Filhos e divórcio: como lidar com essa situação?
Existem muitas questões a respeito do comportamento adequado em situações que envolvem filhos e divórcio. Certamente é um momento difícil para os pequenos e para você e, como mãe, você deseja que o processo seja o menos drástico possível para eles. O tom e as palavras a serem usados nessa situação variam dependendo da idade das crianças.
No início, as reações serão difíceis de controlar. O choque inicial, depois a tristeza, a frustração e a preocupação são sentimentos comuns para crianças cujos pais estão se divorciando. A vantagem é que, em uma idade precoce, a flexibilidade, o controle do estresse e a tolerância são maiores do que na idade adulta.
Também é importante considerar que não são apenas os pequenos que precisam de apoio. O casal que enfrenta um divórcio que envolve filhos também precisa de aconselhamento profissional e do apoio de familiares e amigos. Para transmitir uma sensação tranquilizadora aos seus filhos, você deve primeiro ser forte e encarar as situações com calma.
Amargas são as lágrimas das crianças. Adoce-os. Intensos são os pensamentos da criança. Acalme-os. Lancinante é o sofrimento da criança. Entenda-o. Suave é o coração da criança. Não o endureça.
-Autor desconhecido-
Filhos e divórcio: sinais e recomendações de acordo com a idade das crianças
Comportamentos de crianças de 0 a 5 anos
Os sinais de estresse e conflito nessa idade são medo, raiva, instabilidade emocional, irritabilidade ou ansiedade. Essas crianças também podem apresentar algumas anomalias no desenvolvimento normal de suas atividades escolares e na rotina doméstica.
O que os pais devem fazer:
- Oferecer cuidados constantes para que as crianças se sintam estáveis e seguras. Certifique-se de que as rotinas de brincadeiras, alimentação, banhos e sono não sofram alterações, apesar das circunstâncias.
- As explicações sobre o divórcio nessa idade são simples e concretas. As crianças devem ser informadas apenas onde irão morar, com quem irão morar, quem será responsável por seus cuidados e com qual frequência elas verão o outro progenitor. Se houver perguntas, elas devem ser respondidas da mesma forma.
Comportamentos comuns em crianças de 6 a 11 anos
Crianças em idade escolar também refletem ansiedade, medo, raiva e tristeza, mas os sinais de falta de um pai ausente são mais claros. Em muitos casos, elas pensarão sobre a reconciliação e perguntarão o que podem fazer para que isso aconteça.
Em outros casos, os pequenos podem se culpar pela separação e têm mais dificuldade em aceitar a mudança. Se isso acontecer, a prioridade é esclarecer que os filhos e o divórcio não estão relacionados, pois é uma decisão que cabe aos adultos.
O que os pais devem fazer:
- A consistência nos cuidados e nas rotinas ainda é muito importante. As crianças começarão a verbalizar seus sentimentos e você deve estar atenta para ouvir e intervir.
- Com crianças dessa idade, as conversas devem ser mais sutis para evitar magoá-las com comentários excessivamente diretos. Resolva as preocupações dos pequenos de forma cuidadosa.
De 12 a 14 anos
Nessa idade, é muito comum as crianças se sentirem irritadas e com raiva. Você deve prestar muita atenção às mudanças de comportamento que ocorrem ao se separar após a separação dos pais. Por mais imperceptíveis que possam parecer, elas têm significado e devem ser tratadas para evitar consequências negativas.
O que os pais devem fazer:
- Manter uma comunicação eficaz diminui as chances de as crianças desenvolverem problemas emocionais.
- Embora na adolescência o objetivo seja buscar a independência, é fundamental que você estabeleça uma conexão com seus filhos e se comunique com eles de forma assertiva.
- Pode parecer que eles querem evitar conversas com você, mas apesar disso você deve dar as explicações pertinentes e fazer perguntas para sanar todas as suas preocupações.
Filhos e divórcio: dicas para um acompanhamento eficaz
Incentive seus filhos a serem honestos. As crianças precisam aprender a reconhecer seus sentimentos e saber que eles são importantes para ambos os pais. Você sempre deve ajudá-las perceber que o que elas pensam tem importância e que é fundamental na situação.
Ajude-as a verbalizar o que sentem. O comportamento das crianças fala por si mesmo. É possível perceber quando uma criança está triste ou zangada por causa da maneira como ela reage, especialmente se você notar mudanças perceptíveis. Reserve um tempo para conversar com seus filhos e fazer perguntas que orientem suas palavras e os ajudem a se expressar. Embora afete ouvir o que eles pensam, é algo essencial nesse momento.
E especialmente:
- Discussões, confrontos e conflitos devem ocorrer fora da vista das crianças.
- Minimize as mudanças nas rotinas familiares.
- Deixe os comentários negativos e as culpas para as sessões de adultos com um terapeuta familiar.
- Evite ao máximo separar os filhos do pai se ele sair de casa. Isso pode causar uma terrível fratura emocional para as crianças.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Amato, P.; Keith, B. (1991). Parental divorce and the well-being of children: A meta-analysis. Psychological-Bulletin, 1991 Jul; 110 (1): 26-46
- Caplan, G. (1993). Prevención de los trastornos psicológicos en los hijos de padres divorciados. En: Caplan, G. Aspectos preventivos en salud mental. Barcelona: Paidós.
- Garin, P. B. (1992). Un análisis exploratorio de los posibles efectos del divorcio en los hijos. Psicothema, 4(2), 491-511.
- Salvador, G. P., & Del Barrio, V. (1995). El efecto del divorcio sobre la ansiedad de los hijos. Psicothema, 7(3), 489-497. https://www.redalyc.org/pdf/727/72707302.pdf
- Shaw, D. (1991) The Effects of divorce on children’s adjustment. Behavior Modification, 15(4), 456-485.
- Testor, C. P., Pujol, M. D., Vidal, C. V., & Alegret, I. A. (2009). El divorcio: una aproximación psicológica. Universidad Ramon Llull, 2, 39-46. https://www.researchgate.net/profile/Carles_Testor/publication/242775375_El_divorcio_una_aproximacion_psicologica/links/54e43ae50cf282dbed6ea7ba/El-divorcio-una-aproximacion-psicologica.pdf