Mancha mongólica em bebês: sintomas, causas e tratamento
A mancha mongólica em bebês também é conhecida pelo termo melanose dérmica congênita, que, aliás, costuma ser mais apropriado. Em geral, é uma única mancha, grande, de cor escura e que costuma estar localizado na região glútea. Felizmente, é uma condição benigna que desaparece com o passar dos anos.
Ao longo das linhas que se seguem, você vai descobrir as suas principais características, bem como as doenças junto com as quais, em raras ocasiões, essa mancha pode se manifestar. Você tem interesse em saber um pouco mais sobre esse assunto? Continue lendo!
Quais são as características da mancha mongólica?
Na primeira vez que se nota essa lesão, ela pode ser confundida com um hematoma, ou seja, o acúmulo de sangue sob a pele, que geralmente é resultado de um traumatismo. Isso se deve principalmente à sua cor violeta ou marrom e à sua grande extensão, que em muitos casos costuma ultrapassar 5 centímetros.
Sua superfície é plana, sem aumento da temperatura local ou inchaço. A mancha mongólica também se caracteriza por ter limites um tanto difusos (especialmente em crianças negras) e por não gerar sintomas evidentes, como dor.
Pode surgir tanto no nascimento quanto nas primeiras semanas de vida, portanto é uma doença que atinge recém-nascidos ou neonatos, ou seja, durante o primeiro mês de vida. Geralmente, aparece na região glútea, embora também seja possível aparecer nas extremidades ou outras regiões.
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Por que essa lesão aparece?
A origem da mancha mongólica pode ser entendida a partir do seu termo médico, melanose dérmica congênita. Você sabe o que são os melanócitos ? É um tipo de células especiais presentes na pele de todos os humanos e que contêm melanina em seu interior, o principal pigmento que causa diferenças na tonalidade da pele de diferentes pessoas.
Na verdade, quando essas células são destruídas como resultado de uma reação autoimune, ocorre o vitiligo. Nessa patologia, aparecem manchas de tamanho variável com coloração muito clara devido à perda progressiva dessas células.
Os melanócitos costumam estar localizados na camada mais superficial da pele, chamada epiderme. Durante o desenvolvimento embrionário, algumas dessas células se encontram um pouco mais profundas, na derme. Quando essas células não saem de lá a tempo, é possível que essa condição se origine, por isso também é chamada de congênita.
Está associada a outras doenças?
Sim. Embora a lesão em si geralmente não tenha conotação patológica, às vezes o pediatra pode realizar estudos especiais para determinar a presença de outras condições. Alguns delas são as seguintes:
- Doença de Hurler: também conhecida como mucopolissacaridose tipo I, é uma doença congênita do metabolismo. Algumas moléculas param de funcionar e as substâncias se acumulam em vários tecidos, causando problemas no crescimento e desenvolvimento psicomotor.
- Síndrome de Sturge-Weber: é caracterizada pelo aparecimento de hemangiomas (tumores que afetam os vasos sanguíneos) e está associada a outros sintomas, como convulsões e distúrbios metabólicos.
Muitas dessas doenças são consideradas raras, por isso o diagnóstico médico pode ser difícil, a menos que vários sintomas estejam manifestados.
Pode ser confundida com outras doenças?
Sim. Existem várias doenças dentro do grupo das melanoses dérmicas, visto que elas têm semelhanças quanto aos seus mecanismos de aparecimento, como o nevo azul e o nevo de Ito.
Outra condição com a qual essa doença pode ser confundida é a neurofibromatose. O principal motivo é que essa doença se manifesta com várias manchas café com leite em várias partes do corpo e, com o tempo, pode causar complicações neurológicas.
Algo muito particular sobre a mancha mongólica, devido à sua semelhança com os hematomas, é que ela pode parecer sintoma de casos de abuso infantil. Obviamente, isso pode levar a vários conflitos, mas na maioria dos casos – especialmente porque a lesão leva muito mais tempo para desaparecer – é feito um diagnóstico correto.
A mancha mongólica tem tratamento?
A mancha mongólica geralmente não requer tratamento específico, pois com o passar dos anos desaparece espontaneamente. Alguns profissionais da saúde podem recomendar evitar a exposição à luz solar, e os procedimentos (como a aplicação de laser) costumam se limitar a casos em que a mancha persiste até a adolescência ou depois.
Uma lesão comum e chamativa
Embora seja uma condição benigna, o recomendação é procurar o pediatra ou dermatologista o mais rápido possível assim que a lesão for identificada, especialmente se houver sintomas incomuns. Não é aconselhável recorrer a produtos naturais para tratar essa condição, pois pode acabar piorando a situação em vez de melhorá-la.
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- Dorado Criado M, Fabra Garrido C, Rueda Carnero JM, Molina Gutiérrez MA. Mancha mongólica atípica: un reto diagnóstico. Rev Pediatr Aten Primaria. 2018;20:245-7.