Tratamento da asma em crianças
A asma é uma das doenças crônicas mais frequentes na fase infantil. É um problema de saúde pública que foi aumentando nos últimos anos e que leva ao consumo de grandes quantidades de medicamentos. Por isso, neste artigo, vamos nos aprofundar sobre o tratamento da asma em crianças.
O que é a asma?
A asma, de acordo com o III Consenso Internacional Pediátrico, é um distúrbio caracterizado por “sibilos recorrentes e tosse permanente em uma situação na qual a asma é possível e outras doenças menos frequentes foram descartadas”.
Os sintomas mais comuns de um episódio asmático são os seguintes:
- Sibilos.
- Dispneia.
- Tosse.
- Opressão torácica.
- Obstrução de vias aéreas.
- Hiperreatividade brônquica.
- Inflamação de via aérea.
Tratamento da asma em crianças
O tratamento da asma geralmente é dividido em dois grandes blocos. Por um lado, temos o tratamento das crises agudas e, por outro, o tratamento de manutenção crônico. Os principais objetivos do tratamento da asma em crianças são:
- Reduzir e tentar eliminar sintomas crônicos.
- Prevenir o aparecimento de crises agudas.
- Evitar, tanto quanto possível, o uso de medicamentos e os seus efeitos colaterais.
Os principais medicamentos utilizados no tratamento da asma em crianças são:
- Broncodilatadores, para o alívio dos sintomas.
- Anti-inflamatórios, para controlar a doença.
Tratamento de uma crise aguda de asma
Quando estamos diante de uma crise aguda, os objetivos do tratamento mudam e o mais importante é tratar a hipoxemia, que é a diminuição da pressão de oxigênio no sangue. De fato, essa é a primeira avaliação que geralmente é feita em uma criança que se apresenta com uma situação de crise asmática.
A avaliação da pressão parcial de oxigênio no sangue arterial é feita com um oxímetro de pulso que mede a saturação de oxigênio. Assim, dependendo do resultado obtido, a crise pode ser classificada de acordo com a sua gravidade:
- Leve: Saturação de O2 maior do que 94%.
- Moderada: saturação de O2 entre 91 e 94%.
- Grave: saturação de O2 menor do que 91%.
Considera-se como hipoxemia quando a pressão parcial de oxigênio no sangue arterial diminui para menos de 91%, ou 60 mmHg. Nesses casos, a criança deve ser encaminhada ao hospital urgentemente. Além disso, também quando há risco de complicações, histórico de alto risco ou falta de resposta ao tratamento.
Diante de uma crise aguda, o tratamento utilizado como primeira opção é a administração por inalação de medicamentos beta-2-adrenérgicos. Eles são administrados com um sistema de inalador pressurizado com câmara ou com um nebulizador.
O medicamento mais utilizado é o salbutamol. Outras opções podem ser o brometo de ipratrópio ou corticosteroides.
Em todos os pacientes com uma saturação de oxigênio inferior a 94%, é necessária a administração de oxigênio. Por isso, eles devem ser encaminhados para um hospital para serem avaliados e acompanhados mais detalhadamente.
Tratamento de manutenção da asma em crianças
Quando falamos de tratamento de manutenção crônico, devemos levar em consideração especialmente a idade das crianças. Geralmente, além do tratamento farmacológico, é avaliada a opção de uma imunoterapia e é dada ênfase especial à educação no manejo de doenças e crises.
No tratamento da asma em crianças, como dissemos anteriormente, devemos evitar, tanto quanto possível, o consumo de medicamentos de maneira crônica. Deve-se começar com um tratamento básico que, se necessário, pode ser aumentado gradualmente.
Os medicamentos mais utilizados como tratamento de manutenção da asma são os corticosteroides inalados, tais como a budesonida ou a fluticasona.
É importante controlar as doses de corticosteroides para evitar efeitos colaterais indesejados. Caso seja necessário aumentar a dose, muitas vezes é preferível combiná-los com broncodilatadores.
É necessário ter em mente que, em crianças com menos de 3 anos, a maioria dos episódios asmáticos ocorre por causa de infecções virais e os sintomas desaparecem independentemente do tratamento. Portanto, não se deve abusar de medicamentos desnecessários que podem causar mais danos do que benefícios.
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