Como escolher desenhos animados apropriados para seus filhos

Desenhos animados inadequados podem afetar o desenvolvimento cognitivo, social e emocional de seus filhos. Se você não sabe quais programas infantis escolher, oferecemos algumas orientações a esse respeito.
Como escolher desenhos animados apropriados para seus filhos
Elena Sanz Martín

Escrito e verificado por a psicóloga Elena Sanz Martín.

Última atualização: 28 fevereiro, 2023

As crianças adoram desenhos animados e aqueles personagens engraçados que aparecem na tela. Se você pensar em sua própria infância, provavelmente algumas de suas melhores lembranças estão relacionadas a esses tipos de programas infantis. No entanto, existem muitas opções disponíveis e nem todas são igualmente adequadas e benéficas. Portanto, hoje queremos dar orientações sobre como escolher os desenhos animados adequados para seus filhos.

Embora às vezes sejam demonizadas, a verdade é que as séries infantis não são negativas por si só. Na verdade, elas não apenas divertem as crianças, como também transmitem valores, mostram como se comportar em sociedade e contribuem para múltiplos processos de aprendizagem. Talvez seus pequenos tenham aprendido as cores graças a um programa infantil ou tenham adquirido vocabulário em inglês graças a esses desenhos. Vamos ver mais abaixo.

Tenha em mente a idade ao escolher os desenhos apropriados

Este é um dos principais parâmetros a ter em conta. Um bebê e uma criança em idade escolar não devem assistir aos mesmos programas, pois o amadurecimento cerebral e as necessidades são diferentes. Nesse sentido, uma premissa publicada e apoiada por um grande número de especialistas e associações pediátricas é a seguinte: crianças menores de dois anos não devem ser expostas a telas.

Isso pode parecer uma afirmação muito contundente para você, mas a verdade é que está comprovado o quanto esses estímulos audiovisuais são prejudiciais para os pequenos. Tenha em mente que o cérebro dos bebês ainda está muito subdesenvolvido e que esses primeiros anos de vida são um momento crítico quando eles experimentam mudanças no volume, estrutura e conexões cerebrais. E, nesse processo, as telas podem interferir.

A estimulação de que uma criança menor de dois anos necessita é principalmente o contato com suas figuras de apego e a interação com o meio em ambiente natural e não virtual. Assistir desenhos animados pode causar problemas permanentes de alerta, irritabilidade, atenção e impulsividade, além de dificuldades no desenvolvimento de empatia e socialização.

A exposição às telas deve ser controlada e não deve exceder uma hora por dia em crianças menores de cinco anos. Nas mais velhas, o ideal é não ultrapassar duas horas.

Analise o tipo de estimulação

Quando vamos escolher desenhos apropriados, geralmente nos concentramos nos personagens e no enredo, mas não consideramos um aspecto de grande importância: o tipo de estímulo que oferecem às crianças. Existem alguns programas infantis que apresentam ritmos lentos na narrativa e na apresentação das imagens, mas outros tendem a ser estimulantes em excesso.

Assim, apresentam planos curtos, cenas rápidas e luzes e sons intensos. Desta forma, chamam a atenção das crianças, mas, na verdade, isso as hipnotiza um pouco e é viciante para elas. Claro que ficam grudados na tela, sem se distrair e sem exigir a atenção dos pais, mas a hiperestimulação que recebem não é positiva, por isso é preferível evitá-la.

Na medida do possível, opte por programas infantis mais lentos e calmos, com tomadas de cena longas e sons de fundo discretos. Assim, evitamos que as funções cognitivas, o processamento sensorial e os processos emocionais da criança sejam afetados.

Observe os valores e modelos oferecidos

Outro aspecto a ter em conta é o tipo de valores que os programas transmitem, bem como as atitudes e comportamentos que os personagens modelam. As crianças, por meio da aprendizagem vicária, internalizam os comportamentos e modos de ser de seus desenhos preferidos. Consequentemente, tendem a imitá-los e a assimilar as palavras usadas e as reações exibidas. Pela mesma razão, é importante garantir que esses exemplos sejam positivos.

Algumas séries infantis promovem ensinamentos muito positivos para os pequenos. No entanto, existem outros programas cujos protagonistas têm pouco controle emocional, são solitários ou não falam direito. Todos esses aspectos devem ser levados em consideração, pois são informações que vão diretamente para a mente em desenvolvimento dos pequenos.

Existem séries infantis que promovem o companheirismo, a solidariedade, o valor da família, a empatia ou a responsabilidade. No entanto, com os outras, é necessário ter mais cuidado.

Escolha desenhos animados apropriados e supervisione

Por fim, cabe a cada família a decisão de escolher os programas infantis que mais se adequam aos ensinamentos que pretendem transmitir aos seus filhos. Porém, aspectos como a recomendação de idade, o tipo de estimulação e os valores são os principais parâmetros que devem ser considerados. Apesar disso, é altamente recomendável assistir a séries e desenhos animados junto com as crianças, em vez de deixá-las sozinhas na frente da tela.

Esse momento de partilha nos permitirá entender em primeira mão o que elas assistem, gerar conversas sobre isso com elas e fazer os esclarecimentos que considerarmos pertinentes. Com tudo isso em mente, não há porque temer que as crianças tenham certos momentos de lazer em frente às telas e desfrutem de seus programas favoritos. Se a escolha certa for feita, os desenhos animados podem ser muito educativos e um ótimo complemento para o seu aprendizado.


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