Posso engravidar se tenho as trompas ligadas?
O procedimento de ligadura de trompas é um método de esterilização bastante comum. No entanto, como todo processo cirúrgico, gera dúvidas e ainda maiores quando se trata de contracepção. Ter as trompas ligadas implica que decidimos terminar com nossa capacidade reprodutiva de maneira quase permanente. Ainda que seja considerado um mecanismo de esterilização eficaz, sabe-se que se trata de um método arriscado.
A ligadura das trompas é aplicada naquelas mulheres que decidiram não ter mais filhos, porque é um método permanente. Trata-se de um procedimento simples de ambulatório, que pode ser realizado de diferentes maneiras. Uma mulher pode programar a realização de sua ligadura para qualquer dia, inclusive no momento de dar a luz.
Atualmente existem técnicas que permitem que a cirurgia seja realizada através de laparoscopia, uma das mais simples. Por meio desse processo cirúrgico, fica impedida a passagem dos óvulos a partir dos ovários até o útero. Os extremos cauterizados nas trompas têm um efeito duradouro, mas em algumas ocasiões, o procedimento falha.
A ligadura das trompas é permanente
Esse método não pode ser considerado como reversível ou temporário, por isso é importante planejar bem. Os principais pacientes são aquelas mulheres que não desejam ficar grávidas no futuro. Além disso, também é recomendado para mulheres que já passaram dos 40 anos e que possuem antecedentes de câncer de ovário.
Muitas mulheres já se arrependeram da decisão de se submeter à essa cirurgia, em especial pela sua eficácia. No entanto, também é conhecido que uma de cada duzentas mulheres pode voltar a engravidar depois da ligadura das trompas. Ou seja, o processo não é definitivo, já que as taxas de incidência na verdade são muito baixas.
Dessa forma, não basta apenas realizar essa cirurgia e assumir que nunca mais teremos que nos preocupar em ficar grávidas. Os especialistas recomendam observar para estabelecer a evolução do procedimento, pois existem outros riscos. Segundo os dados, uma mulher submetida a essa intervenção, além de ter probabilidades de gravidez no futuro também se expõe ao seguinte:
. Aumenta o risco de gravidez ectópica
. Fechamento completo das trompas (em caso de procedimento histeroscópico)
. Dano aos tecidos ou órgãos adjacentes da zona de intervenção, nesse caso como produto do contato com o material cirúrgico.
. Consequências da anestesia geral.
. Dor pelo acúmulo de gás cirúrgico.
. Anomalia no ciclo menstrual.
Quando a intervenção é realizada por meio do histeroscópio, os especialistas recomendam que a mulher continue utilizando um método anticonceptivo alternativo, até verificar o sucesso da intervenção. Nesse caso, é necessário uma avaliação denominada histerosalpingografia, que é executada três meses depois da intervenção.
Dessa maneira, é possível reverter a intervenção, por meio de um procedimento chamado recanalização. A recanalização é realizada também por via cirúrgica e consiste em desprender novamente o canal das trompas. Quando se realiza a recanalização se restabelecem as probabilidades de gravidez, apenas que dessa vez se recomenda o processo de fertilização in vitro.
Como saber se a ligadura das trompas funcionou?
Nosso médico sempre poderá fazer uma avaliação que permita nos dizer como tudo está. Por exemplo, no caso do canal não ter se fechado completamente ele poderá nos advertir do risco. Se for necessário, poderemos ter que seguir tomando anticonceptivos ou qualquer outra opção.
No caso de que sejamos do grupo que se arrependeu do procedimento, alguns exames nos informarão sobre nosso estado. Acredita-se que a reversão da intervenção se aplica sempre e quando as terminações mais próximas do ovário se mantenham intactas. Para isso, é necessário que exista uma longitude de ao menos 4 centímetros de canal em funcionamento.
No entanto, se a extirpação da trompa foi completa é possível que a reversão seja considerada impossível. Da mesma forma, com o passar dos anos se considera mais arriscado a gravidez em caso de ligadura de trompas. Dessa forma, estatisticamente falamos de probabilidades de 1 em 1000 durante o primeiro ano, mas aumenta entre 2 e 10 de cada mil depois dos cinco anos de intervenção.