Maternidade e transtorno mental grave: como se relacionam?

Passar pela maternidade com um transtorno mental grave pode ser difícil, mas não impossível. Apenas é necessário contar com o acompanhamento adequado.
Maternidade e transtorno mental grave: como se relacionam?
Mara Amor López

Revisado e aprovado por a psicóloga Mara Amor López.

Escrito por Mara Amor López

Última atualização: 27 dezembro, 2022

Muitas mulheres têm projetos em suas vidas, e entre eles está o de ser mãe e constituir uma família. Mas o que acontece quando elas sofrem de algum tipo de deficiência ou de um transtorno mental grave? Neste artigo, vamos falar sobre isso.

Maternidade, uma experiência bela mas complexa

Todos nós sabemos que a maternidade não é nada fácil, e no caso de sofrer de alguma patologia as coisas podem se complicar um pouco mais.

Isso não significa que uma mãe com diagnóstico de transtorno mental seja uma mãe ruim, mas sim que ela precisa de uma contenção adequada para desempenhar esse papel da melhor maneira possível.

Nesse sentido, o apoio social e familiar são essenciais para o alcance do bem-estar da mãe e do filho. Além disso, no caso de sofrer de um transtorno mental grave, é necessário conversar com o médico especialista antes de dar o grande passo.

O que queremos dizer com transtorno mental grave?

Mãe deprimida preocupada com a maternidade.

Um transtorno mental grave é um distúrbio emocional e comportamental que afeta o desenvolvimento das habilidades funcionais de uma pessoa. Se considerarmos os aspectos básicos do dia a dia, essa condição pode afetar a higiene pessoal, a autonomia, as relações pessoais e até mesmo o aprendizado.

Para determinar a gravidade desse distúrbio, é necessário tomar como base o tipo de diagnóstico, a duração e o grau de incapacidade que ele produz.

Alguns transtornos mentais ocorrem em um determinado momento da vida, como a depressão pós-parto. Mas outros, por outro lado, são mais duráveis: ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo, depressão, transtorno bipolar ou esquizofrenia são alguns exemplos.

As pessoas que sofrem dessas patologias precisam de tratamento personalizado e acompanhamento com especialista, para tornar a doença mais suportável.



Maternidade e transtorno mental grave: é possível conciliar?

A combinação de maternidade e transtorno mental grave é um assunto que muitas pessoas acham difícil de entender, ainda hoje em dia. Na verdade, a grande maioria das pessoas se pergunta como a pessoa pode cuidar de uma criança, se não consegue cuidar de si mesma.

A verdade é que todas as pessoas que desejam ser mães ou pais procuram fazer isso da melhor forma possível, sendo ou não portadoras de algum problema de saúde.

Criar um filho com esse tipo de doença é um grande desafio, mas não é uma missão impossível. Portanto, é importante conversar antes com o médico especialista, pois é ele quem melhor conhece a realidade dessa pessoa.

O que você deve ter em mente antes de tentar engravidar?

Se você sofre de um transtorno mental grave, deve levar em consideração alguns aspectos antes de dar o grande passo:

  • Você deve saber que nem sempre estará 100% para se dedicar ao seu filho. Nos momentos em que você não pode fazer isso, deve ter alguém de sua confiança para delegar essa responsabilidade.
  • É conveniente ter certa estabilidade financeira para criar um filho. Se você não consegue se manter em um emprego, terá dificuldade para sustentar mais uma pessoa. Portanto, avalie se você pode arcar com essa despesa ou não.
  • Dependendo do transtorno que você tem, pode ter dificuldade para seguir os horários e as rotinas necessárias para uma maternidade saudável. Além disso, pode ser que algumas tarefas sejam muito difíceis para você quando está sozinha.
  • É possível que alguns sintomas de sua doença confundam seu filho quando ele crescer. Portanto, é importante que, quando ele tiver idade suficiente para compreender, você converse abertamente sobre o seu problema. Dessa forma, será mais fácil para ele entender esses comportamentos.

Cada caso é diferente e é difícil fazer generalizações. Algumas pessoas precisarão de mais ajuda e outras menos, dependendo do transtorno mental presente no caso.

Se você quer ampliar a família, siga o tratamento sem interrupções e cuide-se bem, por dentro e por fora. Isso irá deixar você melhor preparada para a chegada do seu pequeno.

Esposa apoiando mulher grávida com transtorno mental.

Sobre a maternidade e o transtorno mental grave

Ao longo deste artigo procuramos transmitir a você que é possível relacionar maternidade e transtorno mental grave, desde que levados em consideração os aspectos necessários para isso.

Além do apoio do médico, da família e dos amigos, você pode procurar grupos de apoio em associações que apoiam pacientes com a mesma doença que a sua.

O mais importante é que você se sinta confortável e que confie no especialista. Dessa forma, terá um melhor acompanhamento do tratamento e uma vida o mais normal possível.


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