O que é o movimento antivacina?

O movimento antivacina causa mortes no mundo todo. Saiba mais sobre isso e a importância das vacinas a seguir.
O que é o movimento antivacina?
María Belén Del Río

Revisado e aprovado por a médica María Belén Del Río.

Última atualização: 27 dezembro, 2022

O movimento antivacina existe desde o surgimento das primeiras vacinas. É um movimento perigoso uma vez que não possui base científica e coloca em risco a saúde individual e pública. As crianças e os indivíduos com a imunidade comprometida são os mais afetados.

Como surgiu o movimento antivacina?

Movimentos antivacina podem ser definidos como grupos de pessoas que, por diferentes razões (religiosas, políticas, filosóficas, de saúde, etc.) acreditam que as vacinas e o ato de se vacinar são mais prejudiciais à saúde do que os benefícios que a vacinação pode trazer.

As origens da primeira vacina remontam a 1796 quando Edward Jenner, um médico rural inglês, descobriu a capacidade de prevenir o contágio da varíola ao colocar indivíduos saudáveis em contato com as secreções de um paciente com essa doença.

Naquele momento apareceram os primeiros críticos à vacina, mesmo dentro da própria classe médica. A partir de então, muitos países sofreram surtos de doenças que poderiam ter sido evitados se não fosse a influência dos movimentos antivacinas.

Um dos artigos mais conhecidos que infelizmente fez com que o movimento antivacina ganhasse força foi publicado em 1998 na revista científica The Lancet. Esse artigo associou a vacinação (vacina tríplice viral) ao autismo e a outras doenças do cólon.

Seis anos mais tarde, foi demonstrado que o autor principal desse artigo, Andrew Wakefield, tinha conflitos de interesses financeiros e modificou os resultados de seu estudo para o seu próprio benefício.

O movimento antivacina é muito perigoso

Vários coautores dessa pesquisa se retrataram das conclusões obtidas, mas, infelizmente, o dano já tinha sido feito. Esse artigo fraudulento criou um estado de pânico que resultou em uma diminuição das taxas de imunização que, por sua vez, teve como consequência alguns surtos dessas doenças.

Em que se baseia o movimento antivacina?

Diferentes estudos analisaram o conteúdo oferecido pelos sites de movimentos antivacinas. Alguns dos argumentos expostos podem ser agrupados em:

  • Crenças religiosas. Segundo certas religiões, as vacinas supõem uma influência externa e desnecessária sobre o corpo.
  • Questões filosóficas. Consideram que a vacinação obrigatória (presente em alguns países) representa uma violação dos direitos do indivíduo.
  • Falta de eficiência. Esse grupo acredita que a diminuição da incidência de doenças que são prevenidas com as vacinas se deve exclusivamente a melhorias socioeconômicas, e não à própria vacinação.
  • Riscos e consequências da vacinação. Concentram-se nos possíveis efeitos colaterais e na relação entre a vacinação e o surgimento de certas doenças, principalmente as idiopáticas ou que alteram a imunidade.
  • Negócios econômicos. Concentram-se no lucro que a produção de vacina traz para os fabricantes e para a indústria farmacêutica. Destacam a falta de transparência de todos os envolvidos no processo de vacinação.
  • Outros argumentos. Fazem referência ao desconforto das agulhadas ou às possíveis consequências de uma má técnica de aplicação.

Quais benefícios as vacinas proporcionam?

As vacinas representam um dos maiores avanços na história da medicina. Com efeito, está cientificamente comprovado que as vacinas evitam milhões de mortes todos os anos.

Da mesma forma, milhares de pessoas morrem no mundo todos os anos devido a doenças que poderiam ser evitadas com as vacinas. Isso ocorre porque essa parcela da população não tem acesso a elas.

Estas são apenas algumas das características mais importantes das vacinas:

  • As vacinas são seguras. São um dos produtos médicos mais seguros que existem já que que são submetidas a vários controles de segurança.
  • Não produzem a doença a qual imunizam.
  • Não causam autismo.
  • A possibilidade de efeitos colaterais nunca é descartada, uma vez que o risco zero não existe. No entanto, a relação risco-benefício é muito alta.
O movimento antivacina infelizmente ocorre em várias partes do mundo.
  • As vacinas funcionam amplamente.
  • A proteção da vacina é duradoura, embora algumas possam exigir doses de reforço.
  • São necessárias para manter a proteção individual e populacional.
  • A proteção da saúde das crianças constitui um princípio ético com um valor moral indiscutível.
  • Evidências científicas independentes legitimam o uso de vacinas.

Outros benefícios das vacinas

Atualmente, não há alternativas que provaram ser melhores (nem mesmo próximas) do nível de proteção conferido pelas vacinas. Em muitos lugares a vacinação não é obrigatória, exceto em certas circunstâncias que representam um risco coletivo.

Apesar disso, existe uma obrigação cívica e moral dos pais de proteger as crianças. Isso permite construir uma sociedade melhor na qual podemos contribuir para nos proteger, e proteger especialmente aqueles que não têm a oportunidade de se vacinar.

Não temos consciência da relevância de muitas doenças infantis precisamente porque as vacinas evitam que tenhamos essa experiência. E embora as melhorias das condições de higiene tenham influenciado a diminuição de doenças, não se pode ignorar o papel das vacinas nesse aspecto.


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