3 dúvidas comuns sobre alimentação complementar

A forma de implementar a alimentação complementar mudou muito nos últimos anos. Atualmente, o objetivo é permitir alguma experimentação por parte do bebê.
3 dúvidas comuns sobre alimentação complementar
Saúl Sánchez Arias

Escrito e verificado por o nutricionista Saúl Sánchez Arias.

Última atualização: 13 abril, 2023

A alimentação complementar começa aos 6 meses de vida do bebê, mas muitas dúvidas surgem a esse respeito. Colocá-la em prática adequadamente pode favorecer o desenvolvimento da criança, além de evitar problemas de saúde no futuro.

Por isso, é sempre recomendável a orientação de um especialista ao planejar a introdução de alimentos sólidos na dieta. É essencial garantir que as necessidades nutricionais sejam atendidas, começando a comer alimentos diferentes no momento certo.

Dúvidas comuns sobre alimentação complementar

A seguir, vamos expor as principais dúvidas que surgem quando se fala em alimentação complementar, bem como o posicionamento da ciência a esse respeito.

Mãe dando alimentação complementar ao filho.

Posso deixar a criança se alimentar sozinha?

No passado, a alimentação complementar era iniciada com alto grau de supervisão e cuidado. Alimentos altamente processados eram oferecidos ao bebê, de modo que dificilmente eles tivessem dificuldades em mastigá-los. No entanto, hoje a tendência mudou.

A tendência mais recente chama-se Baby Led Weaning e consiste em oferecer à criança a o alimento no seu estado mais natural, deixando-a explorá-lo e tentar consumi-lo. De acordo com um estudo publicado no Italian Journal of Pediatrics , graças a este sistema, há uma melhor aceitação das características organolépticas dos alimentos pela criança, reduzindo as rejeições em etapas futuras.

Mesmo assim, é importante ter atenção à forma como a criança age. Porções que possam causar engasgo não devem ser oferecidas e todo o processo deve ter alguma supervisão.

É hora de parar de amamentar?

Para muitas mães, a amamentação é desconfortável porque elas sentem os mamilos doloridos ou rachados. No entanto, esse método de alimentação tem se mostrado o mais saudável, tanto para a mulher quanto para a criança.

Nesse sentido, recomenda-se estender a amamentação até que o bebê atinja o primeiro ano de vida. A partir de então, o leite materno pode ser substituído por um produto formulado, mas sempre escolhendo aquele que tenha valor nutricional adequado.

Até lá, é melhor priorizar a amamentação e evitar a inclusão de preparações artificiais. Embora algumas sejam bem formuladas, nunca se consegue uma grande semelhança com o alimento proporcionado pela mulher, que é o mais adequado para esta fase da vida. Graças ao leite materno, favorece-se o bom desenvolvimento e reduz-se o risco de aparecimento de patologias crônicas.

Posso incluir algum alimento?

É provável que nos primeiros meses de vida do bebê o pediatra forneça um documento com o momento adequado para introduzir cada alimento na dieta da criança. Até aos 6 meses, o único método de alimentação contemplado, em situações normais, é a amamentação.

A partir de então, é possível incluir outros produtos, mesmo sólidos, mas não todos ao mesmo tempo. Primeiro você tem que começar com aqueles que apresentam menor risco de gerar reações autoimunes, para aumentar gradualmente o espectro.

Além disso, há certos alimentos, como os frutos secos, que não são fáceis para o bebê ingerir. Os pequenos precisam de um certo desenvolvimento nos dentes e na capacidade de engolir para isso, pois, caso contrário, esse tipo de alimento pode causar engasgos.

Nesse sentido, é muito importante respeitar as orientações do especialista. Incluir determinado alimento muito cedo pode causar uma intolerância futura ou um problema maior.

Criança comendo com o método de desmame guiado pelo bebê.

Alimentação complementar, um momento crítico na vida da criança

O momento em que a alimentação complementar começa a ser introduzida é crítico, pois representa uma transição importante em termos alimentares. Implementar essa mudança da maneira certa pode ter um impacto positivo na saúde do bebê, mas fazer de forma errada trará prejuízos a médio e longo prazo.

Por isso, recomendamos que se deixe sempre guiar por um especialista, principalmente se você for mãe de primeira viagem. Dessa forma, os riscos são reduzidos e as chances de a criança crescer de forma saudável aumentam.

Não esqueça também que esse processo de alimentação complementar faz parte da própria educação nutricional. Isso é fundamental para garantir que o pequeno tenha uma boa alimentação durante toda a infância e adolescência, o que tem um impacto positivo em sua saúde.


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