O que é a síndrome do alcoolismo fetal?

O consumo de álcool em excesso é prejudicial para qualquer pessoa. No entanto, no caso das grávidas, bebidas alcoólicas são desaconselháveis até mesmo em quantidades mínimas.
O que é a síndrome do alcoolismo fetal?
Saúl Sánchez Arias

Revisado e aprovado por o nutricionista Saúl Sánchez Arias.

Última atualização: 23 setembro, 2024

A síndrome do alcoolismo fetal (SAF) diz respeito aos diversos problemas que um bebê pode apresentar nos primeiros meses de vida se a mãe tiver consumido álcool durante a gravidez.

Embora não se tenha determinado qual é o consumo mínimo para provocar ou não problemas após o nascimento, foi comprovado que que consumir álcool afeta significativamente a saúde dos bebês também durante a gestação. Essa situação é conhecida como síndrome do alcoolismo fetal.

Quando a mulher grávida consome bebidas alcoólicas, especialmente durante o primeiro trimestre de gravidez, essas substâncias chegam facilmente ao feto através da placenta.

Por que o álcool é ruim para a saúde?

As consequências negativas do consumo de álcool para os adultos não são nenhuma novidade. Entre outras consequências, o consumo dessa substância pode causar vários prejuízos, tais como: alteração da frequência cardíaca, descontrole dos níveis de açúcar, desidratação e problemas digestivos.

Quando uma mulher está grávida, o consumo de álcool pode afetar seriamente a saúde do bebê por duas simples razões. Primeiro porque o organismo do bebê não é capaz de processar essa substância. Segundo porque também não possui a capacidade de eliminar todos seus resíduos. Ou seja, fica com os resíduos no organismo.

Como se pode verificar a existência da síndrome do alcoolismo fetal?

Os principais sintomas da síndrome do alcoolismo fetal são:

  • Deficiências visuais ou auditivas.
  • Atraso no desenvolvimento.
  • Baixo peso ao nascer e, inclusive, desnutrição.
  • Má coordenação de movimentos (percebido em longo prazo).
  • Crescimento inadequado (tanto antes quanto depois do nascimento).
síndrome do alcoolismo fetal

A maioria dos bebês que sofrem desse problema apresentam malformações no rosto. As características marcantes desse transtorno são:

  • Rosto largo e achatado.
  • Perímetro pequeno do crânio.
  • Malformações nas orelhas.
  • Ponte nasal larga e muito baixa.
  • Olhos pequenos e dobras epicânticas.
  • Fendas palpebrais estreitas nos olhos.

Diagnóstico e tratamento

Logicamente, a síndrome do alcoolismo fetal deve ser diagnosticada por um profissional da saúde. Para o diagnóstico, o médico vai realizar algumas observações que, somadas ao depoimento da mãe sobre sua conduta durante a gravidez, vai permitir chegar a uma resposta.

A primeira observação são as características faciais, pois costuma ser o traço mais comum nas crianças com esse problema. Se o bebê apresentar alguma das anomalias descritas anteriormente, pode ser um indicador de síndrome de alcoolismo fetal.

“Quando uma mulher está grávida, o consumo de bebidas alcoólicas pode afetar seriamente a saúde do bebê porque o organismo dele não está preparado para processar essa substância e porque também não consegue eliminar todos os resíduos.”

Em segundo lugar, o médico vai avaliar os parâmetros de crescimento do bebê. Os que sofrem da síndrome do alcoolismo fetal costumam apresentar atrasos no desenvolvimento, assim como dificuldades para coordenar os movimentos e, até mesmo, deficiências nos sentidos. Isso se deve ao fato de que a SAF repercute diretamente no sistema nervoso central.

E principalmente, em última instância, o médico vai pedir exames mais específicos para avaliar o SNC (sistema nervoso central) do bebê. Dessa maneira, poderá analisar a estrutura (tamanho e forma), o funcionamento neurológico e as possíveis deficiências que o bebê pode apresentar.

síndrome do alcoolismo fetal

A prevenção como melhor forma de tratamento

Como comentamos anteriormente, não foi determinado de maneira precisa qual é a quantidade máxima de álcool que uma mulher grávida pode ingerir sem prejuízos ao bebê. Portanto, o ideal é evitar seu consumo, principalmente nos primeiros meses de gravidez.

Nos casos em que a futura mãe tiver dificuldade de suspender o consumo ou, até mesmo, apresentar sintomas de abstinência de álcool, o ideal é procurar ajuda profissional o mais rápido possível. Além disso, o acompanhamento e a ajuda dos familiares se torna essencial nessas situações.

Paralelamente, também é importante que o pai se abstenha do consumo dessa substância quando o casal está tentando engravidar.

Por um lado, porque vai servir de apoio à mãe que não pode consumir álcool. E, por outro, porque acredita-se que o consumo de álcool por parte do pai também pode incidir na saúde do futuro bebê. De qualquer maneira, ainda é um tema que está sendo pesquisado.

Por fim, é necessário destacar que o consumo de álcool é completamente desaconselhado por médicos do mundo todo. Independente da quantidade ingerida.

É essencial ter sempre em mente que aquilo que para a mãe pode ser um simples aperitivo, para o feto pode se mostrar uma substância extremamente tóxica. 


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