas sentidas na gravidez também podem afetar o seu QI e aumentar o risco de desenvolver Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade.

Por sua vez, as crianças que sentiram e absorveram estados emocionais positivos durante a gravidez nascerão com mais peso, comerão e dormirão sem dificuldade e seu sistema imunológico estará mais desenvolvido. Assim, terão mais chances de serem pessoas felizes, pacíficas e equilibradas.

Ademais, se durante a gestação a mulher experimenta frequentemente estados de plenitude, o bebê registrará essa informação em sua memória celular. Ele procurará vivenciar esses momentos durante a vida, tornando-se, portanto, uma pessoa mais feliz.

Ame o seu filho e ele se amará

Não é apenas o que você sente que afeta o desenvolvimento emocional de seu futuro filho. Na verdade, o que você pensa sobre ele também terá um impacto enorme.

Um feto que se encontra em um ambiente harmonioso e que recebe da mãe tudo o que precisa se sentirá calmo. Ele experimentará segurança e amor e, assim, se desenvolverá de forma tranquila. Uma criança que é desejada se desenvolve sabendo que é amada e protegida. Todos esses sentimentos vão acompanhá-la até a sua vida adulta.

Por outro lado, um bebê que vem sem ser planejado ou desejado e que causa um conflito na mãe, gera dentro de si um sentimento de rejeição. Ele percebe as emoções negativas que sua mãe sente em relação a ele.

Por consequência, vive os 9 meses em uma enorme insegurança. Isso porque a pessoa da qual ele depende completamente, que deve oferecer alimento e amor, não o ama.

Se, por exemplo, uma mulher grávida perde um ente querido e esse acontecimento faz com que ela fique em um estado de profunda tristeza desconectando-se de sua gravidez, o bebê se sentirá desamparado.

Ou ainda, se a mãe sofre de estresse e ansiedade no trabalho, o bebê sentirá essas preocupações. Se uma mãe se sente abandonada ou maltratada por seu parceiro, o bebê também sentirá o abandono e o abuso.

A vida no útero: implicações emocionais.

A vida no útero: viver positivamente

O que pode ser feito para proporcionar ao bebê uma vida emocional positiva dentro do útero?

  • Fale com o bebê, cante ou leia histórias. Tanto o pai quanto a mãe devem procurar desenvolver um vínculo emocional com a criança através da voz. Diga palavras doces e carinhosas.
  • Procure frequentar espaços tranquilos e entrar em contato com a natureza. Faça passeios ao ar livre.
  • Coloque música calma para o bebê ouvir, uma vez que o ajuda a se sentir calmo e sereno.
  • Visualize o seu filho com qualidades positivas. Imagine a criança sendo feliz, bem sucedida e amada em cada uma das fases de sua vida.

Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.



Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.