10 tipos de violência psicológica que mais afetam as crianças
Sabemos que a violência tem múltiplas formas e também que traz consequências desastrosas para a saúde física e mental. No entanto, na infância seu impacto é ainda maior, pois cria um paradoxo difícil de resolver: quem deve me proteger e me amar é quem me machuca. Entre os tipos de violência existe a violência psicológica e hoje vamos contar do que se trata.
O que é a violência psicológica
A violência psicológica é muito mais sutil que outras, não em seus efeitos, mas na forma como se expressa. Não aplica golpes ou abusos físicos, mas se manifesta por meio de chantagem emocional, humilhação e comentários destrutivos. Ou também por ações ou omissões. Independente do disfarce que adote, acaba corroendo a autoestima das crianças.
Os 10 tipos mais prejudiciais de violência psicológica para crianças
Existem vários tipos de violência psicológica. Entre os mais conhecidos estão os seguintes:
- Humilhações. Refere-se a todas aquelas ações ou verbalizações em que a criança é levada a se sentir incompetente, inútil ou de pouco valor. Ela é chamada por nomes ou apelidos hostis e humilhantes.
- Agressões verbais. Gritos, insultos, comentários e pedidos mal educados o tempo todo. Também se aplica aqui o uso do sarcasmo nas respostas.
- Ênfase nos “erros”. Dessa forma, seu valor é erodido e uma única história ou imagem de si mesma é promovida. Por exemplo, quando dizem “lá vem o tortinho” ou “ele é vesgo”.
- Proibições ou impedimentos para desenvolver, explorar e se relacionar. Às vezes isso acontece porque as bases do apego seguro não são fornecidas para que as crianças tenham total segurança para explorar o mundo. Sua liberdade é cerceada, o medo é gerado e suas possibilidades são limitadas.
- Chantagem emocional. Geralmente vem na forma de “Se você não fizer isso, então…”. Dessa forma, as crianças são confrontadas com uma situação em que são responsáveis pelo bem-estar dos pais. Elas sentem que não são capazes de satisfazer seus desejos e interesses e acabam respondendo apenas aos dos adultos. É como se fossem colocadas entre a espada e a parede. Uma das formas mais comuns de chantagem emocional é quando as crianças são usadas como motim em conflitos de casal.
- Invalidação de emoções e interesses. As necessidades ou a forma como a criança se sente são subestimadas. Esse tipo de violência psicológica também se expressa por não reconhecer suas conquistas e aprendizados ou não parabenizá-los por eles. Dessa forma, a criança internaliza que suas necessidades não são importantes nem levadas em consideração.
- Rejeição. Os adultos não facilitam o contato ou a aproximação com a criança, não demonstram apoio nem carinho.
- Autoritarismo. O adulto se posiciona como quem dá as ordens e a criança deve ser quem obedece. Geralmente é baseado no adultocentrismo, que justifica esse comportamento com base na diferença de idade.
- Parentalidade baseada no medo. Às vezes, é pela própria ansiedade dos pais que eles transferem suas próprias inseguranças aos filhos. E assim, seu desejo de explorar e aprender é limitado. Outras vezes, trata-se de crianças que se comportam com muita cautela, introversão e cuidados exagerados para não incomodar os adultos, por medo de sua reação. Esse comportamento muitas vezes decorre de ter vivenciado ou presenciado uma situação de violência. Até porque os gestos e a postura dos pais são ameaçadores, sem que isso signifique que vão bater neles.
- Indiferença. Consiste em negligenciar e não dar atenção às demandas e necessidades das crianças. É como se elas não existissem. Essa situação muitas vezes leva à negligência dos pais.
Muitas vezes, a violência psicológica aparece de forma “inocente”, mesmo em tons de voz doces e suaves. Como se a abordagem fosse natural e lógica. No entanto, deixa sequelas e ameaça o desenvolvimento saudável da criança.
Sintomas de abuso psicológico em meninos e meninas
Algumas das consequências que aparecem devido ao abuso psicológico em crianças são as seguintes:
- Ansiedade, nervosismo, medo, desconforto emocional.
- Retraimento, sentimentos de inferioridade.
- Dificuldade para se relacionar, sensação de alerta constante.
- Problemas de comportamento.
- Dificuldades na escola.
- Problemas alimentares.
- Transtornos do sono.
Todos os tipos de violência são evitáveis
O desenvolvimento positivo de meninos e meninas depende de múltiplos fatores. Entre eles, um apego seguro, que permita que se sintam reconhecidos, valorizados e protegidos.
Além disso , é importante focar no bom tratamento, conforme recomendado pela criação positiva. Isso permite que os adultos estejam disponíveis e sensíveis às necessidades das crianças.
É claro que, para efetivar essa visão, é necessária uma mudança de paradigma, onde se naturaliza que “um tapa na hora certa” seria um bom remédio para a criança.
Por fim, cuidar da saúde e do desenvolvimento das crianças implica também prestar atenção aos pais e cuidadores e acompanhá-los na difícil tarefa de criar os filhos. Muitas vezes, essa valiosa missão é realizada sem companhia, fazendo o possível para conciliar a paternidade com as demais exigências da vida.
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