Meu filho tem medo do berço

Quando você coloca seu filho para dormir, você acha que ele chora porque tem medo do berço? Na verdade, seu medo é da solidão e do abandono. Descubra mais sobre esse tópico.
Meu filho tem medo do berço

Última atualização: 15 outubro, 2021

Quando a hora de dormir chega, em algumas casas começa uma verdadeira batalha campal. Você provavelmente se identificou com isso e suspeita que seu filho tem medo do berço, certo? Portanto, continue lendo e descubra por que isso acontece.

Os bebês e o medo

Temos que entender o medo como uma emoção primária, que nos alerta sobre um perigo (real ou imaginário) e nos permite tomar medidas para nos colocarmos em segurança.

Se transferirmos isso para a vida de um bebê, também devemos considerar a existência dos medos evolutivos. Ou seja, aqueles que aparecem em diferentes idades e posteriormente são substituídos por outros. Em consonância com isso, é de se esperar que um bebê de 12 meses não tenha os mesmos medos de um de 3 anos.

Nos primeiros anos de vida, o berço representa um evento que causa muito medo e angústia nos bebês: a hora de dormir. Para os adultos pode ser algo com pouco significado, mas para os pequenos simboliza o desaparecimento dos pais e, portanto, a solidão.

Por isso, em vez de ignorar essa emoção, é fundamental acompanhar a criança e ajudá-la a ganhar confiança aos poucos. Dessa forma, também é possível restaurar a calma e a harmonia em casa.

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O que fazer se seu filho ficar com medo quando você o deixar no berço?

Existem algumas recomendações para que as crianças percam o medo do berço. Porém, é sempre conveniente aplicar as medidas adequadas a cada bebê em específico. Ou seja, devemos ter respeito com nosso filho e não buscar a qualquer custo fazê-lo se enquadrar no modelo que idealizamos.

Aqui estão algumas dicas para ajudar você a resolver esse problema.

Não deixe seu filho chorando!

Muitas pessoas repetem essa frase como um mantra: “Deixa ele chorar para que se acostume”. No entanto, existem coisas que você deve saber antes de fazer isso.

Embora seja verdade que depois de um tempo o bebê se acostuma, a mensagem que seu cérebro recebe é que não há quem possa cuidar dele e, portanto, o choro perde o sentido. Além disso, esse aprendizado não ocorre de forma saudável, e sim repleto de angústia e desconforto.

Quando um bebê chora, ele tenta comunicar uma necessidade. Não dar atenção a isso vai contra o vínculo de apego que o ajuda a se sentir seguro e protegido.

Portanto, não é só a relação com seus cuidadores que se deteriora, mas também aumenta o sentimento de abandono e provavelmente o medo do berço.

Seja paciente e acompanhe-o no processo

Caso você decida seguir alguma recomendação para ajudá-lo a dormir, lembre-se de tomar medidas de forma gradativa e acompanhar seu filho em todos os momentos. Não tenha pressa, porque forçar o tempo do bebê nem sempre leva aos melhores resultados.

Por exemplo, você pode tentar deixá-lo no berço por alguns minutos durante o dia, para que ele o conheça e se familiarize com ele. Nesse momento, fique ao lado dele para que se sinta seguro e ganhe confiança. Aos poucos, tente deixar seu filho lá por mais tempo e tente fazer isso à noite também.

Por sua vez, tente ajudar seu filho a associar o berço a algo positivo, como sua boneca favorita, um cobertor ou outro objeto de apego.

Analise os hábitos de sono do seu bebê

Existem algumas práticas que promovem um bom sono e são conhecidas como higiene do sono. Entre elas está adequar o ambiente físico em que o berço está localizado (iluminação, temperatura e cores do espaço) ou estabelecer rotinas e horários.

Identifique as fases do sono do bebê

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Muitas vezes o bebê adormece no colo e é imediatamente colocado no berço. Então ele acorda e o ciclo recomeça. Mas quem não acordaria no lugar dele? O colo e o calor humano são muito melhores do que o berço!

Isso ocorre porque os primeiros 20 minutos após o adormecimento coincidem com a fase do sono leve. Portanto, o bebê acorda diante da menor mudança no ambiente.

É aconselhável esperar um pouco mais antes de tentar colocá-lo no berço, para que entre na fase de sono profundo.

Atenda seu chamado quando ele acordar

Já aconteceu de você acordar desorientado e sentir angústia por não saber como chegou ali? O mesmo acontece com seu filho quando ele adormece no seu colo e acorda no berço. Portanto, uma vez que você tiver conseguido deixá-lo lá, volte sempre que ele chamar para reforçar a ideia de que você não o abandonou.

Ensine-o a adormecer

Para colocar um bebê para dormir, também é conveniente utilizar algumas estratégias, como cantar baixinho, acariciá-lo ou embalá-lo.

Embora muitas pessoas acreditem que isso seja contraproducente, a verdade é que, por meio dessas atitudes, você ensina alternativas para relaxar, que os bebês podem então repetir por conta própria.

Não se surpreenda se ouvi-lo cantar baixinho ou sussurrar para si mesmo para se acalmar.

Não existe uma receita única, muito menos mágica

No mundo dos pais, sempre há bons conselhos e boas intenções. Todas as pessoas que já viveram essa experiência tentam compartilhar o que funcionou para elas. Isso às vezes pode ser uma fonte de alívio e contenção, mas também pode criar culpa.

Além disso, existem certas práticas que não podemos realizar por diferentes motivos pessoais. Portanto, ao criar os filhos é importante construir os próprios estilos parentais, sem pensar que existem receitas universais e infalíveis.

Cada família é um mundo e cada mãe, pai e filho são diferentes uns dos outros. O segredo é a sincronização, para que a vida em casa flua em harmonia.

O mais importante ao criar um filho é se deixar guiar pela empatia, pelo respeito e pela compreensão. Para saber o que é mais adequado para cada filho, é preciso conhecê-lo bem, e isso requer tempo e muita sensibilidade por parte dos pais.

Por fim, busque informações de qualidade sobre o desenvolvimento do sono dos bebês, para tomar decisões conscientes sobre o assunto.


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