Como agir em caso de fobia escolar
A maioria das crianças e adolescentes tenta, em algum momento, evitar ir para a escola. Os motivos são diversos e este é um comportamento normal quando ocorre de forma isolada. Porém, quando acontece de forma contínua e com grande intensidade, podemos estar diante de um caso de fobia escolar.
Quando um jovem expressa um grande medo de ir para a escola, os pais se encontram diante de uma situação realmente complicada. Será que ele está fingindo esse mal-estar? Por que será que ele não quer ir para a escola? Devo permitir que ele fique em casa ou devo forçá-lo a ir à escola? Vamos tentar responder a essas perguntas tão comuns diante desse tipo de situação.
O que é a fobia escolar?
Antes de nos aprofundarmos no que podemos fazer para lidar com a fobia escolar, vamos explicar brevemente do que se trata. Essa fobia está incluída entre as fobias específicas de tipo situacional e, portanto, segue os critérios comuns:
- Medo excessivo, desproporcional ou irracional de ir para a escola.
- A ideia de ir para a escola gera intensa ansiedade na criança e um grande mal-estar. Essa sensação pode ser acompanhada por sintomas somáticos, tais como dores de cabeça ou de estômago, bem como se manifestar em forma de choro e de birra.
- A criança resiste a ir para a escola por todos os meios e, se não puder evitar a situação, ela a suporta à custa de um enorme desconforto.
- Esse medo afeta o dia a dia da criança de forma significativa e interfere em seu desempenho acadêmico, suas relações sociais ou outras áreas.
- O medo de ir para a escola se prolonga durante pelo menos seis meses.
Por que ocorre?
Em muitas ocasiões, a fobia escolar da criança se origina a partir de uma experiência desagradável relacionada ao ambiente escolar. Talvez ela tenha conflitos com um professor ou uma dificuldade para se relacionar com os colegas.
Porém, também é possível que esse medo exacerbado esteja presente simplesmente por ter visto um colega passar por essas experiências escolares traumáticas ou até mesmo por ter ouvido casos semelhantes no noticiário. Também é comum que a personalidade tímida ou retraída da criança a predisponha a sofrer dessa fobia.
Como agir diante da fobia escolar?
A exposição é a chave
Muitos pais, com a melhor das intenções e muita consideração pelo filho, permitem que ele fique em casa ao observar a sua ansiedade por ter que ir para a escola. Porém, assim como ocorre com qualquer outra fobia, é fundamental que a criança se exponha a ela, ou seja, que vá para a aula.
É justamente a evitação daquilo que se teme que mantém e reforça o medo. Portanto, ao permitir que a criança não falte da escola, isso não só vai prejudicar o seu desempenho acadêmico, como também vai manter e agravar a sua fobia.
No entanto, também não se trata de manter uma atitude rígida, cruel ou imponente em relação à criança. Não devemos ridicularizar o seu medo, puni-la ou gritar com ela. É importante que ela saiba que compreendemos o seu medo e que estamos ao seu lado para ajudá-la, mas que ficar em casa só vai piorar as coisas.
Oferecer ferramentas
Além disso, é fundamental proporcionar à criança ou aos adolescente as ferramentas para enfrentar essa situação tão temida. Não podemos mandá-los para a batalha de mãos vazias, pois o medo será paralisante. Assim, temos que perguntar sobre a origem da fobia e agir a seu respeito:
- Se houver um problema com um professor ou colega, podemos falar com a escola para que medidas sejam tomadas.
- Se o nosso filho tiver dificuldade para se relacionar, será importante ensinar as habilidades sociais que ele não possui. Da mesma forma, se ele tiver baixa autoestima ou uma timidez excessiva, será conveniente trabalhar a sua autoconfiança para que ele possa enfrentar as situações escolares.
- É muito necessário treinar a criança em alguma técnica de relaxamento ou respiração que permita reduzir o seu nível de ansiedade. Será uma ferramenta que ela poderá usar para reduzir a sua ativação ao enfrentar a situação temida.
Ajuda profissional para a fobia escolar
Por fim, é possível que os pais, em muitas ocasiões, não tenham capacidade para fazer todo esse trabalho com os filhos por conta própria. Por isso, é necessário lembrar que existem profissionais que podem ajudar enormemente.
O psicólogo infantil vai trabalhar com a criança e fornecer as orientações e os recursos necessários. Além disso, o profissional também vai apoiar e orientar os pais para que acompanhem o processo da melhor maneira possível. Você deve saber que não é necessário enfrentar tudo sozinha.
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