O que podemos fazer com uma criança superprotegida?

Cuidar e querer o melhor para os nossos filhos não é sinônimo de ser um pai superprotetor. Você sabe quais são as consequências de criar crianças superprotegidas?
O que podemos fazer com uma criança superprotegida?
María Alejandra Castro Arbeláez

Revisado e aprovado por a psicóloga María Alejandra Castro Arbeláez.

Escrito por Equipo Editorial

Última atualização: 19 janeiro, 2018

É evidente que todos os pais querem o melhor para seus filhos e que eles se desenvolvam com os valores fundamentais para a vida. No entanto, às vezes, sem perceber, estão criando uma criança superprotegida. Por que?

Muitos pais educam de uma maneira superprotetora para evitar o sofrimento. Eles querem que seus filhos tenham tudo ao alcance e sejam felizes, mas a superproteção é um erro. O principal motivo é que não permite que as crianças se desenvolvam ou aprendam a fazer as coisas por conta própria, para superar suas próprias dificuldades.

Todos os pais são superprotetores em algum momento e, em certa medida, é normal. É um instinto que usamos para garantir que nossos filhos não sofram.

Mas se acontecer de ser a rotina na educação de nossos filhos, podemos acabar causando danos.

“As crianças de 2 e 3 anos já começam a criar as bases do mundo emocional e muitas ainda não começaram a interagir com outras crianças, nem para brincar”

Infelizmente, a criança superprotegida é muito comum nos dias de hoje, assim como ver pais acompanhando até escola filhos quase maiores de idade e crianças e adolescentes que recorrem aos seus pais diante do menor dos problemas. Com essa idade, eles quase se tornaram adultos. Este é um perigo real.

O que o termo superprotetor inclui?

Superproteção é um fato que tem uma definição bastante heterogênea e, portanto, os limites entre o adjetivo superprotetor ou não superprotetor são bastante difusos. Apesar disso, podem-se considerar como condutas que educam uma criança superprotegida:

  • Não permitir que coma sozinha para evitar que se suje. A consequência é que, com cerca de 2 ou 3 anos, as crianças ainda não sabem usar os talheres sozinhas.
  • Vestir a criança. A desculpa que é geralmente usada é a de que “dessa forma vamos mais rápido”. O perigo disso é que se torna uma rotina.
  • Ajudar a criança a realizar seus hábitos de higiene sem lhe dar a opção de tentar sozinha. Por exemplo, lavar as mãos, escovar os dentes, etc.
  • Continuamente avisá-la do que ela têm que fazer e tomar decisões que ela é capaz de tomar sozinha. Entre 4 e 5 anos de idade, as crianças podem começar a escolher: comida, roupas … No entanto, há pais que tomam decisões pelas crianças porque só eles sabem o que é certo, o que elas querem ou precisam.
  • Estar atentos e intervir em qualquer discussão que a criança tiver com um colega, sempre a favor do seu próprio filho, mesmo sem saber quem foi o culpado do que aconteceu.
  • Juntar seus brinquedos para que ela não fique muito cansada.
  • Ser a agenda da criança. Ou seja, planejar o que ela deve fazer e a que horas.
  • Preparar a mochila da escola.
  • Ligar várias vezes ao dia para saber sua localização e controlá-la.
  • Acompanhá-la sempre quando ela já é considerada “adulto”. Por exemplo, no momento de fazer uma prova ou mesmo numa entrevista de emprego.

Como podemos evitar criar uma criança superprotegida?

Dicas para os pais

O principal problema de muitos pais se comportarem de forma excessivamente protetora é que eles não conhecem as vantagens que traz uma criança poder fazer as coisas sem sua ajuda. Quando seu filho pede ajuda, o principal é dar sugestões para resolver o problema com seus próprios recursos.

É lógico que a criança vai cometer erros. E não devemos evitar que elas os cometam. O ideal é fazê-la ver que pouco a pouco está conseguindo as coisas. Claro, neste momento você precisará de tempo, porque você deve se lembrar que estamos ensinando a criança a se desenvolver e ela tem que assimilar uma série de diretrizes.

Também é uma boa ideia explicar à criança o motivo do que fazemos, para que ela possa agir sozinha mesmo quando não há um adulto ao lado para explicar como fazer. Podemos começar com gestos simples, como arrumar e tirar a mesa, participar das tarefas mais simples da casa, seus próprios hábitos de higiene, etc.

Uma criança superprotegida pode ser um adulto sem autoconfiança.

Se estamos enfrentando uma criança tímida, os pais podem tentar deixar que saia mais de casa para abrir seu círculo de amigos, para compartilhar seus sentimentos com outros amigos … Embora nunca por obrigação. Caso contrário, será pior, porque as crianças podem acabar desenvolvendo uma personalidade solitária e desconfiada.

Em situações que podem ser complicadas, em vez de evitá-las, devemos preparar as crianças por meio do diálogo, que se tornará nosso melhor aliado.

Qual é o limite: mimar ou proteger?

Como já afirmamos anteriormente, não podemos confundir cuidar e mostrar amor para com seu filho com superproteção. É hora de estabelecer alguns critérios. O que a maioria dos pais tentam é fazer com que seus filhos se desenvolvam aprendendo um conjunto de valores que os ajude a crescer como pessoa.

O que uma criança precisa em uma idade tão precoce é que seu ambiente familiar mais próximo seja o mais parecido possível com o que um dia será quando ela sair para o mundo. Ou seja, aprender pouco a pouco a ser independente, tirar conclusões e saber o que fazer em cada momento, embora sem regras estabelecidas.

“Amemos nossos filhos, vamos fazer de cada dia uma aventura em que haja algo novo a aprender”

Ou seja, conversando com seu filho, tentando entender, querendo ouvir seus problemas, dúvidas, queixas, encontrar soluções juntos, conversar em vez de discutir, conversar calmamente em vez de gritar, explicar com delicadeza o porquê de ele ter feito errado … Isso não é criar uma criança superprotegida, e sim educar.


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