Dislalia infantil: como agir?

A dislalia é um transtorno comum na fala da criança que omite, substitui ou altera determinados fonemas. Saiba como agir nesses casos.
Dislalia infantil: como agir?

Última atualização: 09 agosto, 2018

Você já ouviu falar da dislalia infantil? Trata-se de um transtorno da linguagem facilmente diagnosticável em crianças com idade superior a quatro anos, mas que ainda pronunciam mal as palavras. Esse é o caso de crianças que não conseguem uma correta articulação das sílabas.

As crianças que apresentam essa dificuldade na fala – capaz de tornar sua linguagem ininteligível -, geralmente omitem certos sons ou os substituem por outros incorretos. Esses pequenos chegam, inclusive, a pronunciar bem as sílabas separadamente. Mas, ao unir os fonemas, cometem erros.

Enquanto todos ao seu redor irão unir seus esforços para ajudar a criança tentando corrigir sua maneira de falar, muitas vezes vai ser difícil resolver o problema de forma caseira e sem recorrer a um tratamento orientado e especializado. Assim, como agir em casos de dislalia infantil?

O que é a dislalia infantil?

Enquanto nós sofremos e lamentamos tudo o que aflige a nossos filhos, neste caso não há com o que se preocupar. Só é preciso tratar. Pois a dislalia infantil não é mais que uma pronúncia incorreta de determinados fonemas que envolve um problema de articulação latente.

dislalia infantil

De fato, estamos falando do transtorno de linguagem mais comum na infância. Geralmente, aparece entre 3 e 5 anos e é perceptível, pois a criança altera, omite ou substitui determinados sons. Agora, se o problema persistir após essa idade, será necessário procurar assistência especializada.

Tipos de dislalias

  • Fisiológicas. Os órgãos da criança ainda estão imaturos. Isso significa que todos passam por uma fase de dislexia, que só se torna um problema preocupante se continua após os 4 anos.
  • Audiógenas. Há um defeito na audição da criança que a impede de adquirir a capacidade de se expressar normalmente. Basicamente, se a percepção auditiva é defeituosa, a sua pronúncia também será.
  • Funcionais. Nesse caso tão comum de dislalia infantil há um funcionamento anormal dos órgãos periféricos da fala. Devido a isso, geralmente são omitidos, substituídos ou deformados os fonemas r, s, z, l, k, e ch. As possíveis causas desse transtorno não orgânico são uma educação insuficiente ou um entorno familiar ou social pouco favorável para a criança.
  • Orgânicas. Elas também são conhecidas como diglossias e são devidas a certos defeitos dos órgãos envolvidos na fala. Além disso, de acordo com a área defeituosa, podem se classificar em:
    • Labiais
    • Linguais
    • Dentais
    • Palatinas
    • Nasais
    • Mandibulares
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Tratamento da dislalia infantil

Claro que o tratamento de dislalia infantil irá depender da origem do transtorno. Assim, ele pode ser abordado a partir de uma intervenção direta (dirigida para a articulação do fonema e sua automação na linguagem) ou indireta (focada no desenvolvimento dos órgãos da fonação).

A fala pode, sem dúvida, melhorar com uma terapia adequada, geralmente baseada na realização de exercícios capazes de aprimorar a musculatura utilizada na produção de sons e de melhorar a articulação das palavras, a qualidade da respiração, o ritmo na dicção, etc.

Essas terapias e exercícios são apresentados aos pequenos em forma de jogos, com o propósito de que seja mais simples e agradável adquirir essas habilidades. No entanto, para que este processo seja eficaz, é importante que os pais estejam envolvidos e comprometidos a ajudar o pequeno a trabalhar em casa.

Assim, é necessário deixar claro uma observação mais do que pertinente: a dislalia infantil não desaparece sem a intervenção de um especialista. O profissional, portanto, poderá avaliar a condição da criança e elaborar um programa com base em alguns passos.

Passos da intervenção profissional

  • Estimulação da capacidade infantil para produzir sons. Reproduzindo movimentos e posturas, experimentando com as vogais e consoantes, comparando e diferenciando sons.
  • Coordenação dos movimentos necessários para a pronunciação de sons, como exercícios labiais e linguais. A ideia é ensinar à criança as posições corretas para cada som.
  • Realização de exercícios nos quais a criança deve produzir o som dentro das sílabas até automatizar o padrão muscular necessário para articular.
  • Preparação da criança para começar com palavras completas através de brincadeiras.
  • Levar o que foi aprendido para fora das sessões. Ou seja, aplicar as novas habilidades na linguagem espontânea, não apenas em consultas terapêuticas.

Quando antes o tratamento for iniciado, melhores resultados o nosso filho irá obter. Porque se a dislalia infantil não for tratada adequadamente, esse defeito irá persistir ao longo do tempo e os órgãos responsáveis pela fala irão perder plasticidade e agilidade, o que dificultaria mais a correção.


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