Efeitos da cannabis em adolescentes

A cannabis pode afetar o desenvolvimento do cérebro dos adolescentes de forma muito negativa. Vamos contar tudo o que você precisa saber a seguir.
Efeitos da cannabis em adolescentes

Escrito por Equipo Editorial

Última atualização: 16 janeiro, 2021

Muitos adolescentes fumam maconha ou cannabis sem levar em consideração os efeitos disso no seu cérebro em desenvolvimento, tanto a curto quanto a longo prazo. Dessa forma, é importante que os pais considerem esse fator para que possam alertar os filhos sobre os perigos do uso dessa droga. cannabis é o pior inimigo do cérebro adolescente.

Um estudo publicado no American Journal of Psychiatry mostra que a cannabis pode, na verdade, ter um impacto mais negativo no desenvolvimento cognitivo dos adolescentes do que o álcool. Os resultados são um sinal de alerta para os adolescentes de que o uso regular da maconha, por exemplo, pode ter efeitos duradouros sobre os seus cérebros.

Efeitos da cannabis em adolescentes

Estudo sobre o efeito da cannabis em adolescentes

A pesquisa foi originalmente idealizada para avaliar o impacto do álcool no desenvolvimento cognitivo de adolescentes. Uma década atrás, sabia-se muito sobre o álcool, mas muito pouco sobre a cannabis. Nos anos seguintes, passou-se a entender mais sobre a cannabis e, por isso, é importante mostrar os resultados.

O álcool é conhecido por ter um impacto negativo no cérebro dos adolescentes, mas o impacto negativo no desenvolvimento cognitivo causado pela cannabis também é notável. Nesse sentido, é importante conhecer todas as informações para ficar alerta.

O estudo adotou uma abordagem de “macrodados”. Foram analisados 3826 adolescentes a partir da sétima série, de 31 escolas da área de Montreal, no Canadá, durante quatro anos. Os jovens enviavam relatórios todos os anos sobre o seu consumo de álcool e também de maconha.

Eles recebiam testes para medir a memória de trabalho, o raciocínio perceptivo e a inibição. Nem os pais nem os professores puderam conhecer os resultados ou os dados, garantindo assim 100% de sigilo para garantir o anonimato.

Adolescentes que consumiam mais maconha

No estudo, os adolescentes que consumiam cannabis frequentemente tiveram efeitos cognitivos mais pronunciados do que aqueles que consumiam apenas álcool. Essa informação deve ser um alerta para os jovens que consomem maconha ou cannabis desde muito cedo.

Os adolescentes precisam evitar o consumo da cannabis completamente para evitar as suas consequências no desenvolvimento do cérebro a curto e longo prazo. Existem riscos claros para a saúde que estão diretamente relacionados ao consumo de cannabis.

Consequências de fumar cannabis

Como você já deve saber, fumar cannabis é prejudicial para a saúde, mas há algumas consequências muito importantes a serem consideradas. Desta forma, você poderá dizer ao seu filho adolescente quais são elas, para que ele tome as melhores decisões e não use esse tipo de droga.

Assim, o consumo de drogas por adolescentes aumenta os seguintes riscos:

  • Problemas intelectuais a longo prazo. Com o tempo, as pessoas que usam cannabis podem desenvolver deficiências cognitivas, problemas de memória e de aprendizagem. Elas apresentam memórias falsas e nem mesmo sabem como diferenciar as memórias reais das que não são.
  • O uso regular de cannabis aumenta o risco de esquizofrenia na idade adulta.
  • Como se isso não bastasse, fumar cannabis também gera dependência e predispõe ao uso de outras drogas ainda mais perigosas e que também geram dependência para o consumidor. Uma pessoa que começa a usar cannabis terá maior probabilidade de sofrer de outras dependências químicas. Ou seja, ela terá um transtorno de dependência difícil de controlar.
  • Efeitos respiratórios. Problemas respiratórios associados à maconha e ao cigarro usado para preparar os baseados. Pode haver até mesmo o desenvolvimento de câncer de pulmão por causa do vício de fumar.
  • cannabis aumenta o risco de transtornos mentais, tais como ansiedade e depressão.
  • Potencializa que a pessoa que a consome tenha patologias mentais difíceis de tratar se o seu consumo não for interrompido previamente.
Efeitos da cannabis em adolescentes

Além de todas as consequências citadas, também aumenta o risco de ataque cardíaco, de problemas de crescimento infantil durante e após a gravidez e do desenvolvimento da síndrome de hiperêmese por canabinoide (SHC), caracterizada por ciclos de náuseas, vômitos e desidratação intensos, que pode exigir atendimento médico de emergência.

Você acha que o seu filho consome cannabis?

Se você acha que o seu filho está consumindo cannabis, é necessário procurar a ajuda de um profissional. Os planos de tratamento devem ser adaptados para abordar os padrões de abuso exclusivos do adolescente, além de quaisquer problemas médicos, psiquiátricos e sociais relacionados.

As pessoas com transtornos por uso da maconha, especialmente os adolescentes, muitas vezes também têm outros problemas de saúde mental. É mais eficaz abordar esse diagnóstico duplo com uma intervenção integrada, que permite que a pessoa seja tratada, ao mesmo tempo, tanto para a sua doença mental quanto para o abuso de substâncias.

Embora os programas de tratamento ambulatorial sejam convenientes e permitam que o seu filho continue na escola, alguns adolescentes vão obter maiores benefícios com o tratamento para pacientes internados.

O tratamento provavelmente incluirá a terapia cognitivo-comportamental, uma ferramenta importante que identifica e muda atitudes e comportamentos dos adolescentes que estejam relacionados ao abuso de substâncias e outros problemas concomitantes.


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  • Kadden, R., Sampl, S. (2017) Terapia de estimulación motivacional y cognitivo-conductual para adolescentes adictos a Marihuana. Editorial: Desconocida.
  • Morin, J. F. G., Afzali, M. H., Bourque, J., Stewart, S. H., Séguin, J. R., O’Leary-Barrett, M., & Conrod, P. J. (2019). A population-based analysis of the relationship between substance use and adolescent cognitive development. American Journal of Psychiatry176(2), 98-106. https://ajp.psychiatryonline.org/doi/10.1176/appi.ajp.2018.18020202

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