Gastroenterite em bebês: sintomas, causas e tratamento
Uma das doenças mais comuns da infância, depois dos resfriados e da inflamação dos ouvidos, é a gastroenterite.
Os bebês podem ter vários episódios dessa doença ao longo da vida e estima-se que, na Espanha, por exemplo, cada criança com menos de 3 anos pode apresentar essa condição entre 0,5 e 2 vezes por ano. Por sua vez, é a segunda maior causa de morbimortalidade infantil em todo o mundo.
Por tudo isso, é fundamental saber como preveni-la e tratá-la para evitar as complicações mais perigosas. Descubra mais neste completíssimo artigo.
O que é a gastroenterite em bebês?
Chamamos de gastroenterite a inflamação do revestimento do estômago e dos intestinos. Como resultado dessa alteração, as células gastrointestinais não conseguem desempenhar suas funções adequadamente e tendem a perder grandes quantidades de água e sais minerais.
Da mesma forma, o alimento que chega ao trato digestivo não pode ser absorvido, fermenta e gera maior perda de fluidos corporais. As duas vias de eliminação desse conteúdo são a diarreia ou o vômito.
De acordo com o tempo de evolução do quadro, é classificado como agudo ou crônico. O primeiro dura menos de duas semanas e geralmente desaparece nos primeiros 2 a 7 dias.
Embora não exija tratamento curativo, os sintomas dos bebês devem ser tratados prontamente para evitar sua principal complicação: a desidratação.
O que causa a gastroenterite?
Essa doença pode ser causada por uma infecção ou como resultado de outras condições inflamatórias. Dentre as mais relevantes, destacam-se:
- Infecções gastrointestinais: são a causa mais frequente e geralmente são causadas por vírus, como rotavírus ou adenovírus. A forma de transmissão é fecal-oral, ou seja, o germe é eliminado pelas fezes de uma criança e entra pela boca de outra criança. Em geral, isso ocorre através da ingestão de alimentos e água contaminados ou por lavagem inadequada das mãos.
- Intolerâncias alimentares: como a intolerância à proteína do leite de vaca ou ao glúten e as alergias alimentares (frutos do mar, ovos, entre outras).
- Distúrbios digestivos devido à introdução inadequada de alimentos na ablactação.
- Doenças inflamatórias do sistema digestivo.
- Queda nas defesas (imunossupressão).
- Fibrose cística.
Quais são os sintomas da gastroenterite em bebês?
A manifestação clínica mais característica dessa doença é a diarreia, que é definida por uma diminuição da consistência usual das fezes e um aumento considerável da frequência de evacuação.
Em geral, esse sintoma pode ser acompanhado por qualquer uma das seguintes manifestações clínicas:
- Vômito.
- Febre.
- Falta de apetite.
- Dor e distensão abdominal.
- Muco ou sangue nas fezes (às vezes).
- Irritabilidade.
- Apatia.
- Mal-estar, incomodo geral.
Tratamento da gastroenterite
O tratamento da gastroenterite depende da causa. Nesse sentido, é importante saber que nem sempre requer antibióticos, pois na maioria das vezes é causada por vírus e se resolve por conta própria após uma semana.
Como ressaltado anteriormente, o mais importante é prevenir a desidratação, principalmente em bebês menores de um ano. Aqui estão algumas dicas úteis para evitar esse resultado:
- A amamentação deve continuar a livre demanda e deve ser oferecida com mais frequência se o bebê fizer mamadas mais curtas.
- Para repor as perdas de água, sais de reidratação oral (ou soro oral) podem ser oferecidos ao bebê. Essa solução contém água, sódio, potássio, cloro e glicose nas proporções corretas.
- Em relação à alimentação, recomenda-se não forçar a criança a comer. Em caso de necessidade, a comida deve ser de fácil digestão e saborosa. É aconselhável evitar alimentos pesados, gordurosos e ácidos.
- Controle as perdas, tanto as de fralda quanto os vômito. É desejável manter um registro diário para informar ao pediatra.
Quanto às medidas farmacológicas, ficam a critério do médico. Como já dissemos, os tratamentos variam de acordo com a causa, e é importante não administrar medicamentos sem a indicação de um profissional.
Em algumas diarreias virais, probióticos, como o Lactobacillus, podem ser prescritos, pois diversos estudos indicam as vantagens do seu uso.
Como posso prevenir a gastroenterite em meu bebê?
Os bebês são propensos a infecções devido às suas defesas imaturas. Por esse motivo, é importante implementar todas as medidas de prevenção de infecções possíveis. Vejamos algumas dicas:
- Imunizar o bebê com a vacina contra rotavírus a partir dos 2 meses de idade, de acordo com o calendário nacional de vacinação.
- Fazer uma correta lavagem das mãos antes de preparar a mamadeira, após trocar a fralda do bebê e após ir ao banheiro.
- Manter o trocador limpo e desinfetado.
- Lavar corretamente os alimentos, especialmente frutas e vegetais crus que são oferecidos ao bebê.
- Evitar o contato do bebê com pessoas doentes.
Quando procurar o pediatra?
Após a incorporação da vacina ao calendário infantil, o número de internações por essa causa diminuiu consideravelmente. Em geral, esses quadros costumam ser autolimitados e se resolvem após cerca de 2 a 7 dias.
Em alguns casos, o curso da doença é diferente, e é importante consultar o médico quando surgir algum sinal de alerta, como os descritos a seguir:
- A diarreia dura mais de 7 dias.
- O vômito é constante, e o bebê tem mais de 3 ou 4 episódios em 1 hora.
- As fezes contêm sangue ou muco.
- Aparecem sintomas de desidratação: irritabilidade, letargia, olhos fundos, moleira deprimida, boca seca e ausência de lágrimas.
- Ausência de urina na fralda 6 horas após a última troca.
- Febre que persiste ou não diminui com antipiréticos.
A gastroenterite é uma doença comum que, se não tratada a tempo, pode causar sérios danos à saúde do bebê. Consulte o médico sempre que tiver dúvidas, principalmente na presença de sinais de alerta.
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