Como lidar com as mudanças de humor das crianças

Para ajudar nossos filhos com suas mudanças de humor, é importante ensiná-los a reconhecer suas emoções e perguntar o que eles precisam para se sentirem melhor. Dessa forma, os ajudamos a pensar em estratégias para o futuro para aprender a lidar com situações estressantes.
Como lidar com as mudanças de humor das crianças
Maria Fátima Seppi Vinuales

Escrito e verificado por a psicóloga Maria Fátima Seppi Vinuales.

Última atualização: 24 novembro, 2022

Às vezes, a vida doméstica pode ser complicada. Cada membro da família vive suas próprias situações e desafios e, no encontro diário, todos esses “estados de espírito” devem ser trazidos à vida. Acontece que muitas vezes não sabemos como lidar com o mau humor de nossos filhos e acabamos ficando presos nesse mesmo humor, em vez de oferecer outra resposta. Às vezes, inclusive, tudo leva a uma discussão ou raiva maior. Então vamos ver o que podemos fazer.

Sobre emoções e mudanças de humor

Muitas vezes, ao pensar nas mudanças de humor das crianças, ficamos “presos” naquela situação desagradável, conflitiva e/ou argumentativa. No entanto, desde cedo, é importante começar por validar e reconhecer que a vida passa em nuances. Há dias melhores e piores.

É importante educar em inteligência emocional, ajudar as crianças a tomar consciência de suas emoções, auxiliando-as a gerenciá-las. Não se trata de promover a “felicidade perpétua”, mas de encontrar as melhores e mais saudáveis formas de nos expressarmos e compartilharmos o que sentimos.

Como lidar com as mudanças de humor das crianças

Algumas das recomendações que você pode levar em conta para enfrentar a mudança de humor de seus filhos sem perder os nervos são as seguintes:

  • Para lidar com as mudanças de humor de seus filhos, é importante se colocar na situação. Por que ele está de mau humor? Talvez tenha acontecido algo na escola e a criança não saiba como resolver ou ainda não consiga processar. É importante reconhecer que todas as emoções, tanto aquelas que identificamos como agradáveis – como a felicidade – quanto aquelas que são desagradáveis – como a raiva – querem nos comunicar algo. Ou seja, prestando atenção nelas, podemos aprender com elas e fazer algo para mudar.
  • Por outro lado, você também deve levar em conta a idade das crianças. Quando são mais novas, sua inteligência emocional ainda está em desenvolvimento. Além disso, suas emoções são o veículo pelo qual podem pedir o que precisam: por exemplo, choram para expressar que estão com sono ou fome. Portanto, é possível que muitas vezes sejam “prisioneiras” de suas emoções. Ao contrário, na adolescência, as oscilações de humor se devem a esse complexo processo de autoafirmação e busca de identidade.
  • Dê uma resposta assertiva. Seja por capricho ou mau humor com motivo, se você gritar com seu filho ou ficar ainda mais irritada, ele não vai se acalmar. Afinal, o mesmo não acontece com você? O que todas as pessoas precisam nesse momento é de um pouco de tranquilidade para recuperar os eixos. Portanto, você pode perguntar o que ele precisa para se sentir melhor. Tempo? Um abraço? Falar? Ficar sozinho por um momento? Às vezes é até mesmo uma questão de ouvir as crianças e permitir que elas se expressem: essa “catarse” já é libertadora.
  • Ajude seu filho a pensar em como ele pode resolver o que está acontecendo. Trazer uma visão diferente pode deixar tudo mais simples e parecer menos catastrófico. Isso não significa invalidar suas emoções ou preocupações, mas podemos ajudá-lo a abordar o problema a partir de outro lugar.
  • Você também pode fazê-lo perceber a mudança que ocorre quando nos preparamos para realizar nossas tarefas com melhor espírito. Isso não significa não dar espaço para estar de mau humor algum dia. Mas é uma forma de apontar como tudo flui mais fácil ou mais rápido quando nossa disposição muda.
  • Seja flexível. Se seu filho tiver tido um dia ruim na escola ou tiver brigado com um amigo, você pode dizer a ele naquele dia que ele não precisa limpar o quarto, podendo fazer isso no dia seguinte. Ou você pode propor cozinhar seu prato favorito para levantar o ânimo. Se faríamos a mesma coisa com um amigo que está passando por um momento ruim, por que não praticar em casa?

Olhar para nós mesmos

Por outro lado, também vale a pena pensar em como somos adultos na paternidade. Às vezes, olhar para nossos filhos também serve como um espelho. Esperamos que eles estejam de bom humor quando nós mesmos não podemos? Quando “poluimos” um almoço de fim de semana atendendo ligações de trabalho? Como é o nosso estilo parental? Ser muito rígido ou mandão também influencia na maneira como as crianças reagem.

Em relação ao clima emocional da família, é importante saber reconhecer que existem dias bons e ruins, que é lógico que vivenciamos emoções diferentes. Mas também é necessário ser respeitoso com nossos filhos e com o restante das pessoas que convivem conosco, pois afetamos a convivência diária. Devemos pedir ajuda ou buscar formas mais saudáveis de lidar com nossos conflitos, em vez de ficarmos reclamando ou constantemente de mau humor. Ser um bom exemplo e aprender com os pequenos a controlar nossas emoções é um excelente ponto de partida.


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