Como ensinar as crianças a manter seus compromissos

Para ajudar as crianças a cumprirem seus compromissos, precisamos pensar em como fazê-lo. Algumas podem precisar anotar suas obrigações, enquanto outras podem recorrer a alarmes.
Como ensinar as crianças a manter seus compromissos
Maria Fátima Seppi Vinuales

Escrito e verificado por a psicóloga Maria Fátima Seppi Vinuales.

Última atualização: 22 novembro, 2022

No início, adultos e pais fazem tudo pelas crianças. Arrumamos suas mochilas, separamos suas roupas e organizamos seus materiais escolares. Com o tempo, chega o caderno de comunicações e começam os primeiros lembretes que tentam fazer os pequenos começarem a assumir responsabilidades.

Isso acontece porque as crianças vão ganhando autonomia progressivamente e é importante acompanhá-las e estarmos presente para ajudá-las a desenvolver seu potencial. Ensinar as crianças a cumprir seus compromissos é essencial para que aprendam novas habilidades e comecem a se inserir na vida em sociedade. Vamos ver como podemos fazer isso.

Aprenda a ensinar as crianças a manter seus compromissos

Existem diferentes maneiras de ensinar as crianças a cumprirem seus compromissos. A seguir, contamos algumas delas.

Fazar parte do trabalho doméstico

É uma boa opção atribuir às crianças e jovens algumas tarefas para fazer em casa. Para isso, é importante levar em consideração sua idade para que ele assuma um compromisso adequado.

Envolver a criança nas tarefas domésticas é uma forma de exercer a responsabilidade. No entanto, devemos ter em mente que os compromissos que lhes atribuímos devem ser adequados à sua idade. Quando isso não acontece, podemos frustrá-las. Por exemplo, podemos dizer que todos os dias ela tem de arrumar a cama e todas as quintas-feiras tem de arrumar o quarto.

Mostrar ao seu filho quais são as consequências de não cumprir seus compromissos

Vamos ver esta situação. Seu filho adolescente teve que tomar banho antes que seus irmãos mais novos voltassem da aula de futebol. Dessa forma, não haveria atrasos no uso do banheiro e todos chegariam ao cinema na hora.

Se ele não o fez, naquele momento, sem raiva e com muita assertividade, você vai apontar que pode haver atrasos e que eles chegarão quando o filme já tiver começado. Dessa forma, o jovem perceberá que, ao não cumprir sua parte, haverá uma consequência que afetará os outros e a si mesmo.

Ser um exemplo

Esta é uma medida simples, mas fundamental. Desde cedo, os adultos são as principais referências para as crianças. Portanto, devemos ter aqueles comportamentos que queremos que elas repitam.

Por exemplo, se elas nos virem dando desculpas por estarmos atrasados ou sobre algo o tempo todo, elas acreditarão que é a coisa certa a fazer e responderão assim também.

Adaptar a maneira como elas precisam de nós para ajudá-las

Algumas crianças acharão um pouco mais difícil lembrar o que levar para a aula, por exemplo. Portanto, podemos ajudá-la com alguns extras. Podemos dizer aos pequenos que eles devem sempre voltar para casa com três coisas (ou qualquer número): a mochila, o casaco e o jogo ou item principal que usaram para a atividade do dia. No caso dos adolescentes, podemos sugerir que utilizem alarmes ou um notebook.

Reconhecer seus esforços e conquistas

Assim como é importante chamar a atenção quando os menores não cumprem seus compromissos, também é importante destacar quando o fazem. Portanto, é bom que você parabenize a criança por suas conquistas e que reconheça seus esforços da mesma forma que aponta seus erros.

Parabenizar seu filho por seu esforço e conquistas é importante para aumentar sua autoestima e mostrar a ele que você valoriza seu trabalho.

Benefícios de cumprir com os compromissos

Há um momento em que os adultos têm que assumir que as crianças crescem, desenvolvem seus próprios gostos e devem começar a ser responsáveis com suas obrigações e tarefas. Às vezes, podemos sentir que somos menos importantes para eles, mas esse não é o caso. Simplesmente, começamos a ocupar outro papel em sua vida e devemos nos adaptar a essas novas circunstâncias. Ser pais superprotetores não os prepara para a realidade do mundo. Na verdade, deixa-os sem asas e com enormes dificuldades para funcionar quando estão sozinhos.

O fato de crianças e adolescentes serem responsáveis e cumprirem seus compromissos os torna pessoas de confiança. A nível interno, também permite que se sintam úteis e valiosos, reforçando assim a sua autoestima.

O diálogo deve ser o primeiro passo

Quando as crianças não cumprem seus compromissos, é importante que possamos perguntar o que aconteceu. É fundamental que não fiquemos com nossas próprias ideias. Por exemplo, considerando que foi por preguiça, porque sabem que sempre tem alguém para fazer a lição de casa, ou porque são muito desorganizados.

Esses rótulos os prendem e quase funcionam como uma profecia autorrealizável. Se acreditarmos que elas não são capazes de assumir responsabilidades, isso acabará acontecendo, pois dessa forma prejudicamos sua autoestima e as fazemos acreditar que não são capazes.

Nesse sentido, a primeira coisa deve ser perguntar a elas o que aconteceu. Por exemplo, por que elas não alimentaram o animal de estimação ou arrumaram o quarto? Uma pergunta aberta, sem tom acusatório, é um bom pontapé inicial para entendê-los. Além disso, as respostas podem nos surpreender. Por exemplo, talvez elas não entendessem como fazer, não soubessem como se organizar ou apenas sentissem medo. Dessa forma, poderemos nos sintonizar e ter empatia com essa situação e oferecer ajuda.

Explicar o significado de cumprir compromissos

Cumprir compromissos às vezes pode ser tedioso. Ou seja, às vezes temos a intenção de acordar cedo para ir à aula de tênis, mas quando chega a hora, gostaríamos de ficar em casa. É importante que também ensinemos as crianças a ver o outro lado. Mas, ao mesmo tempo, precisamos ajudá-las a entender por que devem fazer isso. Por exemplo, quando chegam à aula de tênis encontram seus amigos e se divertem ou quando ganham uma medalha se sentem à vontade com seu esforço.


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