Bebês: um documentário sobre quatro crianças de culturas muito diferentes

Bayar, Mari, Ponijao e Hattie são quatro bebês originários de diferentes partes do mundo que juntos protagonizam o maravilhoso documentário Bebês.
Bebês: um documentário sobre quatro crianças de culturas muito diferentes
Natalia Cobos Serrano

Escrito e verificado por a educadora social Natalia Cobos Serrano.

Última atualização: 27 dezembro, 2022

Bebês é um documentário dirigido por Thomas Balmès que mostra a vida de quatro bebês de culturas muito diferentes: Ponijao (de Opowo, Namíbia), Hattie (de São Francisco, Estados Unidos), Bayar (Bayanchandmam, Mongólia) e Mari (de Tóquio, Japão).

O documentário nos faz viajar por quatro pontos bem diferentes do planeta e nos leva ao mundo de quatro famílias bem diferentes. Porém, apesar das peculiaridades, todas possuem aspectos em comum. Bem, para ser mãe e pai você aprende do zero em qualquer lugar do mundo.

Através de Bebês, poderemos partilhar os momentos mais marcantes do primeiro ano de vida desses 4 pequenos. E, além disso, vamos vê-los fazer as coisas de bebês no dia a dia (como brincar, socializar, chorar) e crescer em diferentes ambientes e culturas humanas.

Um dos destaques dessa série é que todas as cenas foram tiradas da vida real e nenhuma delas foi roteirizada. Por isso, podemos vivenciar a realidade dessas crianças como se estivéssemos ali com elas.

Você ficou animada para viver essa jornada incrível com eles? Então, prepare sua pipoca e fique à vontade no sofá. O show está prestes a começar.

Bebês e a experiência do nascimento em diferentes culturas

Como qualquer boa história, ela começa do início. Mas não em qualquer princípio, e sim o melhor de todos: a chegada ao mundo. Conheça a experiência dessas famílias ao receberem seus queridos bebês.

Preparando-se para o parto

Por mais diferente que seja, a preparação para o parto ocorre em todas as comunidades humanas. Na verdade, no documentário você pode ver como as mães estão inseridas em diferentes culturas, como se fosse um ritual.

Na Namíbia, as mães lambuzam a barriga com o unguento vermelho à base de manteiga de vaca, tão característico das aldeias Himba. Esse unguento é usado para a higiene diária e como proteção contra o sol e insetos.

Já a mãe de Bayar, na Mongólia, assiste a aulas de preparação para o parto.

Bebês: um documentário sobre quatro crianças de culturas muito diferentes
© Focus Features

Nascimento

Em relação ao nascimento, vemos grandes diferenças entre as quatro culturas.

A primeira cena de Hattie é no hospital conectada a vários cabos, enquanto Ponijao nasce em uma das cabanas de sua aldeia.

Por outro lado, após o nascimento da criança mongol, os pais voltam para casa de motocicleta, com a mãe sentada atrás do pai carregando Bayar nos braços.

Pós-parto

Certamente, o pós-parto é um momento de conviver com o bebê, mas também na companhia de outras pessoas.

Por outro lado, Bebês mostra como as mães de Hattie e Mari frequentam aulas de pós-parto ao lado de outras mães e seus bebês. Por sua vez, Ponijao está constantemente com sua mãe e as outras mulheres e crianças de Himba.

Por outro lado, Bayar é o bebê que mais vezes aparece sozinho, constantemente enrolado em cobertores deitado na cama. Talvez, devido à alta carga de trabalho dos pais, essa criança tenha que ficar muito tempo sozinha e estar enrolada é uma forma de garantir sua segurança.

Apoio social para a mãe e o recém-nascido em bebês

A mãe de Ponijao, a criança africana, é a que mais vemos acompanhada, essencialmente por outras mulheres e seus filhos. Vemos outras mães de outras culturas, principalmente, acompanhadas em eventos familiares, mas não no dia a dia.

Por outro lado, vemos como Hattie e sua mãe frequentam as aulas, enquanto Mari e sua mãe frequentam reuniões na casa de amigos e familiares. Mas ambas gostam da maternidade ao lado de outras mães e seus bebês.

A presença e a ausência dos pais em Bebês

Esse é um dos aspectos com maiores diferenças entre as culturas.

Por um lado, o pai de Ponijao não aparece em nenhuma das cenas de todo o documentário. Por outro lado, o pai de Hattie aparece quase tanto quanto sua mãe e até está ativamente envolvido em sua educação (ele frequenta aulas de estimulação psicomotora com Hattie).

Na família mongol, o pai aparece em algumas cenas, mas apenas em reuniões familiares e nunca sozinho com o bebê. Enquanto pai da japonesa Mari aparece cuidando dela em casa.

Exploração e liberdade de movimento em Bebês

Ponijao, o bebê africano, é o único que tem plena liberdade de movimento ao longo de todo o documentário.

O bebê mongol Bayar, por sua vez, passa da restrição absoluta de movimento à liberdade ilimitada de explorar e se mover após os primeiros meses de vida.

Hattie e Mari, por outro lado, aparecem constantemente em seus carrinhos ou nos braços de suas mães. Somente em casa as duas meninas têm a opção de se moverem sozinhas. Embora até mesmo a casa não pareça segura para Hattie, já que seus movimentos são restritos nesse espaço também.

Bebês: documentário sobre quatro crianças de culturas muito diferentes.
© Focus Features

Bebês, a semelhança nas diferentes

Um momento especialmente comovente no documentário é quando cenas dos quatro bebês engatinhando aparecem consecutivamente. Pois bem, mesmo que esse momento aconteça em ambientes e paisagens muito diferentes, as diferenças culturais parecem desaparecer perante esse marco único do ser humano.

Na cena final do documentário em que Bayar aparece em pé sozinho pela primeira vez, é mostrado que, embora alguns demorem mais ou menos para falar ou caminhar, no final todos conseguem consegui-lo.

O documentário Bebês no mostra que, embora alguns vivam no meio da natureza e outros nas grandes cidades, somos todos iguais. Da mesma forma, todos os bebês do mundo riem, choram, brigam com os irmãos, ficam curiosos com tudo ao seu redor e sorriem ao ver o rosto das mães.

A diversidade cultural é fascinante e enriquecedora. É um erro julgar, a partir de nossos olhos e de nosso contexto, o resto das culturas. O documentário Bebês, por meio de algo tão puro como a infância, nos ensina que todas as culturas merecem seu valor e respeito.

“Culturalmente, sabemos a maneira correta de comer, pensar, escrever, fazer tudo. É fundamental mudar as perspectivas e perceber que existem muitas maneiras de fazer as coisas.”

-Thomas Balmès-


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