Meu filho não comunica suas emoções: o que fazer?

Validar o que uma criança sente é uma das principais dicas para ensiná-la a expressar suas emoções com confiança e sem medo. Nós ajudamos você a colocar essa estratégia em prática.
Meu filho não comunica suas emoções: o que fazer?

Última atualização: 02 junho, 2022

Assim como você, as emoções cercam seu filho todos os dias. Ele sente felicidade quando ganha um torneio, tristeza quando um brinquedo quebra, raiva quando não está envolvido em um jogo e tédio quando não tem com quem dividir seu tempo.

No entanto, essas emoções muitas vezes são contidas e não podem vir à tona por vários motivos. Talvez alguns sejam mais fáceis de exteriorizar, como a alegria, mas outras são mais difíceis.

Como adultos, podemos sentir que algo está errado com nosso filho, mas nem sempre sabemos como ajudá-lo. Ou, quando tentamos ajudá-lo, batemos em um muro. Vamos ver o que podemos fazer quando uma criança não comunica suas emoções.

Como posso ajudar meu filho a expressar suas emoções?

Quando seu filho não sabe como comunicar o que sente, é um bom momento para perguntar se o clima em sua casa é propício para isso.

Às vezes, não estamos cientes de que algumas das mensagens que transmitimos em casa desativam a expressão das emoções. Por exemplo, é comum ouvir “Isso não é grande coisa” ou “Não chore, você já está grande”, entre outras frases banais. Embora nossa intenção final não seja restringi-los, mas confortá-los, o que acabamos comunicando a eles é que só damos espaço para emoções positivas.

Além disso, devemos saber que somos a principal referência que os pequenos têm quando se trata de gerenciar o que vivenciam em seu interior. Somos nós que eles imitam e com quem aprendem a se comportar.

O contexto social e cultural em que atuamos também desencadeia certas mensagens sobre o correto e o errado de sentir de certa forma. Ninguém se sente à vontade para chorar em público, mas não tem problema em cair na gargalhada.

No entanto, devemos tentar ensinar às crianças que não existem emoções certas ou erradas. O que pode ser classificado dessa forma é o comportamento, ou seja, a forma como expressamos nossos sentimentos e como nos dirigimos aos outros.

Por outro lado, é necessário reconhecer que nem todas as crianças são iguais. Cada uma tem o seu estilo e devemos acompanhá-las de uma forma particular. Há crianças que empregam um turbilhão de palavras e gestos para expressar o que está acontecendo com elas, enquanto outras precisam de um “empurrão” para começar a comunicar o que está ocorrendo com elas.

Conhecer o pequeno que está à nossa frente é fundamental para poder orientar melhor nossas estratégias. É claro que a idade também é um fator determinante, pois as crianças aprendem aos poucos a nomear, identificar e integrar suas emoções. Nesse caminho, os adultos são as maiores referências.

Mãe conversando com seu filho deitado no chão.
Manter um espaço de diálogo aberto, demonstrar empatia e falar com franqueza são as melhores ferramentas para estimular o desenvolvimento da inteligência emocional nas crianças.

Dicas para ajudar seu filho a comunicar suas emoções

Além de ter empatia com as crianças e tentar entender como elas se sentem, existem algumas recomendações para ajudá-las a expressar emoções.

1. Faça perguntas que são encaradas como um desvio para determinadas situações

Por exemplo, Como foi seu dia? Qual foi o seu momento favorito do dia? Dessa forma, a criança poderá contar o que quiser quando quiser.

Além disso, podemos gerar uma conversa compartilhando o que aconteceu conosco e questionando com: Isso já aconteceu com você? Isso motivará a criança a rever suas emoções dentro de si e colocar em prática o exercício de exteriorizá-las.

Por exemplo, “Há dias em que não quero falar com meus colegas de trabalho porque estou com raiva. Isso já aconteceu com você?”

2. Ajude seu filho a identificar as sensações corporais ou físicas de suas emoções

Isso também pode tornar mais fácil para você reconhecê-las. Você pode quebrar o gelo e dizer algo assim: “Quando fico com raiva, sinto um calor muito forte no rosto”. Ou também: “Quando estou nervosa, sinto um nó na garganta, acontece a mesma coisa com você? O que você sente?”

3. Dê tempo, ouça e aprenda a se conter

Muitas vezes, queremos dar aos nossos pequenos soluções mágicas ou receitas que pouco têm a ver com o que eles realmente precisam. Pelo contrário, essa estratégia acaba por poupá-los do sofrimento, em vez de permitir que aprendam a reconhecer como se sentem e orientá-los a encontrar uma solução por si mesmos.

Portanto, quando você perceber que seu filho não está muito bem, ouça o que ele tem a dizer.

4. Busque implementar essas recomendações de forma atrativa

Jogos, histórias e filmes são recursos muito úteis para atingir esse objetivo, pois permitem falar sobre as emoções por meio dos personagens. Podemos até iniciar a conversa: “Você notou como o protagonista reagiu quando algo assim aconteceu com ele?”

Mãe brincando com seu filho para expandir seu vocabulário.
A brincadeira é um veículo de aprendizagem e uma atividade gratificante para as crianças. Use-a a favor da comunicação e inicie um diálogo agradável com seus filhos.

Validar as emoções: o caminho para uma autoestima forte

Quando ouvimos sobre a importância de expressar emoções desde a infância, na verdade há muito mais do que abrir espaços para chorar ou rir.

Trata-se de permitir que as crianças sejam quem são, validar como se sentem e como vivem suas experiências, desenvolver a capacidade de aprender consigo mesmas e se fortalecer diante das adversidades.

Sem dúvida, essa é a plataforma sobre a qual se baseia a boa autoestima e uma melhor qualidade de vida, pois permite que os pequenos aprendam a ser autênticos e não tenham que fingir um personagem que não existe.

O custo de reprimir as emoções é muito alto. Além da ansiedade e da angústia, isso nos impede de desenvolver o autoconhecimento, nos deixa presos em respostas rígidas e disfuncionais e nos leva a ignorar o papel mais importante das emoções: o de revelar como estamos nos sentindo.


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