Gastroenterite em bebês: sintomas, causas e tratamento

A gastroenterite é uma das doenças mais comuns em bebês. Saiba como é tratada e quais medidas você pode tomar para evitá-la.
Gastroenterite em bebês: sintomas, causas e tratamento

Última atualização: 08 novembro, 2021

Uma das doenças mais comuns da infância, depois dos resfriados e da inflamação dos ouvidos, é a gastroenterite.

Os bebês podem ter vários episódios dessa doença ao longo da vida e estima-se que, na Espanha, por exemplo, cada criança com menos de 3 anos pode apresentar essa condição entre 0,5 e 2 vezes por ano. Por sua vez, é a segunda maior causa de morbimortalidade infantil em todo o mundo.

Por tudo isso, é fundamental saber como preveni-la e tratá-la para evitar as complicações mais perigosas. Descubra mais neste completíssimo artigo.

O que é a gastroenterite em bebês?

Chamamos de gastroenterite a inflamação do revestimento do estômago e dos intestinos. Como resultado dessa alteração, as células gastrointestinais não conseguem desempenhar suas funções adequadamente e tendem a perder grandes quantidades de água e sais minerais.

Da mesma forma, o alimento que chega ao trato digestivo não pode ser absorvido, fermenta e gera maior perda de fluidos corporais. As duas vias de eliminação desse conteúdo são a diarreia ou o vômito.

De acordo com o tempo de evolução do quadro, é classificado como agudo ou crônico. O primeiro dura menos de duas semanas e geralmente desaparece nos primeiros 2 a 7 dias.

Embora não exija tratamento curativo, os sintomas dos bebês devem ser tratados prontamente para evitar sua principal complicação: a desidratação.

bebê hospitalizado por desidratação

O que causa a gastroenterite?

Essa doença pode ser causada por uma infecção ou como resultado de outras condições inflamatórias. Dentre as mais relevantes, destacam-se:

  • Infecções gastrointestinais: são a causa mais frequente e geralmente são causadas por vírus, como rotavírus ou adenovírus. A forma de transmissão é fecal-oral, ou seja, o germe é eliminado pelas fezes de uma criança e entra pela boca de outra criança. Em geral, isso ocorre através da ingestão de alimentos e água contaminados ou por lavagem inadequada das mãos.
  • Intolerâncias alimentares: como a intolerância à proteína do leite de vaca ou ao glúten e as alergias alimentares (frutos do mar, ovos, entre outras).
  • Distúrbios digestivos devido à introdução inadequada de alimentos na ablactação.
  • Doenças inflamatórias do sistema digestivo.
  • Queda nas defesas (imunossupressão).
  • Fibrose cística.

Quais são os sintomas da gastroenterite em bebês?

A manifestação clínica mais característica dessa doença é a diarreia, que é definida por uma diminuição da consistência usual das fezes e um aumento considerável da frequência de evacuação.

Em geral, esse sintoma pode ser acompanhado por qualquer uma das seguintes manifestações clínicas:

  • Vômito.
  • Febre.
  • Falta de apetite.
  • Dor e distensão abdominal.
  • Muco ou sangue nas fezes (às vezes).
  • Irritabilidade.
  • Apatia.
  • Mal-estar, incomodo geral.

Tratamento da gastroenterite

O tratamento da gastroenterite depende da causa. Nesse sentido, é importante saber que nem sempre requer antibióticos, pois na maioria das vezes é causada por vírus e se resolve por conta própria após uma semana.

Como ressaltado anteriormente, o mais importante é prevenir a desidratação, principalmente em bebês menores de um ano. Aqui estão algumas dicas úteis para evitar esse resultado:

  • A amamentação deve continuar a livre demanda e deve ser oferecida com mais frequência se o bebê fizer mamadas mais curtas.
  • Para repor as perdas de água, sais de reidratação oral (ou soro oral) podem ser oferecidos ao bebê. Essa solução contém água, sódio, potássio, cloro e glicose nas proporções corretas.
  • Em relação à alimentação, recomenda-se não forçar a criança a comer. Em caso de necessidade, a comida deve ser de fácil digestão e saborosa. É aconselhável evitar alimentos pesados, gordurosos e ácidos.
  • Controle as perdas, tanto as de fralda quanto os vômito. É desejável manter um registro diário para informar ao pediatra.

Quanto às medidas farmacológicas, ficam a critério do médico. Como já dissemos, os tratamentos variam de acordo com a causa, e é importante não administrar medicamentos sem a indicação de um profissional.

Em algumas diarreias virais, probióticos, como o Lactobacillus, podem ser prescritos, pois diversos estudos indicam as vantagens do seu uso.

Como posso prevenir a gastroenterite em meu bebê?

Os bebês são propensos a infecções devido às suas defesas imaturas. Por esse motivo, é importante implementar todas as medidas de prevenção de infecções possíveis. Vejamos algumas dicas:

  • Imunizar o bebê com a vacina contra rotavírus a partir dos 2 meses de idade, de acordo com o calendário nacional de vacinação.
  • Fazer uma correta lavagem das mãos antes de preparar a mamadeira, após trocar a fralda do bebê e após ir ao banheiro.
  • Manter o trocador limpo e desinfetado.
  • Lavar corretamente os alimentos, especialmente frutas e vegetais crus que são oferecidos ao bebê.
  • Evitar o contato do bebê com pessoas doentes.
Vacina oral para bebê contra rotavírus.

Quando procurar o pediatra?

Após a incorporação da vacina ao calendário infantil, o número de internações por essa causa diminuiu consideravelmente. Em geral, esses quadros costumam ser autolimitados e se resolvem após cerca de 2 a 7 dias.

Em alguns casos, o curso da doença é diferente, e é importante consultar o médico quando surgir algum sinal de alerta, como os descritos a seguir:

  • A diarreia dura mais de 7 dias.
  • O vômito é constante, e o bebê tem mais de 3 ou 4 episódios em 1 hora.
  • As fezes contêm sangue ou muco.
  • Aparecem sintomas de desidratação: irritabilidade, letargia, olhos fundos, moleira deprimida, boca seca e ausência de lágrimas.
  • Ausência de urina na fralda 6 horas após a última troca.
  • Febre que persiste ou não diminui com antipiréticos.

A gastroenterite é uma doença comum que, se não tratada a tempo, pode causar sérios danos à saúde do bebê. Consulte o médico sempre que tiver dúvidas, principalmente na presença de sinais de alerta.


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