Como detectar fobias em crianças e impedir que se agravem
A criação e a educação dos filhos é uma tarefa complexa para a qual não recebemos instruções. Em certos momentos do crescimento, podem surgir medos que levam os pais a se perguntar se isso é algo normal e evolutivo ou se é uma questão preocupante que requer intervenção.
Embora em muitos casos esses medos sejam naturais e transitórios, em outros, eles podem se agravar se não agirmos a tempo. Portanto, é necessário saber detectar as fobias em crianças quando elas ainda estão nos estágios iniciais.
A infância é uma etapa muito importante. Nessas idades, as crianças são como esponjas, totalmente permeáveis às informações que recebem do ambiente.
Por isso, as atitudes desenvolvidas ao longo desses anos passarão a fazer parte da sua personalidade. Da mesma forma, as ferramentas de enfrentamento que aprenderem vão constituir uma parte fundamental dos seus recursos para que se desenvolvam na vida.
Por isso, a ação dos pais diante de uma possível fobia infantil é muito importante. A maneira de lidar com ela pode ser decisiva para o futuro da criança. Desta forma, se, como pais, oferecermos os recursos necessários, a criança poderá seguir adiante e vamos evitar que essa fobia se instale e afete o seu dia a dia.
Como detectar as fobias em crianças?
Conheça os medos evolutivos
O mais importante é conhecer quais são os medos típicos e naturais de cada etapa do crescimento. Existem certos medos evolutivos que são comuns às crianças de uma determinada idade. Eles cumprem uma função biológica e desaparecem com o passar do tempo. Em termos gerais, são os seguintes:
- Até seis meses: medo de ruídos altos e da falta de apoio.
- 7-12 meses: medo de estranhos e de se separar das principais figuras de apego.
- 1-2 anos: são adicionados o medo de lesões físicas, do escuro e de animais.
- 3-4 anos: são acrescentados o medo de fenômenos naturais, como as tempestades, e a relutância em relação a objetos desconhecidos.
- 5-6 anos: surge o medo de adoecer ou de que alguém querido seja ferido. Também se teme que seres malignos possam aparecer no escuro.
- 7 a 8 anos: começam os medos sociais, como o medo de passar vergonha ou de ser rejeitado.
- 9-12 anos: aumenta o medo da falta de aceitação social e se soma o medo do mau desempenho escolar e o medo da morte.
Distinguir medo de fobia
O primeiro passo é, portanto, verificar se estamos diante de um medo que está de acordo com a idade da criança. Porém, isso não é suficiente, pois é possível que um medo evolutivo se transforme em fobia. Para detectar se isso está acontecendo, temos que olhar para as seguintes questões:
- O medo, a angústia e o desconforto que a criança experimenta são excessivos e desproporcionais, muito maiores do que se poderia esperar.
- A criança tenta evitar situações relacionadas ao que ela teme a todo custo ou foge delas o mais rápido possível. Se não puder evitá-las, ela as suporta apesar de sofrer um enorme desconforto.
- Esse medo interfere em sua vida diária de forma significativa e a impede de funcionar adequadamente. Isso pode se manifestar como uma incapacidade de dormir, relacionar-se ou realizar as atividades diárias.
- Com o passar do tempo, o medo não desaparece e aumenta.
Como agir após detectar as fobias em crianças?
Acima de tudo, é necessário que os pais demonstrem compreensão e respeito pelo medo da criança. Não devemos ridicularizá-la nem minimizar os seus sentimentos.
Então, devemos tentar fazer com que o pequeno enfrente, de forma progressiva e gradual, o estímulo temido. Mas, para isso, temos que empoderá-lo e acompanhá-lo. Fortalecer a sua autoestima é essencial para que a criança se sinta capaz de enfrentar o desafio.
Use a criatividade para empregar truques para ajudar a reduzir a ansiedade de exposição. Por exemplo, um spray antimonstro ou uma capa para transformar a criança em super-herói. Conforme ela for lidando com o estímulo temido, o seu medo vai desaparecer e a sua autoconfiança vai aumentar.
Reforce positivamente cada aproximação da criança em relação aos seus medos e, acima de tudo, mostre através da sua atitude que você a compreende, que está ao seu lado e que tem a certeza de que ela vai conseguir. Sem dúvida, se a situação continuar, procurar um psicólogo infantil será a melhor decisão.
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