As extrações dentárias em crianças doem?

Diante da necessidade de retirar um dente na infância, é comum que surjam dúvidas e medos a esse respeito. Esclarecemos se as extrações dentárias em crianças doem e como você pode acompanhar seu filho nessa situação.
As extrações dentárias em crianças doem?
Vanesa Evangelina Buffa

Escrito e verificado por a dentista Vanesa Evangelina Buffa.

Última atualização: 31 maio, 2023

Quando as crianças precisam de extrações dentárias, é comum que os pais se perguntem se elas doem ou causam desconforto. Neste artigo vamos falar sobre esses procedimentos que ocorrem na boca dos pequenos e como devemos acompanhá-los. Além disso, damos algumas dicas para ajudar seu filho a se recuperar melhor após a cirurgia.

O medo do desconhecido pode tornar as extrações dentárias uma situação difícil e geradora de ansiedade, tanto para as crianças quanto para os pais. Mas você deve saber que, em geral, são intervenções simples com as quais você não deve se preocupar.

Razões pelas quais extrações dentárias são realizadas em crianças

Na maioria das vezes, é preferível manter os dentes na boca ao invés de removê-los. As extrações dentárias em crianças só são indicadas quando necessárias e outros tratamentos não são possíveis. Isto porque a remoção de um dente afeta a harmonia e a estética do sorriso, atrapalha as funções da boca e pode provocar a mobilização dos restantes elementos.

De qualquer forma, existem situações em que a persistência da peça dentária se torna um risco à saúde ou afeta a harmonia do restante dos dentes. Nesses casos, as extrações dentárias estarão indicadas. Essas são algumas das situações que podem levar o odontopediatra a indicar a extração.

  • Peças dentárias muito danificadas ou destruídas por cárie ou trauma.
  • Dentes com dor ou infecções que não podem ser tratadas com canais radiculares.
  • Processos infecciosos que colocam em risco as peças permanentes que se formam, os demais elementos dentários ou outras estruturas da boca.
  • Persistência de um dente de leite que não cai sozinho e afeta a erupção do definitivo.
  • Permitir o correto alinhamento de um determinado elemento.
  • Como parte de um tratamento ortodôntico, principalmente em casos de falta de espaço na arcada e apinhamento severo.

Saiba se as extrações dentárias em crianças doem

As extrações dentárias em crianças geralmente não doem, pois a intervenção é realizada após aplicação de anestesia local. De qualquer forma, dependendo da complexidade do procedimento, o pequeno pode sentir algumas sensações de desconforto.

Um anestésico local é usado para anestesiar a área do dente. Para isso, é necessário injetar o líquido por meio de uma ou várias punções na boca. Como qualquer injeção, isso pode causar dor ou desconforto na criança. Quando a anestesia faz efeito, o dente a ser removido e os tecidos circundantes param de ser sentidos. Portanto, com a área dormente, as extrações não doem.

Em casos de crianças muito medrosas, com ansiedade odontológica ou que necessitem de procedimentos cirúrgicos mais complexos, algum tipo de sedação pode ser utilizada.

Além disso, dependendo das particularidades do caso, alguns profissionais optam por métodos de relaxamento não farmacológicos que ajudam a acalmar os pequenos. A premissa é que a extração é uma experiência positiva.

Seu filho pode sentir pressão, cliques, puxões e força na boca durante a remoção. São sensações que não doem, mas podem causar desconforto durante o procedimento.

Intervenções simples e complexas

Nas extrações simples, para retirar o dente da boca, o dentista separa o elemento dental da gengiva e depois o mobiliza com instrumentos específicos. Quando a peça está completamente descolada dos tecidos que a sustentavam, ela é retirada com pinça.

Em intervenções mais complexas, é necessário cortar a gengiva, retirar tecido ósseo e até separar o dente em vários fragmentos. Instrumentos rotatórios são frequentemente usados para isso.

Cuidados para que as extrações dentárias em crianças não doam

Embora as extrações dentárias em crianças não doam, uma vez que o efeito da medicação termina, algum desconforto pode aparecer. Em geral, a recuperação é rápida e fácil, mas se surgirem complicações haverá desconforto e dor.

  • Cuide do coágulo de sangue que se forma na cavidade deixada pelo dente perdido após a extração. Essa estrutura é o que permite a formação de novos tecidos e a cicatrização da ferida. Ao final da extração, o odontopediatra coloca um pedaço de gaze no alvéolo que o pequeno deve morder para estancar o sangramento e favorecer a formação do coágulo. Deve ser mantido na boca por cerca de 15 minutos e depois removido e descartado.
  • Evitar bochechos nas primeiras 24 horas ou beber líquidos por canudos é outra forma de manter o coágulo intacto. Além disso, a criança deve ser lembrada de não tocar na ferida com as mãos ou com a língua.
  • Alimentos macios e frescos devem ser preferidos e aqueles com textura dura e crocante devem ser evitados. Iogurtes, sorvetes, compotas, purês e sopas frias são excelentes opções.
  • Aplique uma bolsa de gelo intermitentemente para aliviar a inflamação na área.
  • Não passe a escova de dentes sobre o local da extração para evitar sangramento. A escovação do restante dos elementos deve continuar, mas deve ser feita com muito cuidado e delicadeza.
  • Evite esportes e atividades físicas por alguns dias, por isso é conveniente que o pequeno descanse após a extração.
  • Siga todas as instruções do dentista e retorne às consultas programadas para obter uma boa recuperação. Se foram feitos pontos, será necessário ir ao consultório dentro de 7 dias para que sejam retirados.
É importante que os pais acompanhem seus filhos com alguns cuidados que auxiliam na recuperação após a extração do dente e sigam todas as orientações do dentista.

Quando entrar em contato com o odontopediatra?

A recuperação dos tecidos bucais após uma extração costuma ser rápida e sem grandes transtornos. No entanto, podem surgir algumas complicações que exigirão a assistência de um profissional. Aqui estão alguns sinais a serem observados:

  • Sangramento: embora a presença de sangue após a cirurgia seja esperada, você deve entrar em contato com o dentista se o sangramento for abundante e não parar.
  • Febre: a presença de febre pode indicar uma infecção.
  • Dormência: se seu filho tem falta de sensibilidade nos lábios, queixo ou outra parte do rosto, a fonte deve ser procurada.
  • Dor: se o desconforto na área da extração for cada vez pior, será necessário pedir ajuda.
  • Inchaço: a persistência da inflamação da gengiva ou da face requer a intervenção do odontopediatra.

Encontre um dentista de confiança

Pensar que extrações dentárias em crianças machucam ou causam desconforto pode levar os pais a evitar essa intervenção. Encontrar um odontopediatra de confiança é fundamental para acalmar a ansiedade das crianças e dos adultos que as acompanham. Você deve saber que as extrações são realizadas apenas quando necessárias. Além disso, os profissionais dispõem de recursos suficientes para tornar a experiência o menos desagradável possível.

Reserve um tempo para encontrar um dentista que dê ao seu filho a segurança de que ele precisa. Paciência, comunicação e familiaridade farão com que as extrações dentárias não sejam um problema.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Acosta, E. O. (2019). Experiencias relacionadas con la pérdida dental durante la infancia y la juventud. Revista Estomatología27(1), 18-30.
  • Arslan, I., Aydinoglu, S., & Karan, N. B. (2020). Can lavender oil inhalation help to overcome dental anxiety and pain in children? A randomized clinical trial. European Journal of Pediatrics179, 985-992.
  • Baillargeau, C., Lopez‐Cazaux, S., Charles, H., Ordureau, A., Dajean‐Trutaud, S., Prud’homme, T., … & Renard, E. (2020). Post‐operative discomforts in children after extraction of primary teeth. Clinical and experimental dental research6(6), 650-658.
  • Cazas Campos, L. V. Abordaje terapéutico de exodoncia en niños minimizando miedo y ansiedad (Doctoral dissertation).
  • García Arellano, M. Á. (2022). Manejo clínico para la extracción de piezas temporarias en la consulta odontológica (Bachelor’s thesis, Universidad de Guayaquil. Facultad Piloto de Odontología).
  • Gutiérrez-Solís, A. L., & Gómez-De Regil, L. Uso de la hipnosis anestésica en cirugías dentales: Una revisión breve.
  • Herrera, M. D. S., Medina-Solís, C. E., Robles-Bermeo, N. L., Minaya-Sánchez, M., Alonso-Sánchez, C. C., Lara-Carrillo, E., … & Bayardo-González, R. A. (2017). Consulta por extracción dental en niños nicaragüenses: una aproximación a las necesidades de atención bucal. Pediatría (Asunción)44(3), 239-244.
  • Munayco-Pantoja, E. R., Pereyra-Zaldívar, H., & Cadillo-Ibarra, M. M. (2021). Consecuencias Clínicas de las Lesiones Cariosas no Tratadas y su Impacto en la Calidad de Vida de Preescolares Peruanos. International journal of odontostomatology15(1), 256-262.
  • Shetty, V., Suresh, L. R., & Hegde, A. M. (2019). Effect of virtual reality distraction on pain and anxiety during dental treatment in 5 to 8 year old children. Journal of Clinical Pediatric Dentistry43(2), 97-102.
  • Sotomayor Acosta, M. N. (2022). Control de la ansiedad en la consulta odontológica en niños y adolescentes mediante estrategias alternativas, revisión bibliográfica.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.