A composição do leite materno é diferente conforme o sexo do bebê
O leite materno foi estudado de diversas formas, mas ainda assim segue sendo um mistério. Recentemente pudemos ver de perto, por exemplo, como aparece no microscópio e sua vida aparente em miniatura. Isso nos indica que o leite materno está vivo e outras investigações determinaram que sua composição pode variar de acordo com as necessidades da criança.
Sabe-se que quando o bebê está doente ou tem certas necessidades nutricionais o leite materno é capaz de alterar sua composição. Entretanto, há algum tempo seria impossível acreditar que de fato existisse um leite para meninos e outro para meninas. O certo é que recentemente um estudo científico confirmou esse fato.
Investigadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, puderam comprovar que o leite materno é diferente quando é para os de sexo masculino e quando é para os de sexo feminino. Quer dizer, a composição do leite se adapta ao sexo do bebê. Ao que parece, naturalmente se estabelece uma necessidade nutricional em relação a essa característica da população.
Leite materno conforme o sexo do bebê
Nunca haveríamos imaginado que um bebê menino poderia receber um leite diferente do que recebe uma menina. Que características os diferenciam? Qual é o mais beneficiado? De acordo com os dados obtidos no estudo, os meninos são os mais privilegiados.
Segundo as pesquisas, na maioria dos casos, os meninos recebem um leite mais rico em gorduras. Contudo, em países onde as carências alimentares da população são mais comuns, o leite destinado às meninas é o de mais gordura.
Os especialistas acreditam que essas modificações são normais na natureza. Ao que parece tem a ver com o desenvolvimento de mecanismos evolutivos. Acontece, por exemplo, nos animais como as focas e os cervos; espécies nas quais os machos se beneficiam de um leite melhor em tempos de abundância, e em outros momentos as fêmeas quando existe a escassez.
Em uma conferência celebrada na Associação Americana para o Desenvolvimento da Ciência, foi confirmada a suspeita sobre esse assunto. Como temos dito, já se sabia que o leite alterava sua composição de acordo com fatores dos mais diversos. Até agora, podemos dizer que também existem diferenças de gênero na produção do leite.
O que diz o estudo
A professora da Universidade de Harvard, Katie Hinde, que estuda a biologia evolutiva do macaco Rhesus, explica que o leite destinado às crias machos possuía níveis maiores de cortisol. Por seu lado, no caso do leite para as crias fêmeas, se encontrava um nível maior de cálcio.
De acordo com a análise dos resultados, Hinde, relaciona esta diferença com que as fêmeas desenvolvem o sistema ósseo, muito antes que os machos. Isto ocorre da mesma forma com os chimpanzés e nos humanos. Portanto, o padrão de crescimento poderia ser o motivo pelo qual o leite materno é diferente segundo o sexo do bebê.
O estudo contemplou que a mãe está capacitada para alterar a composição do leite segundo as necessidades de seus bebês. Neste caso, se trata de algo associado aos nutrientes necessários para o crescimento que cada um possui.
Em consequência, o sexo do bebê incide no desenvolvimento das glândulas mamarias, o qual gera muito mais enigmas a resolver. Em continuação ao estudo, os especialistas pretendem relacionar a interação entre o bebê e a mãe de acordo com seu sexo, para tentar colocar em evidência, se é possível que a esse nível também se produzam mudanças.
A professora explica a importância da amamentação, muito mais do que pensávamos, pois o leite de fórmula nem de longe pode conseguir essas mudanças. Contudo, o estudo permite que se desenvolvam melhores produtos com esse propósito. Também é conveniente para selecionar com mais atenção o leite materno que é doado.
Através de séculos da evolução humana e outros tantos de pesquisas, a cada dia se confirma que o leite materno é o alimento ideal. Mas ainda estamos longe de dar por encerrados os mistérios sobre esse maravilhoso produto da natureza.