Os miomas uterinos e a infertilidade

Caso uma mulher grávida ou em idade fértil sinta algum mal-estar ou determinados sintomas, a melhor coisa é procurar seu médico imediatamente para que ele peça alguns exames. Há a possibilidade de se tratar de um caso de mioma uterino, cuja identificação precoce é de extrema importância.
Os miomas uterinos e a infertilidade

Última atualização: 19 abril, 2018

Uma das várias complicações que o aparelho reprodutor da mulher pode sofrer são os miomas uterinos. Apesar de se tratar de uma condição benigna, pode trazer consequências negativas.

A relação entre os miomas uterinos e a infertilidade cria a necessidade de tomar as devidas precauções, não pular nenhum exame e, assim, evitar qualquer complicação antes, durante ou mesmo após a gravidez.

O que é um mioma uterino?

Os miomas uterinos são tumores benignos formados a partir do músculo do útero. É uma condição bastante comum nas mulheres: ocorre em uma a cada cinco mulheres em fase fértil.

É justamente nesse momento em que se pode produzir algum dos efeitos da relação entre os miomas uterinos e a infertilidade.

Causas dos miomas

Ainda que se desconheça a origem do problema, considera-se que os miomas podem ocorrer por causa de algumas destas circunstâncias:

  • Genética: podem ser transmitidos de mãe para filha através dos genes.
  • Hormônios: esse fator se desenvolve e depende exclusivamente de cada organismo. O estrogênio contribui com sua expansão; por esse motivo, muitas mulheres não notam até ter ocorrido a gravidez, época em que a progesterona é abundante.

“Os miomas uterinos ocorrem em uma a cada cinco mulheres em fase fértil”

Onde podem ocorrer os miomas?

Os miomas uterinos, como seu nome indica, se desenvolvem no útero da mulher. Entretanto, podem crescer em diferentes áreas:

  • Na parede muscular.
  • Por debaixo da superfície do revestimento uterino.
  • Embaixo da cobertura externa do útero.
  • Em um pedúnculo na parte externa do útero.
  • Dentro da cavidade uterina.

Sendo assim, podemos classificar três tipos de miomas reconhecidos pelos especialistas: os subserosos (fora do útero); os intramurais (dentro da parede do útero); e, por fim, os submucosos (dentro da cavidade do útero).

queimação no estomago

Como identificar?

Os miomas costumam vir acompanhados de alguns dos seguintes sintomas:

  • Sangramento excessivo durante a menstruação, que além disso pode ter um prazo maior que o habitual.
  • Possibilidade de sangramento entre os ciclos; inclusive com aparecimento de coágulos.
  • Dor abdominal e inchaço nessa região.
  • Aumento de peso.
  • Dor na região da pélvis ou sensação constante de estar “cheia”.
  • Complicações durante a gravidez ou parto.
  • Dor nas relações sexuais.
  • Aumento da frequência de idas ao banheiro para urinar.

Nem sempre é fácil detectar os miomas, ainda mais quando a mulheres sofrem de obesidade. Podemos fazer o diagnóstico através de ecografias, ressonâncias magnéticas, histeroscopias, histereseografias ou biópsias do endométrio .

Relação entre os miomas uterinos e a infertilidade

Em determinados casos, os miomas podem causar infertilidade na mulher. Isso acontece dependendo de sua localização e tamanho. A melhor opção nessas circunstâncias é proceder à extração dos mesmos o mais rápido possível.

Um dos aspectos fundamentais para saber se os miomas uterinos podem afetar a fertilidade da mulher é avaliar seu tamanho, quantidade e localização. Não existindo complicações mais sérias, uma miomectomia permitirá prosseguir com a gravidez ou mesmo manter a mulher fértil.

Durante a gravidez, uma maior irrigação sanguínea e também o aumento dos níveis hormonais podem causar um aumento de tamanho dos miomas; assim, seus riscos se potencializam. Aí esta a raíz da relação entre miomas uterinos e a infertilidade.

Além dos problemas uterinos, outras complicações também causadas pelos miomas que podem afetar o desenvolvimento de uma gravidez normal são:

  • Anemia: devido ao aumento do sangramento, pode ocorrer uma deficiência de glóbulos vermelhos que acabe causando a anemia.
  • Partos prematuros: o útero se encontra em condições anormais. Isso pode adiantar o momento da mulher dar à luz.
  • Cesárea: será necessária nos casos em que os miomas obstruam o canal do parto ou mesmo coloquem o bebê em uma posição incômoda.
  • Sangramento pós-parto: isso pode conduzir a uma hemorragia pós-parto, com os perigos associados a ela.

“Durante a gravidez, uma maior irrigação sanguínea e também o aumento dos níveis hormonais podem causar um aumento de tamanho dos miomas”

Existe tratamento?

O tratamento utilizado habitualmente para resolver esses casos é a cirurgia. Existem dois tipos: a miomectomia, que consiste na extração dos fibromas (tumores) sem afetar o útero; ou a histerectomia, na qual se remove o útero parcialmente ou totalmente conforme a gravidade do caso.

Quanto aos medicamentos, na Espanha se aprovou em 2013 a utilização do acetato de ulipristal (também conhecida por pílula do dia seguinte). Seus efeitos aliviam a dor e diminuem o sangramento. Além disso, quase 70% dos tumores costumam reduzir seu tamanho em quase um quarto, assim evitando a cirurgia para a grande maioria das mulheres.

feto no útero

Por outro lado, as pílulas anticoncepcionais podem ajudar a controlar o abundante fluxo de sangue durante os ciclos menstruais. Também podem ser utilizados dispositivos intrauterinos (DIU) para que segreguem hormônios que reduzam o sangramento e não produzam uma relação entre os miomas uterinos e a infertilidade.

Mesmo assim, se aplica ácido tranexâmico, suplementos de ferro, analgésicos e por breves períodos, doses de hormonoterapia.

Somente 0,5% dos miomas uterinos são capazes de produzir câncer. Nestes casos, os sarcomas, que são as células cancerígenas, se produzem nos músculos, na gordura, nos ossos e no tecido fibroso.

Devido às complicações que possam surgir nos miomas, a melhor opção é sempre prevenir, assim como em todos os casos em que a nossa saúde está em jogo. Ainda mais quando se trata de mulheres em idade fértil, é preciso tomar as devidas precauções.


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