As 9 principais dicas de especialistas em parentalidade

Não existem receitas universais sobre como criar seus filhos, mas você pode usar alguns conselhos de profissionais e experiências próximas para construir o estilo parental que considera apropriado.
As 9 principais dicas de especialistas em parentalidade
Maria Fátima Seppi Vinuales

Escrito e verificado por a psicóloga Maria Fátima Seppi Vinuales.

Última atualização: 15 fevereiro, 2024

Talvez a única receita válida para a paternidade seja saber que não existe receita. Esse caminho que você percorre com seus filhos é único e particular. Para reduzir a pressão, você precisa aceitar que a paternidade é o que você aprende a fazer enquanto está fazendo. No entanto, você também deve aceitar ajuda e entender que não está sozinho. Você quer saber o melhor conselho de especialistas em parentalidade? Neste artigo, falaremos sobre as dicas de especialistas em parentalidade que você pode colocar em prática com seus filhos.

As melhores dicas para criar seu filho de acordo com especialistas

Algumas recomendações de especialistas em parentalidade para acompanhar o desenvolvimento do seu filho são as seguintes.

1. Não tenha medo de demonstrações de afeto

Certamente você já ouviu alguns comentários como “Se você segurar tanto no colo, ele vai ficar mal acostumado” ou “Não dê tanto carinho que eles vão te dominar depois”. Nada está mais longe da realidade. De acordo com conselhos da educação positiva, a proximidade e as demonstrações de afeto fortalecem o vínculo com seus filhos e facilitam o desenvolvimento de uma relação de apego seguro.

Então, acontece o oposto do que se poderia pensar. Segundo Inés Di Bartolo, psicóloga especializada em problemas de apego em crianças: “Os pequenos não se tornam imprudentes ou mimados, e sim seguros, confiantes e sensíveis”.



2. Limite o uso da tecnologia

A tecnologia entrou em nossas vidas para ficar, não para nos dominar. Como adultos, é você quem deve escolher as regras de uso dos diferentes dispositivos. É verdade que muitos pais dão o celular aos filhos para evitar uma birra ou para entretê-los. No entanto, essa estratégia pode ser uma faca de dois gumes.

Regule a tecnologia com base na idade do seu filho, não se ele gritar mais alto por isso. Nesse ponto, o neuropsicólogo Álvaro Bilbao é contundente: “O desenvolvimento do cérebro precisa vivenciar muitas atividades, como correr, pintar, sujar, pular e brincar ao ar livre antes de acessar a tecnologia”.

3. Seja um exemplo

Não peça a seus filhos o que você não consegue sustentar em ações. Isso envia mensagens duplas e confunde os pequenos. Por exemplo, se você não permite o uso do celular durante as refeições, evite fazer isso também.

4. Permita que as crianças cometam erros

Evite ser um adulto que não frustra e que resolve tudo. A vida também é feita de erros e você aprende com eles. É melhor que seus filhos errem porque assim eles se testam, se conhecem e começam a descobrir do que são capazes. Se você sempre resolve tudo para eles, deixa pouco espaço para eles explorarem.

Por sua vez, Rafael Guerrero, psicólogo e especialista em parentalidade, sugere que os pais transmitam as ideias de processos e erros como parte da aprendizagem. Existem processos que demandam tempo, assim como os erros fazem parte do caminho.

5. Não use a retirada de afeto como punição

“Se você continuar se comportando tão mal, eu nunca vou te amar de novo.” No ritmo da vida cotidiana, talvez muitas vezes você não perceba o que diz ou o enorme poder que suas palavras têm. O que você acha que transmite quando diz ao seu filho que não o amará se ele se comportar mal? Ele entende que você só o ama quando ele é bom, que você só aceita quando é fácil, que não existe um “estou com você nos bons e maus momentos”.

6. Aprenda a controlar suas emoções para que seus filhos aprendam

Maritchu Seitún, especialista em em parentalidade, sugere que a inteligência emocional nas famílias é fundamental. Caso contrário, as crianças crescem alheias às informações tão importantes e valiosas que as emoções fornecem. Portanto, essa é uma das dicas de parentalidade mais relevantes.

Trata-se nada mais nada menos que ensinar os pequenos a reconhecer o que sentem, o que os incomoda e o que lhes faz bem quando sentem medo e quando precisam de ajuda.

Na maioria das vezes, superestima-se a importância do componente cognitivo na inteligência, descartando ou subestimando o papel do emocional. Sem dúvida, aprender a descobrir e administrar as emoções é uma grande fonte de aprendizado e um processo que reforça inclusive o cognitivo.

7. Compartilhe momentos

Em um mundo repleto de agendas, tarefas e atividades lotadas, a melhor coisa que você pode oferecer ao seu filho é um tempo de qualidade. Não se trata de estar disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana, mas, quando estiver com seu filho, não permita interrupções. Isso ajudará vocês a formarem um vínculo melhor.

8. Estabeleça limites, respeite-os e garanta que sejam cumpridos

Os limites são necessários, pois são guias e nos permitem entender “até onde ir”. Portanto, é necessário que as crianças tenham limites, que sejam claros, condizentes com a idade e consistentes ao longo do tempo. Limite é sinônimo de respeito.

Você também deve ser específico sobre as consequências quando seu filho ultrapassa certos limites. Não é um castigo, mas a responsabilidade que se deve assumir pelos próprios atos.

9. Promova autonomia

O psicólogo Rafael Guerrero destaca que é importante mostrar às crianças que você confia nelas. Isso permite transmitir segurança para que elas se atrevam a explorar. Dessa forma, promovemos uma autoestima sólida e elas aprendem a se valorizar e se sentir capazes porque alguém também acredita nelas.



E então… Como devo criar meu filho?

Em termos de parentalidade, existem várias “escolas” que lhe dirão o que fazer. No entanto, é importante saber que esse processo não segue um caminho linear ou único. Em algumas famílias e com algumas crianças é mais fácil aplicar certas sugestões do que em outros casos. Essas dicas para pais que acabamos de dar certamente poderão ajudar você e sua família.

O mais importante é que você não se castigue pensando que é um péssimo pai ou uma péssima mãe, mas que tente ser coerente com seus valores e com o que acredita e quer transmitir.

Conhecer seus filhos e sua família e conversar com eles será – na maioria das vezes – a principal ferramenta para entender como agir e o que é melhor para vocês. Confie!


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