7 dicas para recuperar a autoridade com seus filhos

Ter autoridade com os filhos não é o mesmo que exercer o autoritarismo. Pelo contrário, trata-se de estabelecer limites, necessários para a construção de vínculos saudáveis.
7 dicas para recuperar a autoridade com seus filhos
Maria Fátima Seppi Vinuales

Escrito e verificado por a psicóloga Maria Fátima Seppi Vinuales.

Última atualização: 21 fevereiro, 2023

Ser um modelo para uma criança pode ser um grande desafio. Como construir autoridade sem cair na imposição? Como dar espaço sem que isso se volte contra a própria criança? É possível que essas perguntas assombrem você continuamente. Neste artigo, você pode encontrar algumas dicas para recuperar a autoridade com seus filhos.

O que você pensa sobre autoridade?

Um bom ponto de partida é começar perguntando a si mesma o que você acha que é autoridade. Por exemplo, nos métodos mais tradicionais de parentalidade, autoridade é o mesmo que ser mais velho: quem é mais velho está posicionado com o direito de decidir e estabelecer as regras. Uma boa síntese dessa concepção é “Porque eu disse, ponto”. Se você acredita que autoridade é sinônimo de autoritarismo, então sua forma de educar será fechada e rígida.

No entanto, existem também outras concepções mais flexíveis que não devem ser confundidas com permissividade ou falta de limites. Trata-se de uma autoridade baseada no respeito mútuo que propõe a busca do equilíbrio: nem submissão nem abuso de poder. Limites são a base de um relacionamento saudável. Sem dúvida, a ideia que você tem de autoridade influencia a maneira como você educa e se desenvolve em seus relacionamentos.

Conheça estas dicas para recuperar a autoridade com seus filhos

Algumas das dicas para recuperar a autoridade com seus filhos são as seguintes:

1. Seja consistente

É importante que você mantenha consistência em suas decisões e regras. Assim, evita-se a ambivalência do “Um dia sim, outro dia não”, que costuma gerar confusão nos jovens, além de tornar sua imagem menos credível e previsível.

2. Seja clara

Ser clara e concisa é essencial na hora de se comunicar. Nesse sentido, indique quais são os comportamentos esperados e as regras. Não espere que os outros os interpretem, pois cada um pode dar-lhes um significado diferente.

Negociar com seus filhos é essencial ao decidir as regras e estabelecer limites. Além disso, é importante que sejam limites claros e que não deem margem a interpretações.

3. Escolha as regras

A autoridade também se desgasta quando tudo se torna um ‘não’. Embora seja importante que você cuide de seus filhos, é necessário permitir que eles exerçam sua liberdade por meio da tomada de decisões.

Essas regras que, se não obedecerem, os colocam em perigo, são inquebráveis. Por exemplo, eles não poderão usar a bicicleta sem capacete. No entanto, existem outras regras que podem ser discutidas e que podem mudar à medida que as crianças crescem.

4. Aja com firmeza e consistência

Tanto para os acertos quanto para os erros, é preciso manter a palavra. Autoridade não tem nada a ver com rigidez, muito pelo contrário.

5. Não use violência

A autoridade baseada na violência é, na verdade, construída em torno do medo e não com base no respeito ou em outros valores. Então, se você quer ser respeitada, também deve ser capaz de tratar seus filhos com respeito.

6. Converse com seu filho e diga como você se sente

Não construa uma fachada “todo-poderosa”, como se o que acontece não afetasse você. Em vez disso, expresse suas emoções para que seu filho tenha empatia e saiba que suas ações também têm consequências para as pessoas.

7. Tente ouvir o ponto de vista das crianças

Converse com seu filho e peça para ele explicar por que age dessa maneira. Dessa forma, você conseguirá entendê-lo e encontrar a melhor solução para o problema.

Autoridade não é apenas implementar as regras e fazer com que as crianças obedeçam. Além disso, é importante ouvir seu ponto de vista, ser flexível e negociar.

Como saber se você perdeu autoridade com seus filhos

A autoridade tem que ter um equilíbrio: nem tudo pode ser um retumbante “não”, mas também não se pode permitir tudo. Aqui estão alguns exemplos que podem revelar que há falta de limites e perda de autoridade:

  • Há desrespeito, insultos e zombaria quando você dá uma ordem.
  • A desobediência é constante.
  • Você não lidera pelo exemplo. Suas ações e palavras se contradizem.
  • Existem situações de complacência com a criança ou o adolescente. Por exemplo, se você se sente culpada por não compartilhar tempo com seu filho, acabará dizendo sim para tudo. Com o tempo, a falta de autoridade traz consequências negativas, tanto na convivência quanto nas relações que seu filho mantém com o ambiente.

Por fim, vale ressaltar que a autoridade merece muito mais do que uma análise unidirecional. Ou seja, não se trata apenas da desobediência de seu filho, mas também de seus próprios comportamentos que são contraditórios. Por exemplo, você diz a ele que o abuso não é correto, mas grita com ele quando precisa corrigi-lo.

Aceite que você é uma pessoa e pode errar

Sem dúvida, a aceitação merece uma seção especial. Sobretudo porque, muitas vezes, você acredita que, se mostrar dúvidas ou admitir erros para os filhos, perderá a autoridade. No entanto, isso está errado. A aceitação é o primeiro ponto de partida para reduzir a pressão e estar aberta ao diálogo e à construção conjunta.

Dessa forma, você está ciente de que, ao tomar decisões, pode errar e que não há problema nisso. Em última análise, a autoridade não tem a ver com o seu filho seguir cegamente as regras, e sim entender qual é o resultado de fazer isso. Errar e reparar o seu erro não vai contra a autoridade, pelo contrário, fortalece você.


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